Pensei (e gostava) de ter escrito mais aqui sobre esta fase do noivado, desde o pedido até ao grande dia, que está quase a chegar.
Achava que ia ter tempo para partilhar o passo a passo, o que senti ao experimentar vestidos, porque vou casar naquele lugar, quem escolhi para madrinhas, como foi organizar toda a festa do zero, etc. Mas o tempo passou a voar, e isto não é cliché, passou mesmo. Faltam 10 dias. Dez. Visto de fora é um "está quase, mas ainda dá para muita coisa, calma!" (é aquilo que mais oiço). Mas por dentro, 10 dias é praticamente o tempo de um fósforo arder. Tem sido assim, em velocidade de cruzeiro. Tão rápido que dou por mim a obrigar-me a parar, e fazer algumas coisas em câmera lenta, com receio de não estar a desfrutar ao máximo cada instante.
Este fim de semana foi a minha despedida de solteira. Aquela que eu sempre disse que iria ser no Rio do Janeiro, a cidade maravilhosa do meu coração. E que sempre disse que seria eu a organizar. E que sempre achei que ia ser de uma forma qualquer (que nem sei bem qual seria, mas que já tinha idealizado na cabeça). Pois bem, tal como muito do que foi acontecendo ao longo destes meses, uma coisa é aquilo que idealizamos, outra é aquilo que acabamos por fazer, querer e sentir.
Obviamente que não fui para o Rio de Janeiro (não fazia ideia de quanto custava um casamento quando tinha esses pensamentos...), e acabei por delegar nas madrinhas tudo o que tivesse a ver com a despedida. Apenas indiquei quem gostaria que fosse, proibi existência de strippers (não por ser pudica mas porque me causam vergonha alheia) e pilinhas na cabeça. De resto tudo bem.
Não vou adiantar pormenores (obviamente!), mas respeitaram os meus pedidos, e, ao contrário do que também tinha idealizado, mais do que uma festa com amigas, onde bebemos uns copos, ficamos alegres, dizemos e fazemos tolices porque "ah e tal é a tua despedida e solta a franga se não até parece que estás a fazer frete", foi um momento que vou guardar para sempre por toda a carga emocional que teve.
Preparar toda a logística de um casamento não é fácil. Prepararmo-nos psicologicamente para o facto de que vamos casar (mesmo quando já se namora e vive junto há anos) também é um processo que vai acontecendo com o tempo. A ficha vai caindo. No início é um anel no dedo, um vestido para escolher e uma festa para organizar. É simples! Com o passar do tempo (que passa rápido!) é bem mais do que isso. É a minha vida a mudar. Sou eu a crescer. A dar um passo, o maior de todos, na minha vida. É o fim de uma etapa. O início de uma nova, onde aparentemente nada muda, mas por dentro muda tudo! É saber que naquele dia vou reunir as pessoas mais importantes da minha vida num só espaço, algumas que não vejo há anos, mas que fazem parte da minha história, de quem sou, de quem fui, de como cresci. É saber que a partir daquele dia não pertenço ao meu marido mas sou parte dele, e ele é parte de mim... ainda mais. Ainda mais a sério. Ainda mais real. É o NOSSO dia. E a minha despedida fez-me sentir um pouco disso, fez-me cair a ficha, descer ao chão e perceber que isto é sobre MIM. Que as pessoas estão felizes por MIM. Estavam ali por MIM. Estão a partilhar da MINHA felicidade, do MEU momento. Deram-me colo, mimo, atenção, fizeram-me sentir verdadeiramente especial, relembraram-me as qualidades que sei que tenho, mas que poderiam não ser reconhecidas. Recordaram histórias de que me lembro tão bem, mas que elas já podiam ter esquecido. Mostraram que eu sou importante para elas como elas são para mim. E é uma sensação tão boa! Parece estranho, mas a verdade é que não há muitas pessoas que possam dizer que têm amigas desde os 4 ou 8 anos e que aos 30, e mesmo estando longe, mesmo com o passar dos anos e de tomados rumos diferentes, a amizade permaneça intacta e genuína. É preciso ser, realmente, Amiga.
Posso partilhar que uma das prendas que mais mexeu comigo foi um livrinho com testemunhos de cada uma dessas amigas, as que estavam presentes na despedida e as que não puderam ir, com textos para e sobre mim, e com fotos, algumas de há 20 anos! Encheram-me o coração, preencheram um pouco do vazio que por estes dias é ainda maior, deram-me amor, amizade, carinho, respeito, dedicação... encheram-me a alma e o espírito de boas energias e uma vontade ainda maior de viver ao máximo tudo o que falta e claro, desfrutar de cada segundo do dia, onde vou conseguir reuni-las a todas (ou quase) outra vez.
Faltam 10 dias, há coisas por tratar, decisões a tomar, tarefas a executar. Mas estou mais tranquila, mais serena, ainda mais feliz... porque o que realmente importa está tratado: vou estar rodeada de Amor. Muito Amor.
Obrigada por tudo, do fundo do coração.