quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Como curar a neura que afinal não foi embora:


- Arranjar mãos e pés
- Corte radical no cabelo
- Fazer madeixas
- Depilação
- Massagem relaxante
- Sessão de bate-perna no shopping
- Experimentar botas e mais botas e mais botas
- Comer sunday de chocolate com amêndoas
- Chegar a casa e não ter de fazer absolutamente nada a não ser estar linda e maravilhosa, com mil sacos de compras novas, e dar mimos ao namorado.

Se fiz isto hoje? Não. Agora pensem.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Super Selinho


A Miss B-Beautiful teve a bondade de prendar o Meu Umbigo com este Super Selinho!
Juntamente com o selinho vêm as regras do costume, e apesar de não ir muito à baila com regras, acabei de beber um chá "Noite Tranquila", estou mansinha... por isso vamos lá:

Regras:

1. Dizer o nome do blogue de onde foi tirado o selo e comentar o mesmo:
Do blogue Something Beautiful, tenho a dizer que sou visita diária porque é positivo, boa onda, com imagens giras, faz-me rir, e tem neuras e paranóias parecidas com as minhas, o que é bom para não me sentir uma E.T.
Ah! e também gosto dos bijus que ela faz! Espreitem por lá que vale a pena!

2. Dizer se alguém tem um valor Super na sua vida, e quem:
Tenho a sorte de ter uns Super Irmãos, um Super-Namorado, e umas Super Amigas.

3. Se pudesse ter algum Super Poder, qual seria?
Adorava ser invisível quando me desse na real gana!

4. Passar a três blogues.
Esta nunca costumo fazer, mas o chá deve estar mesmo a fazer efeito. O Super Selinho segue para:
- Miss Kitty e as suas Perturbações de (Hu)amor
- Kikas e Podes fugir mas não te podes esconder
- The geek in the pink e Life sketch

Prontinho. Portei-me bem, não portei??
Mais uma vez obrigada Miss B-Beautiful, são estas super coisinhas que fazem a diferença.

Carta de Paulo Sousa e Costa para o filho Paulinho

Porque há palavras que nunca deveriam ter de ser escritas, pensadas, sentidas. Aqui.

A aparição do Baby Ronaldo


Está a ser mais badalada do que a da Virgem aos Pastorinhos!
Alguém me explica o porquê de tanta loucura pelo facto de a D. Dolores ter passeado com o netinho, pela primeira vez??
Eu não morro de amores pelo Cristiano Ronaldo. Nada mesmo! Nem como homem, (acho-o medonho), nem como figura pública, (não é exemplo positivo para um mundo inteiro de fãs que acaba por idolatrar um homem que não sabe falar, não se sabe vestir, não sabe estar, e tem um ego que dá a volta à galáxia), nem como jogador (acho-o sobrevalorizado e com mais fama do que aquilo que faz, de facto, dentro das 4 linhas).
E quando digo que não percebo a loucura em volta do facto, não é no sentido de a TV Mais ter feito um exclusivo de 10 páginas, por ter sido a primeira e única revista até ao momento a conseguir fotos do Ronaldinho. Isso também foi loucura com outras celebridades, e não tenho duvidas de que vai vender como pãezinhos quentes, porque para muito boa gente, isto é realmente uma notícia digna de ser escarafunchada e especulada ao máximo, porque convenhamos, é o filho de mãe incógnita do Cristiano Ronaldo!! (???)
O que eu não percebo é porque é que estão 4 alminhas na Sic a discutir se isto terá sido um golpe do Cristiano, se a D. Dolores desobedeceu às suas ordens e levou o neto a passear à revelia do pai, se estarão agora chateados, se o passeio foi ingénuo e normal para o miudo apanhar ar, se estava mais do que montada a situação porque só a TV Mais é que lá estava, se o Ronaldo deveria continuar a esconder o filho, se a paternidade logo a seguir ao mau resultado de Portugal no mundial e à má prestação individual e comentários despropositados de Ronaldo não veio a dar muito jeito para acalmar os ânimos dos fãs, se ele devia ter comunicado ao mundo via facebook que tinha sido pai, se não era melhor ter guardado em segredo a sua paternidade e daqui a uns aninhos é que vinha dizer "Ah, a propósito, tenho um puto charila lá em casa que é meu filho, mas só me apeteceu contar agora, que ele vai entrar para a faculdade!," terminando com chave de ouro, especulando que o miudo, além de roliço é muito moreno, e que pode ser filho de mãe preta.
Ora minh'alma fica parva porque isto é o verdadeiro encher chouriço à pala do Cristiano que se está bem a borrifar para esta gente toda e simplesmente faz o que lhe dá na real gana, e não dá satisfações a ninguém, porque pasmem-se, não tem que dar!!
Como estava tão farta daquela conversa mudei de canal, para a TVI, onde em rodapé leio: "Boi lança o pânico na região oeste".
E é isto o nosso Portugal.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gordos e Magros


Acabo de ouvir a Ana Marques dizer numa reportagem da Sic sobre Gordos e Magros, algo que eu sempre disse e que nunca me levavam a sério. Dizia ela, tal como eu disse muito tempo, que aos gordinhos raramente se diz que estão gordos. Olha-se de lado, comenta-se baixinho ou nas costas da pessoa em questão, mas nunca directamente na cara. Enquanto que com os magros há um à vontade que acaba por ser descriminatório, na medida em que se parte do princípio que as pessoas são magras porque querem, porque fazem dietas malucas, porque têm a mania que querem ser modelos, porque têm distúrbios (que sendo o caso deveriam ser respeitados mas não são, e são vistos como manias), porque acham que é moda e beleza ser demasiadamente magro.
Eu fui magra quase toda a minha vida. Mesmo magra. E sofri muito com isso. Porque os comentários, frontais e directos eram constantes: "Tu vê se comes! Estás um pau de virar tripas! Estás com ar mesmo doente! Não tens cara nem para levar uma chapada! Estás mesmo muito magra! Não emagrecas mais por favor! Achas que estás bem assim? Não estás! Já foste ao médico?"
E sim, eu ia ao médico e era perfeitamente saudável. E sim, comia de tudo e mais alguma coisa, até explodir, até não aguentar mais, até chegar a um ponto em que comia todas as porcarias, doces, guloseimas, feijoada ao jantar e mais um prato antes de ir para a cama, ingerir o máximo numero de calorias que conseguia, só para engordar uns míseros 2kg.. e nada. Porque o meu metabolismo era muito rápido, porque eu queimava tudo depressa, porque sempre fui magra e porque simplesmente era assim! Não fazia nada por isso, e custou-me muito, horrores mesmo, ter passado toda a minha adolescência, até aos 23 anos mais ou menos, a pesar menos de 50kg, a vestir 32 nas calças da Bershka e a comprar camisolas XS da Zara. E queria engordar, queria ganhar mais formas, que ainda assim sempre tive sorte de ser uma magra com rabiosque e maminhas, mas claro que queria mais. Mas não conseguia. E de cada vez que me diziam que estava mais magra, e por cada comentário do género acho que emagrecia uns 500g só dos nervos, e que me custavam eternidades a recuperar.
Muitas foram as vezes em que me senti mesmo revoltada, a propósito do que a Ana Marques acabou de dizer, porque tal como eu era magra demais, havia amigas minhas, da mesma idade, que eram gordinhas, que tinham uns kilinhos a mais, e que se viam negras para os perder. E a elas, tirando os pais e avós, não ouvia mais ninguém tecer aqueles comentários directos e ofensivos!
É por isso que, hoje em dia, e com peso de gente normal (agora com pneus aqui e ali e mortinha por perder uns 2 ou 3 kg), muitas vezes continuo a sentir-me magra por dentro, e tenho medo de voltar a ser como era. Continuo a olhar para as miudas magrinhas e encolhidas com empatia e não disparo comentários sobre o peso, nem a gordas nem a magras, porque se há alguém que tem noção do seu corpo são essas pessoas, e não precisam que venham os outros, frustrados com qualquer outra coisa das suas vidas, apontar o dedo e chamar à atenção para aquilo que eles vêem sempre que se olham ao espelho.

Das amizades


Coisa complicada...
Dá-se muito e muito se espera em troca. Quando esse muito não chega, sabe sempre a pouco.
Sinto-me em falta com algumas amigas. E sinto que outras estão em falta comigo. Não é fácil encontrar um meio termo, mas é possível. Sempre disse que era possível. E naquelas em que me sinto em falta, sou a primeira a assumir a minha culpa, a minha responsabilidade, a saber onde e porque falhei. Já o contrário tenho a leve sensação que não acontece. E isso chateia. Deixa-me triste, e com um peso na consciência que não é meu. Que parece que transporto por solidariedade, porque não me sinto bem assim, porque as amizades deviam ser mais do que isto e devia fazer-se mais por elas, quando valem realmente a pena. E eu quero acreditar que valem.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Neura


Normalmente é um estado de alma com o qual já acordo. Em dias de neura das duas uma: ou levo tudo à frente e descarrego em cima dos mais próximos (quase sempre só do meu namorado) tudo e mais alguma coisa que me lembre que possa ser, ou não, a razão da minha neura; ou fico na famosa bolha, sem me apetecer falar, ouvir, estar com ninguém.
Hoje deu-me para a segunda opção. E então cá estou, em modo "silêncio dos inocentes", que é como quem diz, "é bom que não me tirem a máscara das trombas senão desato às trincas a toda a gente".
Nada a fazer. É esperar ( e rezar) para que passe.

sábado, 25 de setembro de 2010

Quim canta p'ra mim!


E agora já não posso dizer que nunca me dedicaram uma música.
Ontem foi o dia: Sr. Quim Barreiros, sem esquecer a conversa que tinhamos tido, começa uma das minhas músicas preferidas do seu longo reportório, "Insónia", evocando o nome desta que vos escreve!
Que bonito que foi, opá!
Se eu já gostava do senhor, depois destes dias de convívio, fiquei a ser sua Fã!! Estou a pensar até criar um movimento de groupies do Quim Barreiros, e começar a acompanhá-lo por este Portugal fora.
Tio Quim, um grande bem haja pela risota, pelo jantar, pela boleia, pelas fotos, pela música e pelo belo concerto que me deixou derreada, mas de barriguinha cheia de tanto vira e corridinho!!
Volte sempre!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tou mapassar!!!


Se eu vos disser que tenho um arrumador de carros a apitar com uma daquelas cornetas que se levam para os jogos de futebol, tipo dos camiões Tir, que emitem um som brutal, ensurdecedor e de enlouquecer, desde as 8:30h até agora, praticamente sem parar, vocês acreditam?
Eu juro que não estou a exagerar. O homem ainda não parou um bocadinho. Não se cala com aquilo. Pára quando lhe dão as moedas e a seguir volta a atacar com a corneta!! Estou a entrar em desespero. Já fui 2 vezes à janela mandá-lo calar. E depois escondo-me, que o gajo tem mesmo ar de doido e se me apanha na rua pode-se dar uma desgraça e eu gosto de cá andar! Já ouvi várias pessoas a apitar nos carros, que, ao pé do som da corneta dele, são meros zumbidos. Já vi uma mulherzinha (as mulheres nisto têm muito mais coragem do que os homens, realmente) ir lá falar com ele, e suponho que lhe tenha pedido educadamente para ele parar com aquilo, ao que o xunga mitroso virou as costas e apitou mais uma vez.
Não entendo como é que ninguém faz nada! E entendo ainda menos como é que a corneta ainda funciona??!!! Todo o santo dia!! Sem parar!!! Estou a enlouquecer, juro que estou. E não sei o que faça. Sei o que me apetecia fazer, que era descer do salto e mandá-lo enfiar a corneta num sítio que eu cá sei!! Mas para além de eu ser uma senhora e não ter este tipo de linguagem, não me apetece que me partam um bracinho ou dois quando sair de casa, ou me destruam os sacos do pingo doce quando vier das compras.

Da vida a dois #2


Enquanto ele dormia, olhava para o seu ar sereno e tranquilo, o sorriso que nem assim desarma, a paz que sei ser igual à minha quando também estou a dormir. E de repente percebi que nunca procurei nele o Homem perfeito, "O Tal", com aquelas características que antes, em conversas de amigas, enumerávamos e dizíamos serem essenciais no nosso futuro mais que tudo. Na verdade, não procurei nada nele, absolutamente nada. Tal como não estava à procura em mais ninguém. Estava sozinha há algum tempo, tempo esse que me estava a saber bem, um tempo meu, só para mim, onde não tinha ainda sentido falta de ter alguém na minha vida, tão pouco espaço para deixar esse alguém entrar. Tenho muitos medos daqueles grandes, que bloqueiam, que congelam, mas o medo de ficar sozinha, de não encontrar alguém que gostasse realmente de mim, medo de ser a solteira do grupo, de ver os outros emparelhados e eu aparecer sozinha, de estar sozinha na minha casa por tempo indeterminado, de não ter a quem dar prenda no Natal, aniversários e dia dos Namorados... nunca foi sequer preocupação para mim. E acho que isso sempre contou muito a meu favor, porque nunca me fez ser ansiosa nos relacionamentos, no sentido de pensar "se isto acaba amanhã, não sei como vai ser!". Dei as minhas cabeçadas, fiz as minhas más (péssimas!) escolhas, mas sempre foi tudo de forma muito consciente, e mesmo no pior dos cenários, sempre me movi muito mais por capricho e teimosia do que por carência.
Foi neste estado de alma que o encontrei e ele a mim. Puro acaso, não era suposto ter sido assim. Não imaginava sequer que pudesse vir a ser assim. Mas foi... E o facto de nunca ter procurado, imposto, querido saber demais, entrar demais, estar presente demais, foi aquilo que o aproximou demais de mim. E fez com que me fosse dando cada vez mais de si, revelando-se, conquistando terreno no meu coração e na minha admiração. Hoje olho para ele com Amor, mas com muita admiração e orgulho. Pelo Homem que é, pelas qualidades que tem, pelos carácter que o define, pelos valores com que se rege, pela educação extrema, pelo coração enorme, pela dedicação em tudo o que faz, pela transparência, pela sensibilidade. Por tudo o que eu não procurava e nele encontrei, sem esperar. E sobretudo e acima de tudo, pelo que ele fez em mim: mudou o meu mundo, devolveu-me a alegria, a segurança, o acreditar em mim mesma, não duvidar de mim, das minhas capacidades e do meu bom senso, abalou todas as minhas estruturas e fez-me ver a vida, as pessoas, as amizades, a família, as obrigações, o futuro, os sacrifícios com outros olhos. Fez de mim uma Mulher melhor, mais preenchida, mais feliz, mais equilibrada, mais assertiva, mais carinhosa, mais atenta, mais segura. E essa é a grande diferença entre estar com alguém de quem gostamos e que achamos gostar de nós, mas que não muda nada na nossa vida, não nos abala, não nos faz crescer, evoluir, avançar, não nos empurra, não nos dá vontade de fazer mais, querer mais, e sobretudo dar mais de nós, dia após dia, e que nos faz ter a clara noção de que existia um "Eu A.D" (antes dele) e um "Eu D.D" (depois dele). Essa é a grande diferença entre as relações que têm futuro e aquelas que, eventualmente, acabarão por não dar em nada, mais uma experiência, uma fase da vida em que aprendemos (ou não) com aquilo que vivemos.
É estar consciente de que o futuro é incerto, mas que o presente é sólido e nada nos vai faltar ao lado dessa pessoa. Que ela quer o mesmo que nós, estamos em sintonia, no mesmo patamar da vida, não temos de esperar um pelo outro, não temos de fazer com que ele mude, não temos de o moldar, não temos de ensinar nada, não temos de lutar para que as coisas se encaminhem como nós idealizámos, sonhámos, queríamos. Simplesmente as coisas encaixam, as vontades, os desejos, os sonhos, os objectivos. E sim, ensinamos e aprendemos muito um com o outro, lutamos diariamente de forma natural para que a relação não arrefeça, e acabamos por mudar, sem dar por isso, para melhor, porque é algo natural e instintivo, porque gostamos o suficiente um do outro para caminharmos sempre no mesmo sentido, de olhos fechados, sem GPS. Sem ter que me contentar com o facto de ele só poder dar até certo ponto, só avançar até certo ponto, só querer e gostar até certo ponto, só estar preparado até certo ponto.
Do Amor não sabia grande coisa, mas sabia o suficiente para perceber que quando é a sério é a 100%,. Para os Homens e para as Mulheres, não há distinção. É dar tudo, avançar em tudo, querer tudo, estar preparado para tudo. Sem reticências, sem ponto e vírgula, sem argumentação, assim, inexorável.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Agora é que foi!!


Um grande bem haja, Verão de 2010.
Foi tudo de bom, gostei muito, passei dias e noites fantásticas, com direito a muito banho de sol e de mar, muito mergulho na piscina, muito passeio, muito gelado, muita caipirinha, morangoska, poncha, nikita, sangria e até cerveja! Foram as viagens, curtas e compridas, as noites quentes, os sabores orientais, as cores vivas, os cheiros fortes. Os abraços intensos, os beijos doces e salgados, as fotos, os bikinis (o último o mais bonito de todos), a música dia e noite, os jantares temáticos, os churrascos, as patuscadas, os passeios de jipe, as albufeiras e as praias paradisíacas. Foi um resort sempre cheio, de vida, amizade, rir e muito rir!! Foi a famíla. A nova, toda junta, cuidar deles e eles de mim.
Não me faltaste com nada, nem tenho nada a reclamar! Agora vai lá para outras paragens que hoje, finalmente, senti o Outono chegar até mim.
Calcei as meias porque já sabe bem, fechei as janelas para a chuva não entrar, vou dormir tapada com o lençol, e nem me importo de sentir aquele arrepio na espinha, para me lembrar que agora sim, agora é que o Outono já chegou!
Pois que venha, e me faça tão feliz quanto o Verão fez.. eu vou fazer por isso!

Miss u Girls!!!


Sabem o que é que me anda mesmo a apetecer???
Fazer uma Pijama Party!! Sim, como quando tínhamos 13 anos e íamos dormir a casa umas das outras (acontecimento raro no meu caso e que implicava semanas de comportamento exemplar, muito pedinchar, lágrimas constantes, e telefonemas diários das amigas numa espécie de massacre para vencer a minha Mãe pelo cansaço!).
As últimas que fiz já era bem crescidinha e apesar de dormirmos em casa umas das outras, a Party acontecia na rua e quando chegavamos a casa, podres da noitada, era cada uma a falecer para o seu lado e puuff!
Pois o que me apetecia era fazer uma Pijama Party à seria! De pijama mesmo, em casa, "sossegadas", a comer porcarias (pizza, batatas fritas, cheetos, tiras de milho, bolo, pipocas, panquecas, crepes, gelatina, gomas, rebuçados), a beber porcarias (vinho branco, tinto, rosé, martini, cerveja, minis, coca cola, seven up, ginger ale, ice tea, água), com música de todo o tipo que nos apetecer, (samba, forró, axé, kizomba, funaná, salsa, merengue, pop, rock, funk, hip hop), a ver repetições dos melhores episodios das nossas séries preferidas ou novos episodios que ainda não estrearam (Sex and the City e Grey's Anatomy), a fazer penteados, manicure, pintar as unhas de verde, amarelo e azul (só na pijama party, nada de sair para a rua assim!), e falar mal de ex namorados, contar cusquices, revelar segredos, e rir... rir... rir muiiiiiitoooo! Tenho saudades de estar com as minhas amigas todas, sobretudo aquela que a última vez que vi estava vestida de noiva, há mais de um ano, aquela que não vi a barriga crescer e que hoje é uma Mãe babada e cuja bebé linda só ainda vi por foto), aquelas que só vi no Natal e na Páscoa e de quem tenho tantas saudades... e depois aquelas com quem estou mais vezes, porque estão mais perto, porque não tenho 300 km a separar-me delas, mas que ainda assim não estou tantas vezes como gostava.
Se eu pudesse pedir um desejo agora era esse: juntá-las todas numa espécie de Big Brother do Gajedo!!!
Isso é que era ser recorde de audiências!!!!

Muito Eu


Não sei se é pela mudança de estação, pelos dias mais frescos, pelos últimos acontecimentos de que aqui falei, por ter andado estranhamente mais calma e introspectiva, se pela foto de 2005 que encontrei perdida num e-mail que me mandaram... dou por mim a olhar para o espelho e a perceber que mudei. Mudei por dentro e hoje quase que o consigo confirmar por fora.
O meu olhar mudou, a minha postura mudou, as minhas mãos mudaram, as feições também.
Hoje encontro um olhar vivo, de um brilho que há muito não dava sinal, mas ainda assim mais sereno, mais tranquilo. Também na forma de estar com os outros, de viver os seus problemas, preocupações, medos, me vejo mais passiva, mais tolerante, a ouvir mais e falar menos, a saber dar espaço e tempo (que nem sempre é o mesmo que eu preciso para mim) para que os outros vivam a sua própria realidade, antes de me manifestar seja de que maneira for, a ser mais espectadora do que interveniente. Olho para as minhas mãos e acho-as mais bonitas agora, com sinais que antes não tinha, ou nos quais não tinha reparado. E sobretudo gosto de olhar para elas mesmo sem verniz, naturais, só minhas tal qual como elas são, sem me sentir despida ou insegura como antes sentia quando não estavam pintadas. Olho para o espelho e encontro traços na minha cara que me fazem lembrar o rosto dela, no sorriso, naquela ruga igualzinha à dela entre as sobrancelhas, castigo de passarmos a vida a franzir o olhar e fazer cara de má, Vejo o meu nariz, que sempre achei torto, e acho-lhe graça porque a minha avó faz questão de dizer que sou a única que tem o nariz do meu avô, acrescentando: "E que lindo nariz!".
Não sei se é da mudança das estações, das mudanças da minha vida, da paz interior que sinto e que é uma novidade, do ego que todos os dias é alimentado com amor, amizade, orgulho e companheirismo, e que me relembram quem sou, e o valor que tenho, sem que eu precise ou espere por isso. Não sei se é porque o tempo passa depressa e sinto vontade de tanta coisa que antes não sentia, não pensava sequer, e que me fazem perceber que já sou, de facto, uma Mulher.
Mesmo de All Star, calças de ganga largas, a pular e a fazer figuras pelos centros comerciais, sou hoje uma Mulher muito mais preenchida, tranquila, e com a capacidade de olhar para mim tal qual como sou. Sem fantasiar, sem embelezar, sem querer ser ou parecer aquilo que não sou. Sem me importar com o que pensam de mim, sem me esforçar para agradar, sem medo de por ser eu mesma em toda a minha essência, venha a perder quem diz gostar de mim.
Porque quem gosta a sério, gosta exactamente de tudo isto que eu sou sem perceber que sou, sem o mínimo esforço para ser mais nem menos do que isto.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Também sei como é não saber...

Li agora a triste notícia de que o filho de 7 anos de Paulo Sousa e Costa, namorado de Carla Matadinho, morreu hoje vítima de uma leucemia rara diagnosticada apenas esta 2f. Fiquei completamente arrepiada, e com aquela sensação de murro no estômago, de perceber que injustiças como esta acontecem todos os dias, a toda a hora, a toda a gente.
E lembrei-me que, mesmo já tendo lidado de perto com a morte, há coisas que não sei como são. Sei como é perder os dois avós maternos no espaço de 28 dias; sei como é perder o avô paterno por negligência médica,;sei como é perder a pessoa que mais amava no mundo, a minha Mãe, em 15 dias de total impotência e terror. Mas não sei como é perder um filho. E apesar de ainda não os ter, tenho irmãos, que amo mais que tudo, e que sinto quase como filhos de tanto amor e preocupação que lhes tenho.
Por isso sei como é estar deste lado, onde não se sabe como é, e quando lemos notícias destas a primeira coisa que se faz é: "Nem quero pensar se fosse comigo! Não quero pensar!!".
E não se pensa mesmo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu sei como é...

Quando soube que a mãe dela ia ser operada, estávamos dentro de um intercidades a caminho de Lisboa para a despedida de solteira de uma amiga nossa.
Ela saíu na estação seguinte e voltou para trás.
Quando soube que a mãe dela tinha morrido, tremi da cabeça aos pés e pensei que ela devia estar a sentir a maior dor do mundo. Fui ter com ela, abracei-a, fiquei em silêncio e desejei nunca mas nunca na vida passar por aquilo.
No dia do funeral da mãe dela a minha Mãe também foi, também a abraçou, também chorou com ela, por pena dela, por também ela já saber que aquela era uma das maiores dores do mundo. E lembro-me de ter olhado para a minha mãe e a ter abraçado ainda com mais força, e me sentido a pessoa mais sortuda do mundo por tê-la ali, ao meu lado.
No dia em que a minha Mãe morreu, ela estava à minha espera, abraçou-me, ficou em silêncio e em silêncio eu percebi que ela me dizia "Eu sei como é...".
No dia do funeral da minha Mãe, ela estava lá, e dividia olhares entre a campa da mãe dela e da minha. Sempre com aquele olhar "Eu sei como é...".
Ontem soube que o pai dela morreu. Voltei a tremer dos pés à cabeça. Não falamos há algum tempo, a distância e o decorrer natural da vida afastou-nos um pouco, mas continuo a tê-la num lugar especial no meu coração, pelo muito que rimos em noitadas de há muito tempo, e pelas lágrimas que choramos juntas cujo sabor só conhece quem sabe como é.
Gostava de estar lá com ela, ao lado, em silêncio e abraça-la com força. Não ter absolutamente nada para lhe dizer, mas mesmo assim estar lá, porque no fundo é só isso que se precisa nestes momentos: que estejam lá, mesmo que não saibam como é.

Pequeno apontamento


Porque no fim de semana de descanso a leitura cor de rosa foi toda posta em dia, tenho a dizer que gostei muito do vestido de noiva da Nuria Madruga.
Do modelo do vestido, da saia de princesa, do véu de 4 metros, do buquet, do penteado escolhido, de tudo!
Mal vi a primeira foto percebi que era o conjunto com que me imagino a casar. Lá está, se nos meus sonhos tivesse tudo isto, de certeza que não fazia as birras de que já vos falei aqui e casava antes de acordar!!

Há dias assim...


Feitos de Encontros, Reencontros e Desencontros.
O primeiro, também o mais esperado, foi intenso, sincero e tão natural que ninguém poderia adivinhar ser de facto o primeiro.
O reencontro, com toda a carga que o passado carrega, foi nostálgico, mas visto com novos olhos, sentido com um novo coração, vivido com uma nova vida e encarado com uma nova garra.
Do desencontro, ficou simplesmente a desilusão e a certeza de que há esforços que não vale a pena serem feitos e coisas que não devem ser remexidas.
Há dias assim, que nos ensinam tanto em tão pouco tempo. E estes são, sem dúvida, os melhores.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Este fim de semana


A temperatura pode descer, o céu deixar de estar azul, encher-se de nuvens cinzentas e o sol nem aparecer.
Não me importo, não faz diferença, não quero saber.
Vou passear, sair de Lisboa, deixar a rotina, e namorar, namorar, namorar!
Façam o mesmo! Beijinhos e bom fim de semana!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Gala TVI- "Somos Portugal"

Não viram? Ontem, em mais um grande momento de televisão portuguesa?? Eu também não. Mas vi agora as fotos do evento e fico um pouco na dúvida se o nome "Somos Portugal" não deveria ter sido trocado por "Somos personagens de um filme de terror inspirado em contos infantis, mas de baixo orçamento."
Querem ver?
Cuidado que as próximas imagens podem impressionar os mais sensíveis.



Hosted by Capuchinho Vermelho e o Lobo Mau






Quem não faltou foi o Pinóquio disfarçado de cortinado, e o Gepetto





A Barbie e o Ken de Elm Street




Os Três Mosqueteiros da Charneca da Caparica




A Branca de Neve embrulhada num cobertor





Uma viúva alegre





Gomez e Morticia Adams





A bruxa má de mini saia




E para acabar em grande, provando que era mesmo um filme de terror, a Vanessa Fernandes casou!




E a Sofia Ribeiro e a amiga das bolas queriam ter ficado com o buquet



Aposto que a próxima gala da TVI vai ser inspirada n' Alice no País das Maravilhas... ou da Bimbice.

Crise?


Sempre fui poupadinha. Não forreta nem sovina, mas poupada. Não esbanjava dinheiro por aí além, e claro que cometia umas loucuras de vez em quando, especialmente em alturas de neura, que me dava para bater perna no shopping e vir de lá a arrastar-me com mil sacos em cada mão. Não tinha grandes pesos de consciência quando cometia essas loucuras porque pensava: "Bolas, não gasto dinheiro em cafés porque não bebo, nem em cigarros porque não fumo, não tenho vícios de mais tipo nenhum, nem gastos em coisas fúteis a não ser estes miminhos que estava mesmo a precisar!"
Nos últimos tempos a palavra de ordem tem sido "Contenção". Pois que valores mais altos se levantam, as prioridades são outras, penso muito mais no futuro a médio longo prazo, e há sacrifícios que vale a pena fazer agora, para mais tarde poder estar descansada.
Por tudo isto, o bater perna no shopping tem sido prática rara, as idas ao cabeleireiro quase bianuais, o ritual de arranjar as mãos semanalmente passou a ser quase mensal, e as depilações nem sempre esperam pelo tratamento XPTO da cera e das mãozinhas da Joaquina, lembrando-me que usar Veet de vez em quando não é o fim do mundo.
E não é, de facto, o fim do mundo. Mas custa. E sinto-me um bocadinho em crise. Sinto que pela primeira vez na minha vida olho para o dinheiro e para a estabilidade financeira com olhos de pessoa crescida. E não o faço porque agora estou mais pobre. Faço-o porque sei o quanto custa ganhá-lo, os sacrifícios que se fazem, o quanto é bom não depender de ninguém, não ter de dar satisfações nem pedir o quer que seja. O que não quer dizer que a minha qualidade de vida tenha diminuido, por fazer estes cortes, nem aumentado, por ser eu sozinha a gerir o meu dinheiro. Quer dizer que custa prescindir de coisas que antes me faziam superficialmente feliz, mas ao mesmo tempo percebo que é uma escolha da qual me orgulho imenso, que me preenche realmente porque me mostra a pessoa mais madura, mais consciente, mais responsável e mais segura que sou hoje.
Agora, acho que a verdadeira crise passou por mim antes, em forma existencial e de valores, e não a soube reconhecer.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Risqué, rica coisinha

É que é já a seguir!!


Ainda na onda das celebridades


E depois há surpresas boas e fofinhas, como por exemplo a Nicole Richie, personagem completamente louca ao lado da Paris Hilton, em "Real Life". Era vê-la a fazer coisas que não lembram ao diabo!! E já depois disso as polémicas também em relação ao peso dela, possível anorexia, magreza estrema, etc..
Eis que surge ontem, no programa da Ellen, linda e maravilhosa, mãe de dois pequeninos, uma mulherzinha crescida e.. normal!!
Ele há coisas...

Oh diabo!

O que é que aconteceu à Tyra Banks??

A defensora das modelos com formas, que dizia "Kiss my fat ass" a quem criticava o seu peso, que julgava as modelos anoréticas, defensora da beleza interior e da auto estima acima de tudo, que encheu chouriços nos seus programas com convidadas com distúrbios alimentares, disparando clichés e moralismos, juízos de valor a torto e a direito??

Que estava assim, há uns aninhos atrás:



E agora está assim, esta coisa bonita de se ver:





Eu acho que foi raptada por aliens, só pode.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

SLB- ponto da situação


- O Cardozo morreu e ninguém o avisou. Pelo menos para o Benfica morreu, e o próprio até já está farto de avisar, chegando ao cúmulo de, em vez de comemorar, mandar calar os adeptos que festejam o golo que marcou. No fim do jogo pede desculpa, mas já não convence ninguém. Está amuado, o Cardozo. Está de mal com o Benfica que não o deixou ir embora. Então agora toca de não fazer nenhum, nem sequer marcar livres, já para não falar em cometer loucuras tipo correr atrás da bola e acertar passes! Fosse eu a mandar e ficavas no banco por tempo indeterminado, ó Tacuara! Basicamente, até a mim m'apetecer.. ou até parares de fazer essa cara de cu!

- Os comentários sobre o que o César Peixoto (não) joga são constantes e ninguém percebe porque é que Jesus continua a pô-lo em campo. Invariavelmente surgem especulações do porquê de César cair tanto nas graças de Jesus, e invariavelmente o nome de Diana Chaves vem à baila: "Ah e tal porque o Peixoto deve deixar o Jesus dar umas voltas com a Diana!"... e eu acho isto mal. Pois que a Diana não é praqui chamada! Se falamos em troca de favores e em dar voltas, então que mandem bocas sobre possíveis voltas entre eles os dois, e não metam a piquena ao barulho! Ou então admitam de uma vez por todas que o Peixoto, por muito que nos custe, é o jogador-fetiche de Jorge Jesus e pronto!

Para terminar, a magia mantém-se: Pips Maria vai à Luz e o Benfas vence. Nunca vi o Glorioso perder ao vivo. Ámen!
Apesar de a vitória ser o mais importante, a verdade é que este Benfica venceu, mas não convenceu.

Mudanças


Abri as janelas, deixei o ar entrar. De uma ponta a outra da casa, para fazer corrente que não sendo forte chega para que o ar cá de dentro saia e entre um novo, fresco e renovado.
Aspirei, lavei, esfreguei. E voltei a esfregar, com lixívia, lava tudo, detergentes de todo o tipo, de todos os cheiros, para todos os gostos. O frigorífico está a descongelar, e as janelas continuam bem abertas para o ar entrar e sair conforme lhe apetecer. Está lixo acumulado, muito, à espera de que o leve daqui para fora. As camas feitas de lavado, as toalhas para lavar, e as novas lavadas, passadas e arrumadas.
Agora uma pausa... o pior ainda está para vir.
Abrir armários, gavetas e gavetinhas... deitar fora o que já devia ter sido deitado, guardar o que deve ser guardado, o mínimo possível, o essencial, o que agora faz sentido. Tanta roupa que já não uso.. porque já não me serve, porque já não gosto, porque já não quero.. Não sei que destino lhe dar, mas aqui também não vai ficar. E papeis, revistas, cadernos, diários, folhas soltas, cartas... tantas cartas! Definitivamente é isto que mais acumulo: palavras. Também essas, as que já não servem, já não gosto e já não quero, vão para o lixo... mas para a reciclagem. Porque os sentimentos não se destróiem, as lembranças não se apagam, o passado não deixa de existir. Mas reciclam-se, como o papel. Em sentimentos novos, lembranças melhores e num presente mais feliz!
Esta é a minha casa. Será sempre. Porque quando para aqui vim não tinha nada, deixada pelo meu avô. Durante muito tempo fui só eu e pouco mais. Fiz dela um lar. Pela primeira vez na minha vida e sozinha. Devagar, devagarinho, construí aqui o lar que me foi tirado lá. Foi o meu ninho, a minha concha, o meu mundo. Dividi-a e partilhei-a com quem também dividi e partilhei o meu coração. Hoje está diferente, mais cheia, mais viva, menos minha. Muita coisa tem de sair para muita coisa poder entrar, porque na vida temos de nos livrar do que já não serve para deixar entrar o que vale a pena.
E dou por mim, que nem gosto de arrumar, de sorriso nos lábios, entre o passado e o futuro, a dar espaço para o que há-de vir de bom, sem nostalgia de deixar o que ficou para trás, e sem medo do vazio que está para preencher.

Eu tentei


Palavra que tentei. Já tinha ouvido dizer que este dia ia chegar: Conceição Lino, um dos meus ódios de estimação da tv nacional, nas tardes da SIC, desde ontem.
Mas como sou uma pessoa dada a desafios, que também não gostava de sopa e agora até adora, bem como de tomate, feijão verde, e até melancia, resolvi espreitar. Quanto mais não fosse por curiosidade mórbida, tipo acidente na estrada, que não queremos ver mas depois passamos devagarinho... Foi mais ou menos isso. E correu mal! Muito mal. Não aguentei mais de 2 minutos e 37 segundos a ver e ouvir a dita a entrevistar dois adolescentes com ar de pouco banho, sotaque nortenho, a falar sobre "como dar a bolta aos pais pra sair à noite e buber uns copos".
Tive quase tanto medo e asco daquilo como dos senhores que por estes dias andam em Tomar, no festival de estátuas humanas. É coisa que me tira mesmo do sério.
Só falta a Sãozinha convidar o Moita Flores para comentador-de-qualquer-coisinha-seja-lá-o-que-for-mas-o-Moita-Flores-tem-de-comentar. Juro que não respondo por mim!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Da vida a dois


Ninguém disse que é um mar de rosas. E nem de surpresas, de prendas, de mimos vários e inesperados a vida a dois é feita. Há dias em que não há nada disso. E há tarefas, deveres e obrigações, ou situações que não são obrigação nenhuma, mas que a minha mania do perfeccionismo fazem com que aos seus olhos pareça que tudo o que faço é por obrigação. Não é. É querer dar o meu melhor, querer que tudo seja perfeito, sem falhas, sem nada, absolutamente nada a apontar. É querer agradar até à última escala, porque é importante para ele, para mim. Porque ele merece, porque eu quero que ele perceba que me esforço para lhe dar tudo o que me dá a mim, da maneira que posso, e que é diferente da maneira dele.
Há dias em que falamos pouco. Porque já falámos demais. E a partir daí tudo o que dizemos simplesmente é mal interpretado e cai mal, e magoa. Por isso escolhe-se o silêncio. E se por um lado aquilo que já construímos faz com que esse silêncio não seja incómodo, por outro lado faz-me falta a conversa constante, as gargalhadas e o som da sua voz sempre alegre.
Há dias em que o vejo a dormir, deitado no sofá, num sono tão profundo como aquele em que está agora, e sinto uma certeza inabalável de que, mesmo em silêncio, estamos juntos, unidos mais do que nunca, somos um e não dois. E percebo que até posso saber umas coisas da vida, mas tudo isto é uma novidade para mim e que de vez em quando tenho quebras de energia, aquela que antes era só para um, e agora, mesmo sem eu dar por isso, é para dois em forma de um.
Ninguém disse que era um mar de rosas, mas tem sido o melhor mergulho da minha vida.

A Freud que há em mim


(A propósito do post anterior...)

Toda a gente tem objectivos, traça metas, tem sonhos que quer alcançar ao longo da vida. Mais ou menos distantes, mais ou menos realistas, há coisas pelas quais simplesmente não queremos passar ao lado.
Durante algum tempo eu não tive nada disso. Perdi-me algures entre o dever, o querer, o imposto e o mais fácil. Devia ter seguido um rumo, mas quis seguir outro, foram-me impostas situações das quais não me consegui desviar, e fiz o mais fácil, não desviei.
Durante esse tempo senti que o tempo deixou de existir. Parecia que passava tão devagar, tão igual, todos os dias igual, que não dei por ele passar. Agora olho para trás e custa-me acreditar o quão depressa ele passou! E foi durante esse tempo que todos os rascunhos de sonhos e objectivos que eu tinha, se começaram a apagar, a perder, a ficar cada vez mais longe e difíceis de alcançar. Faltava-me algo, sempre. A vontade, a coragem, a força, a determinação, a ambição, a segurança, a fé em mim mesma. E como me faltava isso tudo, deixava-me estar, mais um pouco, e não fazia nada, não atingia nada do que queria, não arriscava, mesmo que aquilo que eu mais queria estivesse ali, ao lado, pronto para mim. Mas eu não estava pronta para ele.
Depois veio outra imposição. A tristeza, a dor, a mágoa, a saudade, a revolta, a angústia, o sofrimento. Não podia avançar assim. Não estava pronta para lutar pelo que fosse nesse estado. Nem por mim... E deixei-me estar, outra vez, só mais um pouco.
Hoje tenho objectivos, tracei metas, tenho sonhos que quero alcançar ao longo da vida. E alguns quero alcançar já. Começar já, para serem a base, os alicerces de todos os outros que vão surgir depois. Voltei a encontrar o fio à meada. Voltei a encontrar-Me. Na verdade não foi difícil, estava lá.. no mesmo sítio onde sempre fiquei, quieta, à espera que passasse. E passou... felizmente, passou!
Hoje ando a par e passo com o tempo. No mesmo compasso. Sem atrasos nem pressas. Sem esperar nem fazer esperar. Pontual como sempre sou. Hoje sei o que quero, por onde começar e onde buscar as forças, a vontade, a ambição, a determinação, a segurança, e a fé em mim mesma. Sei o porquê de querer tanto agora. E sei que é pelo motivo certo. Sei que estou feliz e não tenho vergonha, nem medo, nem me sinto culpada por estar, por admitir que estou, de facto, feliz!
E hoje sei que estou muito perto de tomar uma decisão muito importante para mim, que no fundo se resume a isto: Mesmo com todos os obstáculos e contrariedades que vão surgir, mesmo carregando este sentimento de que estou atrasada, é agora que vou comprometer-me comigo mesma e honrar esse compromisso?
Ou simplesmente, mais uma vez, igual a tantas outras, desisto, porque sim?
Já estou acordada. E já decidi.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Alguém quer interpretar?


Durante muito tempo tive um sonho recorrente: sonhava que me ia casar, mas na hora H não casava.
Sempre pelas razões mais ridículas e supérfluas tais como: não ter sapatos, não ter padrinhos, não gostar do vestido (essa era a que acontecia mais vezes!), sentir que não fazia sentido, que não estavam reunidas todas as condições materiais que eu queria para celebrar o meu dia D em todo o seu esplendor!
Nunca o motivo se prendia com o noivo, que nem sequer sabia quem era, nem chegava a ver, nem tão pouco era questão que me preocupasse! A questão é que nunca chegava a casar.
Depois de a minha Mãe ter morrido, tive esse sonho mais umas duas ou três vezes, apenas. E dessas vezes continuava sem me casar, mas já não era por não gostar do vestido ou dos sapatos, nem me lembro sequer como eram ou se gostava muito ou pouco deles... era porque, mesmo sonhando, tinha consciência de que Ela já não estava cá e eu não queria casar sem Ela me ver.
Desde então nunca mais tive tal sonho. Até à noite passada. Voltei a sonhar com tudo: os preparativos, as madrinhas, o vestido. Estava tudo pronto, como eu queria, e eu estava ansiosa, a viver o dia mais feliz da minha vida, a querer mesmo muito casar-me. Não me lembro de ter pensado se a minha Mãe estava ou não presente. Mas mais uma vez algo não estava como eu queria! Não estava penteada, e quando fui ao cabeleireiro, já vestida e maquilhada, ele estragou a maquilhagem toda, e eu tinha que tomar uma decisão: ou ia chegar incrivelmente atrasada porque ainda tinha de pentear e maquilhar do início, ou desistia.do casamento. Adivinhem o que aconteceu nesse exacto momento?
Acordei.

No sábado foi assim:


Sabem aquelas coisas que sempre sonharam fazer, mas que achavam que nunca iam encontrar ninguém que se desse ao trabalho de vos surpreender com esse gesto?
Afinal podem mesmo vir a acontecer, e ser muito melhor do que aquilo com que sonharam!

sábado, 4 de setembro de 2010

Tenho saudades


Do sotaque da minha Avó Celeste, tão típico daquela aldeia que ninguém conhece, mesmo na fronteira com a Espanha. Fazia-me rir quando dizia "avía-te!" (despacha-te), e quando chamava o meu Avô, seu marido, de "Bebe-água", por ele ser tão calmo e fazer tudo devagar, tão ao contrário dela que andava sempre a correr.

Da tal calma do meu Avô, a andar, a falar, a sorrir. De o ouvir falar do seu Sporting com tanto orgulho e de o contrariar dizendo que o Benfica é que era o maior. De o ver sentado, no banco em frente à casa antiga, ao fim da tarde, de bengala ao lado, e lhe dizer adeus da janela daquele 2º andar.

De ouvir o meu outro Avô, o paterno, tocar acordião. De olhos fechados. As melodias mais lindas que já ouvi. Pedia-lhe que me tocasse um repertório inteiro de valsas, tangos e sambinhas para eu dançar no jardim, com as minhas saias rodadas. De jogarmos às damas e me ensinar jogadas infalíveis. Das coca-colas frescas que me dava à revelia da minha Avó, e que nunca deixava acabar lá em casa. De o ver comer pudim, e no fim, levar os lábios ao prato levantando-o para aproveitar o restinho do molho, e dizer: "Ritinha, vê lá se o prato é da Vista Alegre?!", com aquele sorriso malandro e os olhos pequeninos.

Do cheiro da pele da minha Mãe. De falar com ela ao telefone. De passearmos as duas de carro por Seia, a ouvir música. "Só mais uma voltinha!", pedia eu... e lá iamos nós. De lhe mexer no cabelo e arranjar as sobrancelhas. De chorar com ela. Dos cozinhados dela. De a ver sorrir, de a fazer rir. De a imitar à frente das amigas. De tomarmos café, no sítio do costume. Das nossas conversas. De a ver dançar, daquela maneira que eu adorava. De a poder agarrar como os meus irmãos agarravam, a toda a hora, o tempo todo. De olhar para ela, e ela para mim.

Tenho saudades de tudo o que fiz com eles, de tudo o que me deram. Cada bocadinho pequenino deles vive, hoje, em mim. Tenho medo de me ir esquecendo de coisas, de perder memórias preciosas, e de por isso os perder sem dar por isso. Tenho saudades de ser pequenina e daquele Natal em que,ainda era a única criança da família, mas foi a mim que me vestiram de Pai Natal. Estavam todos lá, e lembro-me de tudo tão bem!
Tenho saudades do que nunca mais volta, mas tenho sobretudo daquilo que ficou por fazer.
E tenho pena pelas saudades que não vou chegar a sentir.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Querido, mudaste a casa!


Lembram-se do post que eu escrevi a dizer que não era uma fada do lar? Continuo sem ser.
Mas tenho um namorado que é fadado pelo dom da decoraçao e do bricolage. Pois que me chega a casa, carregadinho de mimos para o lar doce lar, todos escolhidos por ele, de um bom gosto que me irrita!
E consegue encontrar as coisas mais giras, a preços fantásticos, para todas as divisões da casa, lembrando-se de pormenores maravilhosos como loiça de pequeno almoço em rosa para mim e em preto para ele, frasquinhos para as especiarias e temperos, tabuleiros individuais para os lanchinhos no sofá (só ainda tinhamos 2, precisavamos de outros 2, claro!), copos azuis giríssimos, tapete do mais fofo que há (cor de rosa) para, juntamente com o papel higiénico de que já vos falei, eu ter os meus momentos de princesa no W.C, e um biombo fantástico para a sala que é o nosso novo miminho para o qual babamos a olhar (depois da adoração da cómoda do quarto).
É por estas e por outras que todos os dias ele me pergunta: "Não vais ficar mal habituada, pois não??".
Ao que eu respondo com toda a minha convicção: "SIIIIIIIIIIIIIIM!"

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Tou?"


Detesto que façam de mim parva. Especialmente porque dou conta. Se não desse nem me importava. Mas como quase sempre dou, é das piores coisinhas que me podem fazer.
Já o contrário dá-me um gozo inexplicável e que me transcende. Mas atenção: fazê-lo a quem merece, tratar otários como otários que são e rir-me às gargalhadas da sua cara, da sua pequenez, da presunção que têm de que sabem tudo e controlam tudo, sem que façam a mínima ideia do que realmente se está a passar.
E neste caso, aqui me confesso, nem a máxima moralista "Não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti" me demove. Porque há "outros" que simplesmente merecem... e muito!!!