Não sei se é pela mudança de estação, pelos dias mais frescos, pelos últimos acontecimentos de que aqui falei, por ter andado estranhamente mais calma e introspectiva, se pela foto de 2005 que encontrei perdida num e-mail que me mandaram... dou por mim a olhar para o espelho e a perceber que mudei. Mudei por dentro e hoje quase que o consigo confirmar por fora.
O meu olhar mudou, a minha postura mudou, as minhas mãos mudaram, as feições também.
Hoje encontro um olhar vivo, de um brilho que há muito não dava sinal, mas ainda assim mais sereno, mais tranquilo. Também na forma de estar com os outros, de viver os seus problemas, preocupações, medos, me vejo mais passiva, mais tolerante, a ouvir mais e falar menos, a saber dar espaço e tempo (que nem sempre é o mesmo que eu preciso para mim) para que os outros vivam a sua própria realidade, antes de me manifestar seja de que maneira for, a ser mais espectadora do que interveniente. Olho para as minhas mãos e acho-as mais bonitas agora, com sinais que antes não tinha, ou nos quais não tinha reparado. E sobretudo gosto de olhar para elas mesmo sem verniz, naturais, só minhas tal qual como elas são, sem me sentir despida ou insegura como antes sentia quando não estavam pintadas. Olho para o espelho e encontro traços na minha cara que me fazem lembrar o rosto dela, no sorriso, naquela ruga igualzinha à dela entre as sobrancelhas, castigo de passarmos a vida a franzir o olhar e fazer cara de má, Vejo o meu nariz, que sempre achei torto, e acho-lhe graça porque a minha avó faz questão de dizer que sou a única que tem o nariz do meu avô, acrescentando: "E que lindo nariz!".
Não sei se é da mudança das estações, das mudanças da minha vida, da paz interior que sinto e que é uma novidade, do ego que todos os dias é alimentado com amor, amizade, orgulho e companheirismo, e que me relembram quem sou, e o valor que tenho, sem que eu precise ou espere por isso. Não sei se é porque o tempo passa depressa e sinto vontade de tanta coisa que antes não sentia, não pensava sequer, e que me fazem perceber que já sou, de facto, uma Mulher.
Mesmo de All Star, calças de ganga largas, a pular e a fazer figuras pelos centros comerciais, sou hoje uma Mulher muito mais preenchida, tranquila, e com a capacidade de olhar para mim tal qual como sou. Sem fantasiar, sem embelezar, sem querer ser ou parecer aquilo que não sou. Sem me importar com o que pensam de mim, sem me esforçar para agradar, sem medo de por ser eu mesma em toda a minha essência, venha a perder quem diz gostar de mim.
Porque quem gosta a sério, gosta exactamente de tudo isto que eu sou sem perceber que sou, sem o mínimo esforço para ser mais nem menos do que isto.
O meu olhar mudou, a minha postura mudou, as minhas mãos mudaram, as feições também.
Hoje encontro um olhar vivo, de um brilho que há muito não dava sinal, mas ainda assim mais sereno, mais tranquilo. Também na forma de estar com os outros, de viver os seus problemas, preocupações, medos, me vejo mais passiva, mais tolerante, a ouvir mais e falar menos, a saber dar espaço e tempo (que nem sempre é o mesmo que eu preciso para mim) para que os outros vivam a sua própria realidade, antes de me manifestar seja de que maneira for, a ser mais espectadora do que interveniente. Olho para as minhas mãos e acho-as mais bonitas agora, com sinais que antes não tinha, ou nos quais não tinha reparado. E sobretudo gosto de olhar para elas mesmo sem verniz, naturais, só minhas tal qual como elas são, sem me sentir despida ou insegura como antes sentia quando não estavam pintadas. Olho para o espelho e encontro traços na minha cara que me fazem lembrar o rosto dela, no sorriso, naquela ruga igualzinha à dela entre as sobrancelhas, castigo de passarmos a vida a franzir o olhar e fazer cara de má, Vejo o meu nariz, que sempre achei torto, e acho-lhe graça porque a minha avó faz questão de dizer que sou a única que tem o nariz do meu avô, acrescentando: "E que lindo nariz!".
Não sei se é da mudança das estações, das mudanças da minha vida, da paz interior que sinto e que é uma novidade, do ego que todos os dias é alimentado com amor, amizade, orgulho e companheirismo, e que me relembram quem sou, e o valor que tenho, sem que eu precise ou espere por isso. Não sei se é porque o tempo passa depressa e sinto vontade de tanta coisa que antes não sentia, não pensava sequer, e que me fazem perceber que já sou, de facto, uma Mulher.
Mesmo de All Star, calças de ganga largas, a pular e a fazer figuras pelos centros comerciais, sou hoje uma Mulher muito mais preenchida, tranquila, e com a capacidade de olhar para mim tal qual como sou. Sem fantasiar, sem embelezar, sem querer ser ou parecer aquilo que não sou. Sem me importar com o que pensam de mim, sem me esforçar para agradar, sem medo de por ser eu mesma em toda a minha essência, venha a perder quem diz gostar de mim.
Porque quem gosta a sério, gosta exactamente de tudo isto que eu sou sem perceber que sou, sem o mínimo esforço para ser mais nem menos do que isto.
2 comentários:
E acredita que és uma mulher fantástica.
Parabéns por conseguires perceber isso tudo sobre ti mesma. Não é tarefa fácil e é o que falta a muita gente, ter a capacidade de se avaliar e de se conhecer dessa maneira.
Gosto muito de te ler. Continua!
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