10m de bicicleta e ia-me dando o badagaio

Domingo, manhã maravilhosa, sol e calor. Aí vai ela motivada e com vontade de pedalar um bocadinho, queimar umas calorias, apanhar sol e fazer exercício ao mesmo tempo... ser saudável vá, e não passar a manhã a vegetar na cama.

Começou tudo muito bem, a minha bicicleta não estava no melhor estado, vedade seja dita, sem um dos travões, pneus em baixo, e mudanças duvidosas... mas sempre pensei que para andar em piso plano dava para o gasto! E deu... durante 5m. Nos 5 que se seguiram foi o tormento, a loucura o terror. Bastou uma subida de nada e estava a deitar os bofes pela boca. Resistência: zero. Troquei com a bicicleta do meu namorado (uma à séria) e senti-me nas núvens. Fiz uma subida muito mais inclinada, em pé e aos gritinhos de felicidade... que afinal a culpa era da bicicleta, que a minha condição física não estava tão má assim, que com uma bicicleta em condições era ver-me a pedalar kms rumo ao infinito! A próxima coisa de que me lembro é de estar a esbardalhar-me contra um autocarro que estava estacionado e a querer travar e sair da bicicleta. Dei cabo de um dos reflectores do pedal, e a seguir... tudo escuro!! Quando dei por mim estava a fazer sinais ao longe ao meu namorado que tinha ido pôr a outra bicicleta ao lixo, tal era o estado jeitoso em que se encontrava. E depois estive uns 5m de cabeça para baixo, qual avestruz, num vai não vai entre o desfalecer e o bolsar... branca como a cal, segundo consta, e a ver tudo à roda!

Foi bonito, foi. Mas serviu para eu perceber que andar a pé não chega, e correr atrás dos autocarros da carris não é desporto. Nunca tinha pensado nas coisas nestes termos, mas o exercício faz mesmo falta, e não só por uma questão de manter a linha ou abater os pneuzinhos para o verão. Senti-me uma das concorrentes do Biggest Loser, que nos primeiros dias passam o tempo a ter fanicos vários! Que vergonha... Agora já decidi: sempre que fizer bom tempo vou acompanhar a minha cara metade (a pé, para já). Ganhar resistência física aos poucos, primeiro a andar, depois a correr ao meu ritmo... e quando me sentir preparada passo para a bicicleta, uma em condições desta vez. Mas chega a preguiça, o comodismo, e o achar que vou ter 20 anos para sempre, que por não ser gorda sou saudável e estou pronta para as curvas!! Foi um grande abre-olhos, ah pois foi!