terça-feira, 6 de março de 2012
A romântica que há em mim...
Sempre que vou de transportes para casa, ao fim do dia, cruzo-me com um casal especial. Enquanto esperam na paragem pelo autocarro, ele está sempre com um braço por cima dos ombros dela, e a outra mão entrelaçada na dela. Falam baixinho ao ouvido e riem-se das coisas que dizem um ao outro. Conversam muito, o tempo todo. Ela ajeita-lhe a gola da camisa, ele afasta-lhe a franja dos olhos. Dá-lhe beijinhos suaves na testa, e quando o autocarro chega faz questão que ela entre primeiro do que ele. Sentam-se lado a lado, se houver lugar para ambos, ou então senta-se ela, e ele fica em pé ao seu lado, sempre de mão dada. A viagem em conjunto é curta, cerca de 4 paragens até ela sair e ele continuar. Pouco antes de o autocarro parar dão um abraço forte, quase que brusco, daqueles que dizem bem alto "não queria que fosses embora!". Dão um beijinho na boca e ele passa-lhe a mão no rosto. Ela sai e fica à procura da janela onde ele vai, e ele fica colado ao vidro para lhe poder acenar mais um adeus já cheio de saudade.
A história repete-se há cerca de 1 ano, e de todas as vezes que me cruzo com eles os beijinhos são mais sentidos, os abraços mais apertados, o cuidado e atenção um para com o outro mais presente, o brilho nos olhos de cada um mais intenso. E não preciso conhecer mais do que estes gestos para perceber que é um casal que se ama e respeita, porque há um carinho e uma cumplicidade evidentes, porque se preocupam um com o outro, porque lhes custa separarem-se todos os dias, porque mesmo depois de se despedirem ele continua com um sorriso nos lábios, e acredito que ela também.
Podia ter dito no início do post que é um casal com deficiência mental. Mas não é isso que os torna especiais. É aquilo que os une.
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3 comentários:
óoohhh que lindo texto!
Obrigada por partilhares! :)
Sem dúvida, uma história de amor linda. São momentos assim que dão sentido à vida ;)
até eu fiquei a sorrir com esta bela história de amor :)
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