domingo, 1 de novembro de 2009

Sweet November


E se cada mês fosse o último?
E se tivessemos sempre um mês para reiniciar as nossas vidas?
Se no dia 1 de cada mês pudessemos mudar de casa, de cidade, de amigos, de família, de vida?
O que é que mudavamos?
Se de repente aquela inevitavel sensação de que somos imortais e de que, mais cedo ou mais tarde a felicidade vem ao nosso encontro, desaparecesse?
Se parassemos de procrastinar, de delegar responsabilidades, de procurar defeitos, obstáculos e razões para não irmos atrás do que realmente queremos, apenas porque não é seguro, não é certo, porque assusta, porque dá trabalho, porque pode correr mal...
Se tivessemos os dias contados, não sob a forma de pena de morte, mas como compromisso moral, um prazo que temos de cumprir, tal como cumprimos com a entrega do IRS, com o pagamento do condomínio, da renda da casa, do empréstimo do banco, das contas de água, gás e luz...
Se em vez de acomodação, de rotinas, de bloqueios, de muralhas que construimos à nossa volta mesmo sem darmos conta, acordassemos no dia 1 de cada mês com a responsabilidade de sermos felizes?
Viver esses 30 dias com a certeza de que muito pouco passou ao lado, muito pouco ficou por fazer (há sempre algo que fica..), pouco ficou por dizer, por tentar, por arriscar. Saber que nesses 30 dias se incluiu quem faltava para nos fazer sorrir, e se excluíu quem já não fazia sentido nas nossas vidas. Que fomos aos lugares certos, por mais banais que sejam aos olhos do outro. Que comemos aquele prato que nos estava mesmo a apetecer, mesmo que nunca antes tivessemos gostado dele. Que ficamos a dormir 2 dias seguidos sem sair de casa, mas que isso soube pela vida. Que fizemos directas, mas que foram tão bem passadas. Que nos apaixonamos. Que fomos correspondidos. Que rimos muito. Que durante 1 mês inteiro não choramos... uma única vez.
Saber que estamos vivos, a sério.
Hoje é dia 1 e eu faço questão de fazer tudo isso por mim.

2 comentários:

siceramente disse...

prolongar a vida.. a minha está a passar depressa demais!

Raquel C. Macias disse...

Gosto muito desse filme... Faz tanto sentido...