sábado, 20 de março de 2010

Sobre os Amigos...


É fácil falar decor e depois arrependermo-nos do que foi dito.
É tão fácil cair na tentação de julgarmos, condenarmos, nos acharmos no direito de ter a certeza de que, no lugar do outro, fariamos assim ou assado, e que não cometeriamos os mesmos erros e disparates que, (a nosso ver) o outro está a cometer.
É difícil ficar calado. Não meter o bedelho sem ser chamado. Não comentar por trás. Guardar para nós aquilo que nos vai na alma, quando achamos que devemos opinar, chamar à atenção, alertar.
É impossível ficar indiferente quando vemos asneiras atrás de asneiras, comportamentos que não entendemos porque não encaixam com a pessoa que nós conhecemos tão bem, e que até nos magoam por isso mesmo. Porque pior do que atirar areia para os olhos dos outros, é vermos alguém de quem gostamos muito atirar areia para os seus próprios olhos.
É frustrante quando queremos ou pensamos que estamos a ajudar, e do outro lado fazem orelhas moucas, há toda uma fronteira de negação, com direito a passar na alfândega, sermos barrados e nos mandam voltar para trás porque estamos a querer entrar em território para o qual não fomos convidados nem somos bem vindos.
É triste quando percebemos que aquela máxima de que "Os amigos estão lá para os bons e maus momentos", na grande maioria só funciona para os maus momentos deles, e mesmo nesses muitas vezes não se pode tocar em certos assuntos que são tabu. Porque nos bons, há quem tenha tendência para se fechar numa redoma e queira viver essa felicidade só para si, porque ainda não aprendeu que a felicidade é das poucas coisas que quando dividida se multiplica! E depois há ainda outros amigos que por não saberem lidar com a felicidade alheia preferem afastar-se porque lhes custa ver o que o outro conseguiu e ele não.
Sobre os amigos há tanto que pode acontecer, porque as relações interpessoais são das coisas mais difíceis de entender, lidar, de gerir, e porque entre Amigos de verdade as expectativas são sempre demasiado altas, e é impossível que a dado momento, não haja desilusões ou decepções.
O importante sempre é saber separar o trigo do joio. Quem vale e quem não vale a pena mantermos na nossa vida, mesmo quando nos desiludem um bocadinho, mesmo quando não compreendemos o que vai do outro lado, mesmo quando achamos que se calhar as coisas nunca mais vão ser como eram. Porque as coisas podem perfeitamente voltar a ser como eram, podem vir a ser até muito melhores, porque depois de as coisas se resolverem e de se perceber que a amizade é mesmo verdadeira fica aquela sensação de conforto, de alívio, de alegria por aquela pessoa existir na nossa vida, e pela segurança que isso nos dá.
Sobre os Amigos há muito a dizer, mas na prática a regra é simples: há os que vão e vêm, mas o que interessa mesmo são os que nós queremos que fiquem ou que caminhem pela vida connosco, sempre lado a lado.
(obrigada por fazeres esta maratona comigo, D.)

5 comentários:

Kikas disse...

pode ser um cliché concordar com tudo o que os bloggers dizem.. mas quase que assino por baixo deste post! adorei, Pips.

Ritititz disse...

Não é cliché Kikas, é sintonia! :) Acho que é isso que faz com que gostemos e nos identifiquemos mais com uns blogues do que com outros! Obrigada! :))

Anónimo disse...

Eu espero ser uma dessas que queres manter. Porque tu és sem dúvida uma das que quero. Beijinhos

Raquel C. Macias disse...

"E depois há ainda outros amigos que por não saberem lidar com a felicidade alheia preferem afastar-se porque lhes custa ver o que o outro conseguiu e ele não." ... Entre muitas outras verdades que aqui referes, esta é talvez das que mais me custa compreender no ser humano... Mas não menos real.

Muito se pode dizer sobre os amigos, o importante são os que aparecem e vão ficando, para sempre.

Beijocas e boa semana!!!

Princesa M disse...

mais perto ou mais longe (e não fico contente por estares mais longe, mas fico feliz porque sei que estas feliz), estou e estarei sempre aqui.