Abri as janelas, deixei o ar entrar. De uma ponta a outra da casa, para fazer corrente que não sendo forte chega para que o ar cá de dentro saia e entre um novo, fresco e renovado.
Aspirei, lavei, esfreguei. E voltei a esfregar, com lixívia, lava tudo, detergentes de todo o tipo, de todos os cheiros, para todos os gostos. O frigorífico está a descongelar, e as janelas continuam bem abertas para o ar entrar e sair conforme lhe apetecer. Está lixo acumulado, muito, à espera de que o leve daqui para fora. As camas feitas de lavado, as toalhas para lavar, e as novas lavadas, passadas e arrumadas.
Agora uma pausa... o pior ainda está para vir.
Abrir armários, gavetas e gavetinhas... deitar fora o que já devia ter sido deitado, guardar o que deve ser guardado, o mínimo possível, o essencial, o que agora faz sentido. Tanta roupa que já não uso.. porque já não me serve, porque já não gosto, porque já não quero.. Não sei que destino lhe dar, mas aqui também não vai ficar. E papeis, revistas, cadernos, diários, folhas soltas, cartas... tantas cartas! Definitivamente é isto que mais acumulo: palavras. Também essas, as que já não servem, já não gosto e já não quero, vão para o lixo... mas para a reciclagem. Porque os sentimentos não se destróiem, as lembranças não se apagam, o passado não deixa de existir. Mas reciclam-se, como o papel. Em sentimentos novos, lembranças melhores e num presente mais feliz!
Esta é a minha casa. Será sempre. Porque quando para aqui vim não tinha nada, deixada pelo meu avô. Durante muito tempo fui só eu e pouco mais. Fiz dela um lar. Pela primeira vez na minha vida e sozinha. Devagar, devagarinho, construí aqui o lar que me foi tirado lá. Foi o meu ninho, a minha concha, o meu mundo. Dividi-a e partilhei-a com quem também dividi e partilhei o meu coração. Hoje está diferente, mais cheia, mais viva, menos minha. Muita coisa tem de sair para muita coisa poder entrar, porque na vida temos de nos livrar do que já não serve para deixar entrar o que vale a pena.
E dou por mim, que nem gosto de arrumar, de sorriso nos lábios, entre o passado e o futuro, a dar espaço para o que há-de vir de bom, sem nostalgia de deixar o que ficou para trás, e sem medo do vazio que está para preencher.
Aspirei, lavei, esfreguei. E voltei a esfregar, com lixívia, lava tudo, detergentes de todo o tipo, de todos os cheiros, para todos os gostos. O frigorífico está a descongelar, e as janelas continuam bem abertas para o ar entrar e sair conforme lhe apetecer. Está lixo acumulado, muito, à espera de que o leve daqui para fora. As camas feitas de lavado, as toalhas para lavar, e as novas lavadas, passadas e arrumadas.
Agora uma pausa... o pior ainda está para vir.
Abrir armários, gavetas e gavetinhas... deitar fora o que já devia ter sido deitado, guardar o que deve ser guardado, o mínimo possível, o essencial, o que agora faz sentido. Tanta roupa que já não uso.. porque já não me serve, porque já não gosto, porque já não quero.. Não sei que destino lhe dar, mas aqui também não vai ficar. E papeis, revistas, cadernos, diários, folhas soltas, cartas... tantas cartas! Definitivamente é isto que mais acumulo: palavras. Também essas, as que já não servem, já não gosto e já não quero, vão para o lixo... mas para a reciclagem. Porque os sentimentos não se destróiem, as lembranças não se apagam, o passado não deixa de existir. Mas reciclam-se, como o papel. Em sentimentos novos, lembranças melhores e num presente mais feliz!
Esta é a minha casa. Será sempre. Porque quando para aqui vim não tinha nada, deixada pelo meu avô. Durante muito tempo fui só eu e pouco mais. Fiz dela um lar. Pela primeira vez na minha vida e sozinha. Devagar, devagarinho, construí aqui o lar que me foi tirado lá. Foi o meu ninho, a minha concha, o meu mundo. Dividi-a e partilhei-a com quem também dividi e partilhei o meu coração. Hoje está diferente, mais cheia, mais viva, menos minha. Muita coisa tem de sair para muita coisa poder entrar, porque na vida temos de nos livrar do que já não serve para deixar entrar o que vale a pena.
E dou por mim, que nem gosto de arrumar, de sorriso nos lábios, entre o passado e o futuro, a dar espaço para o que há-de vir de bom, sem nostalgia de deixar o que ficou para trás, e sem medo do vazio que está para preencher.
4 comentários:
Lindo! Nem sei que mais diga...
A saudade do passado, do que já lá vai é sempre um sentimento difícil de controlar, de entender... E talvez ao olhares e ao remexeres em cada recanto, peça, até uma carta..te faça viver momentos, te faça recordar tudo o que construíste a partir do "vazio", te faça ver o quanto cresceste como ser humano e te tornaste mulher. Talvez te faça ter a perfeita noção que a menina se tornou mulher e que uma nova fase começou lá atrás.
Arruma-se, limpa-se, deitam-se coisas fora mas não se "varre" uma historia ;)
Há quem diga que a partilha é um bem...eu digo que é um dom!!! Nem todos têm essa capacidade... Mas tu tens! E o facto de deixares preencher esse vazio deixa-me de coração apertadinho...e muito muito feliz :)
Miss B-Beautiful: obrigada!! :)
M de mim: E que tudo o que está para vir entre com o pé direito, que marque o início de uma nova fase, muito positiva e cheia de coisas boas para mim e para todos os que me rodeiam!!
Que assim seja ;)
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