sábado, 28 de dezembro de 2013

Revertério

Aprendi esta palavra hoje e achei o máximo. Significa, em calão brasileiro, "quando tudo vira uma confusão". A poucos dias do fim deste ano, esta é a palavra que escolhi para fazer o balanço do meu 2013. Um ano em que me senti constantemente posta à prova, onde por várias vezes me vi confrontada com a a necessidade de fazer escolhas difíceis, tomadas de posição, deitar as garras de fora, saber defender-me, saber quando tinha de me colocar em primeiro lugar, e saber, acima de tudo, que eu mereço esse lugar. Tanto no campo profissional como pessoal, 2013 foi o ano em que me libertei da síndrome de Peter Pan, do qual sempre sofri. E não porque de repente amadureci ou passei a ser mais responsável do que era, mas porque finalmente percebi que crescer também é muito bom, ainda que a responsabilidade pese sim, e que tomar decisões difíceis seja de facto muito difícil. Mas também me fez sentir uma grande autoconfiança, uma segurança e uma maior e melhor noção de quem sou. E isso é muito bom.
Este ano senti-me enganada, perdida, com medo e desiludida. Mas soube defender-me, recuperar a confiança nos outros e sobretudo aprendi a confiar em mim. Fiquei sem chão, sem teto, sem mundo, sem saber o que fazer quando um vazio se apoderou de mim. Mas soube colocar-me em primeiro lugar, talvez pela primeira vez em muito tempo, manter o meu amor próprio e esperar para ver o que me estava reservado. Este ano fui sobrecarregada, foi-me exigido muito e muito depressa e tive um medo imenso de falhar (um medo que me é tão comum). Mas consegui corresponder às expetativas e provar acima de tudo a mim mesma que conseguia, que estava à altura, e que tinha, sim, muito valor.
Este ano descobri que algo com que nunca tinha desejado, de repente me fazia sentido. E aqui a expressão "fazer sentido" encaixa na perfeição, porque foi isso que aconteceu: de repente tudo encaixa e há um sentimento de plenitude que não deixa margem para dúvidas. Mas aceitei que aquilo que eu sinto é apenas aquilo que EU sinto, e ter a ilusão de que se sabe ou suspeita o que o outro sente ou quer é, no mínimo, um ato de ingenuidade.
Este ano permiti-me a dizer não e a dizer sim, apenas e só consoante a minha vontade,  sem me culpabilizar por não corresponder às expetativas dos outros. Permiti-me a fazer mais do que me faz feliz, mesmo que isso signifique não fazer nada. Permiti-me a relaxar quando pude, e dar tudo de mim quando antes certamente acabaria por ceder por comodismo ou cansaço.
Este ano fiz 30 anos, o que, para mim foi um marco.
Sinto que mudei, para melhor, e que o mundo também mudou à minha volta. Que a vida é assim mesmo, uma espécie de cólica que nos deixa a barriga às voltas, com fases de reviravoltas, contrariedades e imprevistos que provocam uma grande confusão.
Obrigada 2013 por me teres posto tanto à prova. Parabéns a mim por ter superado cada uma delas.
Venha daí esse 2014 e que seja SUPIMPA!!!
Feliz ano novo para todos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Levei uma tareia... e gostei!

Para desenjoar do tema das prendas, que a vida não é só feita de coisas materiais, também há que alimentar o espírito. E que melhor forma de mimar a alma se não dando mimo ao corpo? Pois, foi o que eu achei. Isso e as minhas costas feitas num 8, que me dão dores de bradar aos céus, graças a uma cadeira de treta na qual passo cerca de 10h por dia mal sentada, e de nas restantes horas me esquecer de manter uma postura decente. Conclusão: estou a isto de me tornar marreca, o que é uma chatice.
Vai daí, e como sou menina de gostar que me passem a mão pelo lombo, de quando em vez lá vou eu recambiada experimentar novas massagens. Há umas semanas foi a geotérmica, com as pedrinhas quentes para cima e para baixo, que me soube p'la vida. E este sábado fui, pela primeira vez, a um centro de massagens Tailandês. Fui avisada de que, embora a massagem fosse dentro da categoria "relaxamento", não era como as outras que tenho experimentado até então. As piquenas tailandesas (que são mesmo pequenas e falam baixinho e por isso enganam bem), têm a mão pesadota, mas fazem milagres!
Fiz uma massagem de 110m e saí de lá como se me tivesse passado um rolo compressor por cima... mas em bom. É certo que houve pontos daqueles mesmo ruins, sobretudo nas costas, em que me encolhi toda e soltei um "aiiiii que doi!" muito timido, com vergonha de ser mariquinhas... Mas valeu bem a pena! É fantástico e recomendo totalmente.
No dia seguinte acordei com as costas um pouco doridas, mas nada de especial... e diz quem sabe que é normal e bom sinal. A minha próxima experiência será no campo da reflexologia. Não sei explicar o que senti quando a pequena tailandesa me pressionou em determinados pontos dos pés, da cabeça e testa... um alívio brutal, como se toda a tensão e stress e cenas pesadas que carrego comigo no dia a dia se alojassem exatamente ali, e quando a pequena lá carregou... puuuuuf!!!! Ai, fazia já outra hoje...

sábado, 19 de outubro de 2013

Wishlist #4

Sou fã de galochas. Não de todo o tipo, que há umas quantas que, por mais caras e da marca xpto que possam ser, continuam a parecer-me botas de pescador ou jardineiro, pesadonas e feias. Mas há modelos cada vez mais leves, femininos e que se podem conjugar com vários tipos de roupa. Desde leggings e skinny jeans, a calções ou saias. Há pouco tempo tive um téte à téte com a coleção das Havaianas e fiquei cheia de nervos porque só queria trazer todas para casa. Têm canos com 2 tamanhos: médio e longo, e as cores estão cada vez mais giras! A foto foi tirada por esta que vos escreve e não está lá aquelas coisas... mas vão por mim que são uma perdição!
 

Assim de repente  gostava muito, mas assim muiiiito, que estas viessem dar cor aos meus dias cinzentos!

 
Havaianas. PVP: Cano longo 55€; cano curto 50€.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Wishlist #3

Para completar o look anterior, e porque nunca são demais, gostava muito de me passear pela minha rica casinha com uns destes:

12,99€

 
... ou destes:
9,99€
... ou ainda destes:
9,99€

 
Todos da Oysho

Wishlist #2

Hoje era um daqueles dias em que eu pagava para não ter de sair de casa. Ando cansada (muito, mas assim muiiiiiiiiiiiiiiito mesmo), e dava tudo para poder ficar no meu ninho, a deambular entre o sofá e a cama, na paz do Senhor.
Quando fecho os olhos vejo-me nesse cenário, mas com este belo outfit! Este robe-panda é só a coisa mais fofinha (não só de cutxi cutxi mas de toque mesmo que eu já lhe passei a mão pelo pelo)! Já me estou a imaginar a recriar uma nova espécie de panda, que hiberna, enrolada no meu sofá nos sábados e domingos de chuva e agarrada a um pedacinho de bambu... ahhh.... maravilha!



Oysho. P.V.P: 29,99€

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Wishlist #1 - (Este ano não vou ser burra)

Passo 364 dias a queixar-me que não tenho nada para vestir, que queria tanto isto e aquilo, e que giro que é não sei quê, e que gostava tanto de não sei que mais... Mas quando chega a altura de poder pedir qualquer coisa (a.k.a aniversário e Natal que, por acaso, até calham no mesmo mês), nunca sei o que responder.
De maneiras que este ano, e visto que já estou totalmente em modo Natal e só vejo coisas giras à minha frente e quero tudo e mais alguma coisa só porque sim, resolvi começar a fazer a minha Wishlist bem cediiiiiiinho, para não terem a desculpa de "ah e tal que tu nunca dizes o que queres e por isso é tão difícil e o camandro".
Para as 4 pessoas que me lêem e me conhecem, se quiserem mandar um miminho dos que aqui vou espetar, estejam à vontade. Para as outras que cá vêm parar sem querer, ficam só a saber de coisas giras que andam por aí e que podiam ir morar lá para casa, que eu não me importava.
Vá, no fundo no fundo, isto serve mesmo para eu me orientar e ver que prendas vou dar a mim mesma, porque eu mereço!
Então, para começar em grande, deu-me na cabeça que quero.... uma Yammi!
Sim senhores, uma Yammi. Não é uma Bimby. É uma Yammi. Primeiro porque o nome é mais giro. Segundo porque é mais barata. Terceiro porque o meu rico namorado/chef tem cozinhado consideravelmente menos devido ao horário tardio a que chega a casa, e eu achei por bem chegar-me à frente. Não do fogão, que é coisa que me dá nervos, mas de uma alternativa que me dê o mínimo trabalho possível, mas que faça um brilharete e de mim uma Chef com, no mínimo, 4 estrelas Michelin.
Portanto, é isto. Uma Yammi. Eu sei que ninguém estava à espera que o meu primeiro desejo fosse direitinho pr'á cozinha... (nem eu!). Mas é assim, vou fazer 30 anos, estou crescida, há que definir prioridades, e enfim, comer acho que é daquelas coisas que parecendo que não... faz falta.


À venda no Continente. P.V.P: 349€

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

É por isto que as 2feiras me custam tanto

Sábado:
- Dormi até às 12h.
- Fui arranjar as mãozinhas e os pezinhos.
- Fui fazer uma massagem geotérmica, aquela com pedras quentes, nas costas (que é SÓ das melhores massagens de sempre).
- Jantei sushi.
- Vi o Justin Timberlake e o Ben Afflek juntos (no cinema... bah!)

Domingo:
- Dormi até às 12h.
- Almocei coisas boas em casa dos sogros e recebi beijos e abraços daqueles mesmo muito apertados da sobrinha mais velha (que a mais nova ainda não é dada a essas lamechices).
- Lanchei um croissant de chocolate da Portela.
- Enchi a sobrinha Tita de beijos (e não levei grande troco porque ela ficou mais vidrada no Tiiiio).
- Esbardalhei-me para cima do sofá a ver programas de domingo à noite onde não penso em absolutamente nada e falo mal de tudo e todos, até adormecer...

Perante isto, não hei-de ter um piqueno ódio a uma 2ª feira cheiiiiiiiiia de trabalho?? Huuumpf!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Digam-me de vossa justiça!

Com os elogios e comentários tãooooo queridos que fui recebendo, ficou no ar a pergunta que deu o mote ao meu regresso: "O que mudou com a chegada dos 30? O antes, o durante e o depois?"
Hoje uma amiga faz 35 anos e disse-me que sentiu que não viveu os 34 "em condições". Que ficou numa ansia tal pelo número redondinho, que desde o ano passado já estava a pensar nos 35.
"Disparate!", respondi-lhe eu. E depois pensei: "Realmente comigo aconteceu mais ou menos o mesmo. Acabadinha de fazer os 29 e só pensava: estou quase nos 30"... whatever that means...
Eu acho que a culpa é dos meus irmãos, que desde os 23, mais coisa menos coisa, me chamam de cota e dizem que estou quase a fazer 30, como se fosse sinónimo de que me vou transformar numa abóbora.
Mas tirando isso, não percebo muito bem de onde vem esta inquietude geral em torno do número redondinho...
E vocês, percebem?

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O poder do elogio

Não tenho facilidade em aceitar elogios. Não que duvide da sinceridade de quem mos dá, mas porque não sei como reagir. Ou melhor, sei que quando acontecem cara a cara fico corada e sem saber o que dizer. Quando são por escrito, (como foi o caso desta manhã, ao ler o comentário que fizeram ao meu post anterior), fico literalmente sem palavras. E fico um bocadinho a saborear cada palavra. Porque acredito que são palavras genuinas, desprovidas de qualquer tipo de interesse, apenas uma partilha, um elogio puro.
Hoje, ao saber que alguém "devorou" um blogue que está praticamente em coma induzido há meses, do qual me desliguei , mas que já foi tão importante para mim porque na verdade contém, literalmente, grande parte de mim, e talvez a parte menos boa, da fase menos boa da minha vida, tive mais uma vez a certeza de que nada acontece MESMO por acaso. Se calhar este comentário foi o empurrão que eu precisava para voltar a escrever aqui. Se calhar continua a fazer sentido a partilha, a verdadeira razão pela qual criei e alimentei o blogue. Mesmo quando achei que já não tinha/não me apetecia/não queria/não me dava jeito continuar a escrever aqui, nunca tive coragem para acabar com este espaço, e ainda bem.
Ainda bem também que, seja de que forma for, toquei em alguém, de forma igualmente genuina, desprovida de qualquer tipo de interesse ou expetativa. Ainda bem que as minhas palavras fazem sentido mesmo para quem não me conhece, mesmo quando sou evasiva, mesmo quando não posso chamar as pessoas e as coisas e os sentimentos pelo nome.
Obrigada, do fundo coração!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A 2 meses dos 30

Começa a cair-me a ficha... Vou fazer 30 anos. Sou adulta. Independente. Tenho o meu ordenado. A minha profissão que tanto gosto e orgulho me dá. Tenho uma vida boa, feliz.
Não sei o que vai ser diferente a partir daqui, provavelmente nada, mas sinto algo a mudar em mim.
Contem-me: sentiram-se diferentes com a chegada/passagem dos 30?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ficar sem chão (parte II)

É como quem nos tira o tapete e damos por nós a cair em câmera lenta, como desenhos animados, a ver o mundo girar à nossa volta, até batermos no fundo, sem dó nem piedade.
Dó e piedade também são sentimentos muito comuns quando se fica sem chão. É tão fácil sentirmos pena de nós próprios, e acharmos que somos vítimas de todo um complô do destino, que não nos pode ver finalmente com a vida encaminhada, sem grandes tumultos e felizes com aquilo que temos.
Não, de repente vem uma espécie de tsunami que arrasa tudo à nossa volta e lá nos deixamos ir, levados por aquela onda gigantesca que nos arrasta não sabemos bem para onde, e na verdade tudo o que podemos fazer é não oferecer grande resistência e deixar-nos levar... até certo ponto.
Fiquei sem chão por estes dias, e foi uma grandessíssima merda. Foi mesmo. Só eu sei a merda que foi. Eu, e quem me aturou. Felizmente pude dividir "o mal pelas aldeias", e em turnos rotativos tive quem literalmente cuidasse de mim. Porque quando se fica sem chão pensa-se que se fica sem nada. E precisamos que nos façam quase tudo. Como naquela cena do filme do Sexo e a Cidade em que o Big decide que afinal não vai casar com a Carrie, e ela vai arrastada e anestesiada para o México com as amigas e fica em modo vegetal durante um par de dias, sabem...? Foi mais ou menos isso que eu senti (não a parte do ter sido abandonada no altar, calma..).
Não precisei que me dessem sopa à boca, nem fiz curas de sono, mas a parte do "cuidar", do ter quem olhasse por mim, quem me arrastasse de férias para zona neutra, quem me ligasse logo pela manhã para garantir que eu saía da cama, quem me ligasse à hora de almoço para garanir que estava a comer, quem me ocupasse os finais de tarde para garantir que não estava sozinha, quem me ligasse até às 3h da madrugada, para garantir que ficava exausta de tanto falar e ia mesmo dormir, quem ficasse ao meu lado, em silêncio, enquanto eu chorava para garantir que não chorava sozinha. Tudo isso eu tive. E foi tudo isso que me fez perceber que ficar sem chão é uma grandessíssima merda, sim. Mas que ficar sem chão não é o mesmo que ficar sem nada. Na verdade fiquei com muito mais do que tinha. Mais certeza de que tenho grandes amigas, mais certeza de que sou mais forte do que pensava, mais focada em mim e nas minhas prioridades, mais consciente daquilo que eu tenho de mudar por mim, mais EU (sempre com a ajuda delas).
Isto para dizer que, quando se fica sem chão, fica-se sem muita coisa. Mas não é o fim do mundo. Ganha-se muito, aprende-se muito e tiram-se lições para a vida. E constroi-se um novo chão, devagar, um dia de cada vez, como um puzzle. As peças ocupam o seu lugar, encaixam, e formam um todo, que, depois da tempestade passar, faz de ti uma pessoa melhor.
Ficar sem chão é uma grandessíssima merda, mas se acreditarmos que foi preciso deitar tudo abaixo para construir alicerces fortes, paredes e um telhado, se no fim, o propósito for conseguir um Lar, tudo terá valido a pena.
Obrigada a todas (vocês sabem quem são) que me ajudaram a recuperar as peças, uma a uma, do meu puzzle, e a ter forças para reconstruir o meu novo chão! :)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ficar sem chão

É adormecer e, naqueles instantes antes de acordar, desejar ardentemente que tenha sido só um pesadelo e que, quando os olhos se abrirem, tudo esteja como sempre esteve, como deve estar.
E perceber, mesmo antes de a luz entrar, que não.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Pensamento do dia


E já falta pouco..... :)

sábado, 20 de abril de 2013

E porque um post nunca vem só...


Cá está, a foto do momento. Aquela que se vê em repeat em tudo quanto é facebook e instagram da vida.
Ora eu sou fiel ao lema: "Podes tirar a miúda da Serra, mas não tiras a Serra da miúda". E isto porquê? Porque eu passei grande parte da minha vida, diria uns valentes 20 anos, onde o conceito de praia se reduzia a uma quinzena em agosto. Durante o resto ano, pés na areia era coisa que só se via na TV. Quem vive lá prá minha zona deve saber ao que me refiro: temos lagoas lindíssimas, temos montes e vales de cortar a respiração, temos rios de água cristalina, temos pedras e pedregulhos onde se apanha sol, que nem sardaniscas coladas à parede, mas praia a sério, com areia branquinha, mar salgado com ondas e tal, não. Vai daí que só no pico do verão, nos benditos 15 dias que tinhamos para as chamadas "férias", é que se faziam 300km ou 600km ou mais de 1200 km, para se ir à praia na Costa da Caparica, no Algarve, ou numa qualquer cidade espanhola, na loucura, mas em AGOSTO, leram bem?
É por isso que, após mais de uma década de vida alfacinha, me continua a fazer muita espécie as pessoas que, ao primeiro raio de sol, passam das botas de cano alto e pelo felpudo para as sandálias, deixando à mostra todo um pé branco, quando tem cor (o meu por exemplo nem branco está... está incolor, uma coisa tipo medusa, assim pró transparente), ou vão a correr estender o lombo no areal mais próximo, e toca de tirar fotos ao bendito pé (quase sempre feio que dá vómitos, mas a isso já lá vamos), e a postar em tudo quanto é rede social, para que todo o mundo saiba que sim senhores já deram início à sua época balnear, em março ou abril, e por isso merecem uns 620 likes e "ai que inveja que eu tenho daquela porca que já está na praia e com o pé na areia." Não. Tudo isso é muito errado. Primeiro porque eu não tenho necessidade de ver 300 pés horrorosos a passar em scroll no meu mural. A sério, dispenso. Não sou fã de pés, muito menos dos outros, e acho fantástico aquelas pessoas que dizem: "Ah mas os meus são lindos e estão arranjadinhos,!"... não, não podes e ninguém quer saber disso. São pés, toda a gente tem dois e os teus não são lindos, tu é que te convenceste disso porque assim como assim os pés são aquela parte do corpo onde não se nota se engordaste 5 kg durante o inverno, ok? E depois porque é de uma falta de imaginação brutal... Ponham outra coisa, sei lá... o pâncreas, por exemplo! Ou o fígado. Que é tão cor de rosinha, tão lindo!
Moral da história: ténis, sabrinas, qualquer tipo de sapatinho fechado, com ou sem meia de vidro (já nem vou por aí...) existem por uma razão. Para fazer a passagem entre as meias de lã até ao joelho, para o coto de fora que ninguém quer ver. E outra: fazer praia em março ou abril é cool e motivo de inveja se for nas Caraíbas, ou em Bora Bora ou coisa que o valha. Na praia da Cruz Quebrada ou Caxias ou no Barbas é só triste, ok? Pronto.

Back to basics

Este tempo afastada da blogosfera não significou que me ausentasse enquanto espetadora do fenómeno, que cada vez mais parece ser pau para toda a obra. Aquilo que começou, há vários anos atrás, por ser uma espécie de diário público, onde quem tinha gosto pela escrita publicava o que lhe apetecia, passou a ser uma ferramenta de trabalho, onde cada um, à sua maneira, tenta encontrar um lugar ao sol.
Ser blogger hoje em dia é cool. Se for um blogue temático melhor. Ter um blogue de moda, beleza, lifestyle ou tudo junto, é quase como um free pass para se ser aguém admirável. Alguém que se queira ser, alguém por quem nos inspiremos, alguém em quem procuramos algum tipo de referência. Seja porque se gosta dos looks, das dicas de beleza, dos restaurantes, hoteis e praias por essa pessoa frenquentados. E mesmo quando não se gosta, há um lado hatter em cada um de nós, que faz com que se continue a ir lá espreitar o que aquela alma anda a fazer. Temos curiosidade. Uma curiosidade mórbida em saber o que se passa na vida dos outros. Para amar, odiar, ou simplesmente invejar.
Confesso que não sou leitora assídua de blogues. Já segui uns quantos, mas fartei-me. Ou porque perdi a paciência, ou porque, para mim, deixaram de ter graça, ou porque se tornaram montras de marcas, ou porque simplesmente passei a perceber como a coisa funciona, e reconhecer facilmente quem escreve apenas e só pelo prazer de escrever, e quem vê num blogue um negócio. Nada contra, simplesmente, not my thing. Mas tudo isto para dizer que também esta noção do rumo que as coisas estão a tomar, e honestamente, na banalização cada vez maior da blogosfera, contribuiu para o meu afastamento. Se calhar passei por uma crise existencial (Que tipo de blogger eu sou? O que faço aqui? Que tipo de blogue é o Meu Umbigo? Em que tipo de blogue eu quero que ele se torne?). E enquanto não obtive respostas, preferi não escrever. Até que comecei a sentir a tal saudade, de que falava no post anterior, e que me fez lembrar por que criei este espaço, há 5 anos atrás. Para ter um espaço onde pudesse escrever sobre o que me apetecesse. E, se possível, ter algum feedback. Porque sempre defendi que quem expõe publicamente alguma coisa, seja de que tipo for, pretende, acima de tudo, feedback e atenção. Foi o que eu fiz. Juntei-me com uma amiga e as duas fomos depositando os nossos devaneios para aqui. Era o Meu (nosso) Umbigo, e aqui podiamos dizer tudo o que nos apetecesse. Se houvesse quem achasse graça, melhor. Se não, não fazia mal. Porque nos riamos as duas dos posts uma da outra e isso era suficiente. Já passaram 5 anos e muita coisa mudou. Mas esta paragem fez-me perceber que a essência do blogue se mantém: não há um tema, não um negócio, não vendo nada, não procuro nada, não quero ser famosa, não quero receber prendas de marcas, não preciso de 70 comentários e 5000 seguidores, não vou criar uma página no facebook do blogue, não quero haters, não deixo comentários noutros blogues para que visitem o meu.
Escrevo aqui porque gosto de escrever. Porque me sabe bem. Porque me faz bem. Porque gosto de voltar atrás no tempo e procurar o que estava a acontecer na minha vida em maio de 2009 e ter algum registo disso. Porque é fantástico ler as minhas próprias palavras e perceber o quanto e como mudei. Porque um pouco da minha vida está aqui. E é por isso que, ainda que fique semanas, meses sem publicar nada, o blogue me continua a fazer sentido. Faz parte de mim, de quem eu fui e quem eu sou. A paixão pela escrita mantém-se. Mais forte, viva e presente do que nunca. É aquilo que faço todos os dias, tenho a sorte imensa de fazer no meu trabalho aquilo de que realmente gosto, e é aí que mato a minha sede pelas letras e pela atenção que a sua publicação me dá e certeza de que sou lida por muita gente. É por isso que o blogue continua igual a si mesmo, sem qualquer ambição de se tornar noutra coisa que não isto: "O Meu Umbigo".
Welcome back! ;)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pausa da pausa

 
 
Para dizer que não abandonei o blogue. E que vou voltar porque me faz muita falta escrever. Embora o faça todos os dias, a todas as horas. Não é a mesma coisa. Este é o meu espaço e sinto falta dele. Sinto falta de me ler, por mais egocêntrico que isto soe. Sempre encontrei na minha escrita o meu próprio reflexo, e sinto falta desse exercício. A todas as pessoas fofinhas que me dizem que continuam a vir aqui espreitar para ver se já voltei, muito obrigada. Não imaginam como é bom saber isso!
Até já! :)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Há fases assim...

Em que há tanto a acontecer, tão depressa e tão intensamente, que muito fica para trás...
O blogue tem sido uma dessas coisas, deixadas para 2º plano, juntamente com pessoas, situações e conversas pendentes, visitas e viagens adiadas.
Se disser que não tenho tido tempo estou a mentir. Tempo há sempre, mas nem sempre há vontade. E é essa que me tem faltado. Porque há prioridades, e é a essas que me tenho dedicado.
Não me esqueci do blogue, das conversas que tenho pendentes, das viagens e visitas que prometi fazer e ainda não cumpri.
Mas para tudo há o seu momento, e mais tarde ou mais cedo, ele acaba por chegar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Ser "assim" não é nada

A única coisa que se aproveita da polémica da Chanel da Pepa é este comentário brilhante do Miguel Esteves Cardoso, que vai muito além da polémica em si:

«Infelizmente, não é aceitável justificar alguma coisa com um simples "mas pronto, ela é assim mesmo". Ser "assim" não é característica nenhuma. Ser "assim" não tem valor. Todos, de uma maneira ou de outra, somos "assim", de alguma maneira, e isso não nos define como seres humanos. Dizer que se é "assim mesmo" é o princípio para aceitar tudo, e esse é o princípio do fim. (...) Querer justificar a futilidade apenas com o simples facto de que alguém é "assim mesmo" é preocupante."»

Quem diz futilidade diz teimosia, orgulho, egoísmo, imaturidade, impulsividade, arrogância, prepotência, azedume, ressabiamento, frustração... uma série de caraterísticas negativas, vulgo defeitos, justificados com essa bela expressão que me deixa o estômago às voltas, quando me pedem para desvalorizar, desculpar, deixar passar determinados atos ou palavras (ou a ausência dos mesmos) só porque "Já sabes que é assim...".
Sei que é assim. Mas isso não justifica nada. E não tenho que aceitar, compactuar, ou deixar passar em branco, e não deixo. Não deixo mesmo. Porque também para mim esse é o princípio do fim. Aceitar coisas não me fazem sentido, que magoam, ferem, provocam desgosto ou grande desconforto, para mim, é contra-natura. É ser quem não sou. E já agora, eu não sou assim.