É fácil falar decor e depois arrependermo-nos do que foi dito.
É tão fácil cair na tentação de julgarmos, condenarmos, nos acharmos no direito de ter a certeza de que, no lugar do outro, fariamos assim ou assado, e que não cometeriamos os mesmos erros e disparates que, (a nosso ver) o outro está a cometer.
É difícil ficar calado. Não meter o bedelho sem ser chamado. Não comentar por trás. Guardar para nós aquilo que nos vai na alma, quando achamos que devemos opinar, chamar à atenção, alertar.
É impossível ficar indiferente quando vemos asneiras atrás de asneiras, comportamentos que não entendemos porque não encaixam com a pessoa que nós conhecemos tão bem, e que até nos magoam por isso mesmo. Porque pior do que atirar areia para os olhos dos outros, é vermos alguém de quem gostamos muito atirar areia para os seus próprios olhos.
É frustrante quando queremos ou pensamos que estamos a ajudar, e do outro lado fazem orelhas moucas, há toda uma fronteira de negação, com direito a passar na alfândega, sermos barrados e nos mandam voltar para trás porque estamos a querer entrar em território para o qual não fomos convidados nem somos bem vindos.
É triste quando percebemos que aquela máxima de que "Os amigos estão lá para os bons e maus momentos", na grande maioria só funciona para os maus momentos deles, e mesmo nesses muitas vezes não se pode tocar em certos assuntos que são tabu. Porque nos bons, há quem tenha tendência para se fechar numa redoma e queira viver essa felicidade só para si, porque ainda não aprendeu que a felicidade é das poucas coisas que quando dividida se multiplica! E depois há ainda outros amigos que por não saberem lidar com a felicidade alheia preferem afastar-se porque lhes custa ver o que o outro conseguiu e ele não.
Sobre os amigos há tanto que pode acontecer, porque as relações interpessoais são das coisas mais difíceis de entender, lidar, de gerir, e porque entre Amigos de verdade as expectativas são sempre demasiado altas, e é impossível que a dado momento, não haja desilusões ou decepções.
O importante sempre é saber separar o trigo do joio. Quem vale e quem não vale a pena mantermos na nossa vida, mesmo quando nos desiludem um bocadinho, mesmo quando não compreendemos o que vai do outro lado, mesmo quando achamos que se calhar as coisas nunca mais vão ser como eram. Porque as coisas podem perfeitamente voltar a ser como eram, podem vir a ser até muito melhores, porque depois de as coisas se resolverem e de se perceber que a amizade é mesmo verdadeira fica aquela sensação de conforto, de alívio, de alegria por aquela pessoa existir na nossa vida, e pela segurança que isso nos dá.
Sobre os Amigos há muito a dizer, mas na prática a regra é simples: há os que vão e vêm, mas o que interessa mesmo são os que nós queremos que fiquem ou que caminhem pela vida connosco, sempre lado a lado.
(obrigada por fazeres esta maratona comigo, D.)
5 comentários:
pode ser um cliché concordar com tudo o que os bloggers dizem.. mas quase que assino por baixo deste post! adorei, Pips.
Não é cliché Kikas, é sintonia! :) Acho que é isso que faz com que gostemos e nos identifiquemos mais com uns blogues do que com outros! Obrigada! :))
Eu espero ser uma dessas que queres manter. Porque tu és sem dúvida uma das que quero. Beijinhos
"E depois há ainda outros amigos que por não saberem lidar com a felicidade alheia preferem afastar-se porque lhes custa ver o que o outro conseguiu e ele não." ... Entre muitas outras verdades que aqui referes, esta é talvez das que mais me custa compreender no ser humano... Mas não menos real.
Muito se pode dizer sobre os amigos, o importante são os que aparecem e vão ficando, para sempre.
Beijocas e boa semana!!!
mais perto ou mais longe (e não fico contente por estares mais longe, mas fico feliz porque sei que estas feliz), estou e estarei sempre aqui.
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