Não é novidade, pois não. Janto sozinha muitas vezes, quase sempre. Mas hoje jantei mesmo sozinha.
Sem televisão a fazer companhia, sem rádio, sem pc à minha frente, sem sequer mexer no telemóvel e responder a msgs em atraso. Jantei de garfo e faca, mesa posta, janela aberta e silêncio total. Só eu e eu.
E eu, a sôdona "all by myself", que gosta é de estar sossegada, que vive segundo o lema: "Não me chateiem que eu também não chateio ninguém!", que tanto aprecia o seu espaço, o seu tempo, a sua solidão, dei por mim a perceber que sinto falta de companhia.
Não é de estar acompanhada... isso é bem diferente. Continuo a ser 100% fiel ao velhinho ditado tão sábio, e a preferir estar só do que mal acompanhada. Mas sinto falta da companhia certa.
Daquela com quem tenho vontade de jantar, frente a frente, de rir, de contar como foi o meu dia, de ouvir como foi do outro lado, de comer só com o garfo porque a outra mão está entrelaçada com outra, de arrumar a cozinha a meias enquanto continuamos a conversar porque com a companhia certa o assunto nunca se esgota. De ficar em silêncio, no mais profundo silêncio, porque na companhia certa o silêncio nunca é ensurdecedor, nem se torna incómodo. De fazer tanta coisa que sempre gostei de fazer, mas entretanto esqueci de como se faz.
Talvez não tenha esquecido. Mas deixou de ser prioridade. A prioridade passei a ser Eu, sozinha, comigo mesma. A fazer todas as coisas que muita gente tem medo de fazer sozinha. A mim nunca me meteu medo... sentia mesmo necessidade de o fazer. Perceber quem era a Rita por si só. Gostei do que descobri, quase sempre. E descobri que é motivo de orgulho gostar muito da minha própria companhia, mas sobretudo que não é motivo de vergonha assumir que se sente falta da companhia de outrém. Da certa.
P.S- A música da Janet que dá título a este post está a tocar em repeat over and over again aqui no pc da menina.
1 comentário:
Como eu te compreendo... :)
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