terça-feira, 7 de agosto de 2012
Equilíbrio
Eu sou uma daquelas pessoas que gosta de ter tudo sob controlo. Sou ansiosa por natureza e a minha forma de minimizar essa ansiedade é controlando o que se passa à minha volta e o que tem a ver diretamente com o meu bem-estar.
É por isso que me custa delegar funções ou aventurar-me em grandes loucuras sem saber com o que conto. E esta forma de estar, além de ser desgastante para mim, muitas vezes torna-se chata aos olhos dos outros.... Por isso tenho feito um esforço para aprender a relaxar. Fechar os olhos, respirar fundo e pensar "seja o que Deus quiser, vai correr tudo bem!"... até nas coisas mais pequenas.
Um exemplo disso foi o que aconteceu este fim de semana: fomos para a Zambujeira, ao SW TMN. Ok, não sou propriamente festivaleira mas o cartaz era giro, tínhamos bilhetes, bora lá! Mil questões na minha cabeça: "Onde ficamos? Temos quarto só para nós? Como vai ser?". A falta de respostas concretas deixa-me, à partida, desconfortável... mas bora lá! A cereja em cima do bolo acontece quando o meu namorado me diz que não há tempo para eu ir a casa e portanto ele é que vai fazer a minha mala. Pânico! Eu odeio fazer malas. Nunca sei o que quero levar, o que vou precisar. Quanto mais delegar isso a outra pessoa, (homem!) e ir dizendo por sms o que quero e onde está cada peça. Acho que aqui qualquer mulher, mais ou menos ansiosa, me entende. Ter o respetivo a fazer-lhe a mala para dois dias de festival com temperaturas fresquinhas, mais dia de praia, mais necessaire, mais protetores solares, mais sandálias, havaianas e tenis, mais lingerie.... sendo que nem a própria sabe bem aquilo que quer levar, e tendo o espaço da mala bastante limitado, é um desafio para qualquer uma de nós! Respirei fundo e pensei, bora lá!
E assim foi. O meu querido namorado cumpriu 99% da tarefa com sucesso (esqueceu-se de um top e trouxe umas calças verdes quando eu lhe pedi as "azuis/esverdeadas". De resto, tudo certinho. E afinal a casa onde ficámos era um miminho, e afinal tínhamos quarto só para nós, e afinal as condições eram muito boas. E no fim de contas, quando eu já estava outra vez a entrar em modo pânico porque para mim, uma noite de festival (que acaba às 6h, depois de um dia de trabalho e da viagem) está bom e já me deixa K.O para uma semana, mas pensava que ainda tínhamos outra noite pela frente, o meu querido namorado percebe, sem eu pedir, que o que eu queria mesmo era voltar para a nossa rica casinha... e assim fizemos.
Moral da história: por muito que me custe (e acreditem que custa mesmo muito), vale a pena fechar os olhos, respirar fundo e pensar "Bora lá...!". Não fazer muitas perguntas, não querer controlar tudo e sair da zona de conforto. Pode não correr às mil maravilhas, mas também pode ser que não seja a pior coisa do mundo... e aos poucos, devagarinho, a ansiedade vai passando, e até se consegue dar umas valentes gargalhadas e aproveitar bastante. Mas o mais importante de tudo é termos alguém ao lado que não julgue, que não critique, que não encare a nossa maneira de ser como um defeito, apenas porque é diferente, que não confunda a dificuldade em lidar com certas situações com comodismo ou preguiça. Alguém que te aceite como és e que te faça sentir confortável na tua pele. Que te passe a mão pela cabeça e fique acordado ao teu lado. Alguém que te ajude a controlar o desconforto e te faça sentir bem... esse é o equilíbrio perfeito.
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