Isto, deixou-me a pensar que a Desilusão, para além de um substantivo abstracto feminino, é uma variável inversamente proporcional.
Quando menos estamos à espera, maior é a desilusão.
De quem menos esperamos, maior é a desilusão.
Quanto menos queremos acreditar e a aceitar que de facto aconteceu, maior é a desilusão.
E não há nada a fazer quanto a isso. É tão certo como a lei da gravidade.
E a desilusão é um sentimento que se vive de pés bem assentes na terra. Todos os dias, todas as horas, todos os minutos que nos lembramos dela.
É uma decepção, um desengano. Mas sobretudo uma grande frustração por si e pelo outro.
Por si que esperava X e recebeu Y. Pelo outro que não percebe como é que nós esperavamos X e não Y.
Por si que fica com o coração apertado e põe em causa milhões de outras variáveis como o tempo, o espaço, os sentimentos e a vida que se partilhou com o outro. Pelo outro que no seu silêncio se acha dono da razão e no direito de assim permanecer.
Por si que sabe como se sente. Pelo outro, por não saber o que ele sente.
Não sei se há solução para esta equação. Quem me dera que fosse uma regra de 3 simples! Onde um valor está para outro, tal como outro está para X!
Mas sei que o primeiro passo é que haja vontade de achar a solução. De curar, de remendar, de refazer. E para isso não se pode fingir que nada aconteceu e que nada se passou. Não se pode agir perante a desilusão como se ela não doesse, não estivesse cá. Não se pode continuar a chamar a incógnita de incógnita.
Eu prefiro encarar de frente. Sempre.
Viro as costas a muita coisa na vida. Quase sempre ao que não me interessa. Mas o resto encaro. E pergunto, e chamo as coisas pelos nomes. Meto o dedo na ferida e peço satisfações. Quero saber o que vai do outro lado, tal como quero que saibam o que vai do meu!
Mas tenho o direito de ficar na bolha, tal como o outro também tem pelo tempo que lhe apetecer.
Não fujo, nem finjo que nada se passou.
Por isso estou aqui... para o que der e vier.
3 comentários:
Acho que tens toda a razão. Há que haver vontade de resolver as coisas.E o mais importante está feito, que é haver a disponibilidade, pelo menos do teu lado. Não sei se estou a interpretar mal o texto. Se estou desculpa. Se não estou agora só falta a outra parte. Porque se o problema não está do teu lado parece-me que a iniciativa para a resolução também não tem de estar.
Não interpretaste mal. Mas o problema não está nem no meu lado nem do outro. Está na falta de não se conseguir ultrapassar o problema. E na desilusão de perceber e aceitar isso.. porque não era suposto ser assim.
Mas há que dar tempo ao tempo. Tudo tem solução na vida...menos aquilo que nós sabemos. Por isso, no timming certo, tudo vai ao sítio, tenho a certeza!
Obrigada (tu sabes porquê).
Espero que a poeira tenha assentado, e com ela a desilusão tb.
beijocas
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