A propósito da morte, e de teorias que se vão ouvindo ao longo da vida, daquelas que tentam apaziguar o tumulto que se apodera de quem fica, de quem sofre a perda de alguém, diziam-me ontem o seguinte: A razão pela qual as pessoas boas partem mais cedo do que as outras, é exatamente por isso, porque são boas. Porque a sua missão aqui, terminou. Os karmas e dharmas ficaram resolvidos, encerrados. Elas deram tudo e fizeram tudo o que lhes estava destinado, e por isso, tal como um fósforo, a chama apaga-se e podem partir.
Obviamente que isto não explica tudo, não explica quase nada na verdade. A revolta mantém-se, nunca aceitamos que as pessoas que mais amamos tenham feito tudo, havia sempre tanto mais para fazer. Sobretudo quando pensamos em nós, os que ficamos. Então e nós? Não faziamos parte da missão deles? Estar connosco, amparar-nos, cuidar de nós, ver-nos crescer e evoluir enquanto pessoas? Mas também para isso me respondem que devemos libertar-nos desse egoísmo e aceitar.
Eu, confesso, ainda não aceitei. Não sei se vou aceitar algum dia. Mas a verdade é que quando ouvi isto pela primeira vez senti uma paz interior que me confortou. Talvez sim, talvez tenha sido isso, talvez faça sentido, no meu caso. Talvez...
2 comentários:
Eu sinto isso..e também o vejo exactamente assim!
Como uma flor que é colhida quando está bonita e viçosa.
Sentimos sempre falta de quem amamos e "foi embora", a (minha) dor nunca desaparece...mas relembrarmo-nos do bem que eles fizeram enquanto cá estavam, acalma-nos, sem duvida.
E estas lembranças são sempre uma inspiração para fazermos mais enquanto cá estamos!
xx
su.
su: no fundo acho que nos devemos agarrar a tudo o que nos faça sentir um bocadinho melhor em relação à perda que sofremos. Racional ou não, desde que ajude não faz mal acreditar, seja no que for! :) Beijinhos!
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