sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Finalmente, O Natal



O ano em que criei este blogue foi o ano em que a minha vida mudou para sempre. O ano em que nunca mais nada foi como até então tinha sido. E o Natal desse ano e dos que se seguiram não foi exceção. O fim do mundo, previsto para hoje, para mim aconteceu há 5 anos atrás. E desde então todos os dias foram um recomeço. Todos os anos foram uma reconstrução. Todos os Natais foram uma batalha. Lutava com todas as minhas forças para combater a tristeza profunda por Ela já não estar entre nós. Por aquele lugar vazio na mesa. Por ter, praticamente sozinha, de ser e fazer o Natal daquela casa. Numa casa que já não me dizia quase nada, num contexto que tentavamos perpetuar mas que já não fazia sentido. No seio de uma família onde cada um, à sua maneira, lutava interiormente para se aguentar e para que ninguém estivesse triste.
Desde então sempre soube que precisavamos de um novo Natal. De uma nova tradição. De recomeçar sem esquecer o que ficou para trás, sem deixar de sentir a falta, a tristeza, a saudade... Eu, mais do que todos, que sempre adorei o Natal, e que, mesmo perante a tragédia continuei a adorar e a querer fazer e ter tudo a que no Natal temos direito, precisava de um novo Natal... do MEU Natal.
No ano passado escrevi aqui que tinha a certeza de que estava a viver a passagem entre o passado e o futuro. Este ano o futuro chegou. E com ele o MEU Natal. Que na verdade é o NOSSO. Finalmente!
Este ano tudo será diferente. Trocámos a cidade Natal por aquela que nos acolheu (a mim e aos meus irmãos). A casa da nossa adolescência vai ficar vazia e a minha e do meu namorado vai-se encher. Os 5 lugares à mesa serão 12. Duas famílias diferentes vão estar reunidas pela primeira vez. Vamos ter uma sobrinha a correr pela casa. E outro/a a caminho. Há bacalhau, mas também há polvo. Temos muitas, muitas prendas, música de natal, fato de pai natal, gorros para todos, bandoletes de renas e decoração de mesa a rigor. Muitos doces, sobremesas, coisas boas para comer e beber. E sorrisos... e gargalhadas. E gente a conversar e a rir.
Naquele ano soube que nunca mais nada iria ser como até então. E desse golpe ainda não recuperei (não se recupera). Mas o facto de ter de recomeçar trouxe coisas boas, muito boas, como este novo Natal. O primeiro de muitos. Sonhado, planeado, programado meticulosamente e carinhosamente construído a dois. Ao lado da pessoa que me fez acreditar em milagres. A gostar ainda mais desta época. Que a vive com a mesma intensidade, magia e brilho nos olhos que eu. Alguém com quem eu sempre sonhei poder partilhar e ter este Natal, de gente crescida. Estou verdadeiramente grata por isso.
A todos os que me lêem desejo um Natal assim: Feliz.
Cada um à sua maneira, cada um com a sua história de Natais passados e que esses não sejam nunca um impedimento para viver os Natais futuros, tal e qual como sempre desejaram.

Sem comentários: