sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe


E por isso é saber esperar para que um dê lugar ao outro e vice versa.
Não sou pessimista por natureza, mas sou impaciente e indecisa. E pior do que não conseguir decidir é ter de esperar para tomar essa decisão. É a espera que me consome e desanima. Que me frustra e me faz antecipar problemas que de facto não o são.
Mas no fim do dia, depois do desabafo com as pessoas certas, de receber as mensagens certas, do encontro com o abraço certo, adormeço com o coração cheio de esperança, o pensamento positivo, e a paciência reforçada. Amanhã é outro dia, e vai ser dos bons!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

You and me together, we can do anything


Sou Eu e Tu, e a minha vida tão diferente da tua. O teu ritmo mais acelerado do que o meu. O teu despertar mais cedo do que o meu. O meu adormecer mais tarde que o teu. Os meus medos maiores do que os teus. Os teus sacrifícios maiores do que os meus.
Sou Eu e Tu, e tudo o que nos distingue, nos coloca frente a frente, nos faz ver o outro lado da moeda. A tua força, a tua alegria, o teu sorriso todos os dias quando entras pela porta. A compreensão, a força, a tolerância, a paciência, o saber ouvir, o saber estar, o silêncio e a palavra certa no momento certo. Sou Eu e Tu e tudo o que nos rodeia, dia após dia, neste barco onde remamos os dois para o mesmo lado.
Sou Eu e Tu, e uma estrada infinita que quero percorrer ao teu lado. Dia e noite. Inverno, Primavera, Verão e Outono. Somos nós, já com um passado a dois, a viver este presente juntos e a construir um futuro em que ambos acreditamos.
Por todos os dias em que tens sido Tu a força dos dois...
Obrigada.

domingo, 24 de outubro de 2010

Amen!


A manhã, a tarde e a noite.
Adoro os Domingos!

sábado, 23 de outubro de 2010

Da vida a dois #4


É muito bom estar numa relação em que adoramos sair os dois juntos para a noite, com amigos em comum, beber uns copos, dançar, rir muito, e chegar a casa a altas horas da madrugada. E nessa mesma relação também saímos um sem o outro, em dias diferentes, cada um com os seus amigos, para programas diferentes. E não há o mínimo stress, medo, receio, ciume, controlo, pressão.. Ambos queremos que o outro se divirta, ao nosso lado e sem nós. E quem fica em casa fica tranquilo e descansado. E quem sai diverte-se sem sentimento de culpa. Não há perguntas parvas, desconfianças, filmes, nem cobranças.
Ontem eu cheguei a casa às 4:30h já ele dormia descansado há um bom par de horas.
Hoje vai ser ele a chegar a hora incerta e também eu vou estar a dormir tranquila e sossegada.
Não há nada que pague este estado de alma, esta estabilidade, este viver e deixar viver de forma apaixonada, mas racional e feliz!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Daqui a 2 meses falamos


Parece que foi ontem, na véspera de ano novo, em que fiz uma lista de desejos para o ano que ia começar. Escrevi-os, visualizei-os, e acreditei que um por um iriam acontecer ao longo do ano. Parece que foi ontem que aqui escrevi com letras gordas e certas, que 2010 ia ser MEU. E até agora não me posso queixar. Mesmo. E se esta conversa parece que vem cedo demais, e em jeito de apanhado de fim de ano apesar de só ainda estarmos em Outubro, o que se passa é exactamente o contrário. Sinto que os 2 meses que faltam para o ano acabar podem ser provavelmente os mais importantes. Por isso não, não estou a fazer balanços, nem a olhar para o que ficou para trás com nostalgia, não sinto de maneira nenhuma que o que tive já me chegou. O que tive foi do melhor que recebi em muito tempo, e disso não tenho dúvida nenhuma. Mas faltam-me 2 ou 3 desejos daquela lista, a tal feita na véspera de ano novo, e que podem fazer toda a diferença. Porque nada está perdido, porque 2010 ainda tem 2 meses para me dar, e em 2 meses tanta coisa pode mudar. Porque eu acredito exactamente com a mesma fé, força e convicção que é possível, que eu mereço, e que vai acontecer. Sobretudo e acima de tudo, porque eu quero e tenho realmente feito por isso.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Por falar em esteticista

Alguém me explica que raio de moda é esta?? É que nem consigo dizer mais nada a não ser: CA NO-JO!!!




A culpa é da crise


Sonhei que tinha emigrado para o Brasil, sozinha, e que ia trabalhar como esteticista num SPA.
Ora, para ser esteticista fico por cá, não precisava de ir para Terras de Vera Cruz.!
Se bem que por lá não tinha de olhar para a tromba cínica do Sócrates. E sempre andava mais bronzeada, vá. Se calhar já faltou mais...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pink Vigarista


Porque nas minhas mãozinhas o Verão ainda não acabou!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tou mapassar! #2


Sabem o que é pior do que um arrumador de carros com uma corneta na mão?
Um vizinho de cima com um berbequim. Desde as 8h até agora, quase 12h, sem parar. Um único minuto que seja. E ouvir-se na casa toda, em todas as divisões.
Estou a isto de me atirar da janela.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Com 3 letrinhas apenas


Custa-me dizer que "Não" quando me pedem alguma coisa. E custa-me ainda mais dizer que "Não" a quem nunca antes o disse. Pela minha vontade constante em querer agradar, em não decepcionar, em não defraudar expectativas, em deixar o outro na mão ou pendurado. E normalmente só o digo quando depois de muito pensar em maneiras de poder dizer que Sim, não encontro jeito para tal.
Conheço pessoas que são ao contrário de mim. Que não lhes custa absolutamente nada dizer que Não e é para o lado que dormem melhor. Conheço outras que não dizem nem sim nem não. Ficam ali num "Nim" silencioso que não lhes custa manter, mas que mói o outro lado.
Hoje pela primeira vez disse "Não" a alguém a quem nunca neguei nada, apesar de algumas vezes ter deixado no tal silêncio que, no caso, acabava por dizer o mesmo. Mas o "Não", decidido e seguro, sem medo nem receio do que poderia vir do outro lado, só hoje saíu. E foi libertador. Primeiro porque o fiz de forma consciente e sei que estou a fazer o correcto. E depois porque me devolveu algum poder, segurança, e certeza de que, mesmo quando achamos que estamos a perder o controlo de muita coisa na vida, e que somos impotentes perante muito do que nos acontece, há outro tanto que pode ser resolvido, e bem, com um simples "Não".

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

The Marriage Ref


Acabei de ter conhecimento de que há um programa americano, da autoria de Jerry Seinfeld, onde casais expõem os seus desaguisados, aquelas discussõezinhas parvas e recorrentes, e que acabam sempre da mesma maneira: sem se chegar a conclusão nenhuma. E ao contrário do que se costuma dizer, que entre marido e mulher não se mete a colher, estes casais querem e pedem para que metam a colher, o garfo e a faca, e que um árbitro decida qual das partes tem razão.
Confesso que achei engraçada a ideia! Isto porque na vida a dois, discussões e picardias dessas são o prato do dia, especialmente quando se mora junto. E coisas "gravíssimas" como não levantar e baixar a tampa da sanita, não deitar o lixo fora, querer ou não a manteiga no frigorífico, ou pôr o despertador a tocar de 5m em 5m durante 1hora quando se podia dormir tudo em paz e sossego, que são pequenas chamadas de atenção, ditas com o tom errado e com palavras mal escolhidas, podem ser pólvora seca para o início de uma discussão que acaba 3 horas e algumas lágrimas depois, onde se foram buscar coisas do arco da velha, e já nem nos lembramos porque começámos a discutir!
É nestes momentos que dava jeito ter um sr. Árbitro a entrar pela casa, que carregava no "Pause", ouvia cada um dos lados (resumidamente, sem direito a dissertação de mestrado), e depois dizia de sua sentença, de forma coerente e suscinta, qual das partes tinha razão. Porque no fundo, e especialmente no caso das mulheres, o que nós queremos mesmo é que nos dêem razão, e às tantas até pode ficar tudo na mesma e nada mudar na prática, mas se ouvirmos um "tens razão", acreditem que não perdemos muito mais tempo nessa técnica milenar e profundamente apurada pelo sexo feminino, que é o Picar Miolos!

Home is where the heart is


Nunca estive tanto tempo longe, tanto tempo sem ir lá. De vez em quando lembro-me e tenho saudades, sobretudo do ar, frio e puro. De passear na rua, de conhecer toda a gente que por mim passa, saber as matrículas dos carros e quem lá vai dentro, entrar nas lojas e ser tratada pelo meu nome. De comer aquele pastel de nata na pastelaria X, e aquele folhado na Y. Da massa do restaurante Z e da feijoada do Y. De beber o chá no café de sempre, de ficar à conversa com o dono desse café, de ir à cabeleireira mesmo ao lado e ainda passar pela perfumaria e trazer umas amostras boas. Sinto falta de subir até à Igreja, ver a vista lá de cima. Entrar e ter as minhas "conversas" enquanto olho para cada pormenor do altar. Imaginei-me algumas vezes a casar ali, embora cá dentro sempre soubesse que não, e hoje, mais do que nunca tenho a certeza que não. Ainda assim gosto de lá ir, e não me esqueço das muitas horas que lá passei em "conversas", pedidos e desabafos. Faz-me falta comprar flores e levá-las ao cemitério. Acender 2 velinhas em cada campa, e saber que isso não é mais do que uma homenagem, e que sempre que lá vou tenho a firme certeza de que vivem dentro de mim. Chegar a casa e enfiar-me na cama da minha irmã e comermos bolachas enquanto vemos televisão. Sinto falta das Amigas que só vejo quando estou lá, e que agora já não vejo há tanto tempo. E sinto falta de sentir que estou em Casa. Mas a verdade é que há muito que não o sinto, quando estou lá. E é por isso, só por isso, que há muito tempo lá não vou.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aláber:


- Leite com chocolate
- Coca cola
- Sumos com gás e afins
- Sobremesas lácteas

São outros miminhos que não vão entrar neste lar doce lar tão cedo. Vão subir de 6% para 23% no IVA. Estavas a precisar de um empurrãozinho para fazer dieta, Rititiz?? Ora toma e não bufes qué pior!

E por falar em dieta


Algo de muito estranho se passa comigo.
Imaginem qual não é o meu espanto quando, ao tirar as compras do saco do pingo doce, vejo que comprei:

- Abóbora, cenouras e feijão verde para fazer sopa
- Alface e tomate para salada
- Maçãs
- Pão integral

E nem sinal de:

- Chocolates
- Bolachas
- Nutella
- Petit Gateaux

Ritititz, tu não és a mesma!

Questão!


Quando se acorda em modo Drama Queen, berramos e descabelamo-nos ou contrariamos a coisa e saímos de casa vestidos de pessoa normal?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Basicamente é isto

E o próximo a sair é...?


A) um mineiro do Chile
B) um residente da Casa dos Segredos
C) um bebé das celebridades do panorama nacional


Está tudo a vir cá para fora!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Para os mais distraídos


Ou que acompanham o Umbigo há pouco tempo, quero relembrar que este não é um Umbigo só meu. As autoras deste blog são duas: Pips e Fifs, desde o dia 1. Nos últimos tempos a Fifs esteve mais ausente e eu fiquei a arrumar os cantos a esta nossa rica casinha, mas guardando sempre um quartinho para quando ela quisesse por cá passar, como foi o caso do texto anterior a este.
Para vos facilitar a vida, meus pequenos bambis despassarados, decidi deixar o pseudónimo de lado e começar a assinar os textos com a alcunha que a minha querida irmã me baptizou, mais próxima do meu nome e que eu muito prezo. Boa? Ainda bem que gostaram.

Tempo do Eu


Ontem tive sérias dificuldades em adormecer. Só pensava: "Então e eu? O que é feito do meu tempo? O que é feito de ajeitar a minha vida sem pensar se ele está, se ele vai acordar cedo ou se vai dormir lá a casa."
O meu tempo está na hora de ser recuperado. Por entre paixões, amores e desaguisados que já duram há mais de um ano cometi o erro que cometo sempre que me encontro em time-share; o que faria a Fifs se existisse só a Fifs?
É muito difícil para mim não me perder no meio de dois. Não por falta de personalidade, não por falta de ocupação mas por ter um feitio incrivelmente panhonha de entrega de coração e alma a quem gosto. Já ultrapassei a fase de deixar de parte os amigos; não deixo. Já ultrapassei a parte de ficar à espera que o meu querido chegue de algum lado; não fico. Mas já estou numa fase ou chamemos-lhe idade em que Eu sou muito Eu. Em que eu venho primeiro e os meus apetites também porque não há nada melhor que sentiram a nossa falta e sentirem que não estamos ali à mão de semear. E já chega de estar constantemente a adiar coisas que ME são importantes e desenhar um novo esquema de prioridades.
Se existisse só a Fifs...Uma coisa era certa meus queridos... Não teria deixado de escrever aqui no meu umbigo. Porque foi aqui que partilhei grandes alegrias e que espalhei alguma da graça que o BIG BANG me deu.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Da vida a dois #4


- Eu saio durante a tarde de sábado para bater perna no shopping com as amigas;
- Ele aproveita e fica em casa descansadinho, vidrado em torneios consecutivos de PES, a contratar jogadores, escolher equipamentos, equipas e afins;
- Eu volto a casa com um vestido novo;
- Ele está à minha espera com mesa posta e jantar pronto para mim e para as minhas amigas, que entretanto, e por iniciativa própria, resolveu convidar;
- Eu arrumo a cozinha que ficou caótica;
- Ele atura 3 mulheres aceleradas e que falam alto e de futilidades, e ainda nos faz a vontade e joga Buzz connosco;
- Eu amuo quando ele me rouba pontos no Buzz;
- Ele atira-me tartes na cara, no Buzz;
- Eu, ainda assim, venço o Buzz e faço dança da vitória.

É tão fácil fazer uma mulher feliz, não é?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

You make me love those rainy days


Há pessoas que entram na nossa vida apenas para nos mostrarem as nossas falhas, fraquezas, vulnerabilidades. Para nos fazerem ver quais são os nossos pontos fracos, onde nos dói mais, aquilo com o qual não conseguimos ou sabemos lidar. Para nos fazerem sombra, sentir pequeninos e que não estamos à altura. Para nos lembrarem daquilo que ainda não temos, não conseguimos, não alcançámos, e onde e quando falhámos, desistimos, não fomos capazes.
E depois há outras pessoas que entram na nossa vida e fazem exactamente o oposto. Mostram-nos o que de melhor há em nós, as qualidades, as capacidades, lembram-nos todos os dias do nosso valor, e do quanto se orgulham de nós por sermos como somos e por tudo o que já passámos, conseguimos e lutámos. Pessoas que nos puxam para cima, que nos empurram para a frente, que nos motivam e não nos deixam desistir. Que lutam ao nosso lado e fazem da nossa luta sua.
Tanto umas como outras têm a capacidade de nos fazer aprender muito, e dão-nos a oportunidade de nos conhecermos a fundo, sem máscaras, sem armadura, sem fingimento. Felizmente as primeiras entram mas saiem assim que percebemos que já aprendemos o que havia para aprender, e que simplesmente não há lugar para esse tipo de gente na nossa vida. As segundas entram e ficam, para sempre, e estimamos, protegemos, cuidamos delas o melhor que podemos e sabemos, tal como elas fazem o mesmo por nós.
As primeiras são como uma trovoada que faz barulho, assusta, mas vai embora passado um bocadinho.
As segundas são aquelas que em dias de temporal nos fazem até gostar da chuva, do frio, do vento, porque as temos ao nosso lado, a aquecerem-nos o coração.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nas costas dos outros...


A "Casa dos Segredos" (entre outras coisas a lamentar), mostra uma das essências do instinto humano: falar de alguém (90% das vezes mal), assim que essa pessoa vira costas e sai da sala, quando podiam dizer o mesmo 3 segundos antes, na presença dos visados.
A diferença entre o que se passa no programa da TVI e aquilo que se vive na vida real, é que eles lá dentro têm um objectivo e por isso desculpa para quando o fazem; nós cá fora não.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Como água no azeite


Quando páro para pensar naquilo que a vida já me deu e já me tirou, já me emprestou e já hipotecou, já me ofereceu e eu não quis, já me faltou quando eu mais precisava, já me quis mostrar e eu não quis ver, já disfarçou e não consegui perceber... chego à conclusão de que por mais preparada que me sinta para viver determinadas coisas, ditas banais, comuns, daquelas que "fazem parte", há algumas que nunca me serão indiferentes e que nunca conseguirei ver e aceitar de ânimo leve.
E por mais que me esforce para me convencer de que os valores pelos quais cada um se rege podem ser diferentes como a noite do dia, há posturas e formas de estar que chocam de frente com a minha, de tal maneira que não vejo outra solução a não ser afastar-me, e simplesmente não participar, não assistir, não querer saber o que vai do outro lado. Porque não quero ser igual, não quero fazer parte, e sobetudo não quero fazer aos outros aquilo que não suporto que me façam a mim.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

This is it


Se calhar o Universo ainda não percebeu bem. Se calhar ainda não fui suficientemente explícita. Se calhar a falha até tem sido minha que não estou a mandar os sinais certos, que não mostrei verdadeira convicção. Se calhar quero tanto tudo com tanta força, mas de uma maneira confusa e misturada dentro de mim, que ainda não parei para explicar sem qualquer dúvida, de forma clara e suscinta aquilo que realmente quero.
Se calhar é por isso que tenho sido posta à prova, que tenho aprendido a saber esperar, controlar a ansiedade, e perceber que tudo tem o seu tempo. Que não pode ser 8 nem 80 e que eu tenho de largar mão dessa forma de estar na vida, de uma vez por todas. Se calhar é o Universo a dar-me tempo para eu fazer o aquecimento, para me preparar, para estar realmente apostos, e quando as portas se abrirem eu arrancar sem olhar para trás. Se calhar este era o tempo que eu precisava para ter a certeza absoluta daquilo que quero, e que vou honrar esse compromisso comigo mesma. Se calhar era mesmo isto tudo.
Pois então agora chegou o momento. É isto. É o fim da linha, estou pronta. E já agora, caro Universo, 2f feira era um óptimo dia para dares sinal de partida.

Da vida a dois #3


Na noite em que me virias a pedir em namoro, um senhor simpático na casa dos 60, disse-nos que o segredo do seu feliz casamento de três décadas se devia ao cumprir de uma única e simples regra acordada entre ele e a sua senhora: Nunca adormecerem zangados um com o outro.
Que havia dias bons e maus, discussões e zaragatas, mas que, mesmo que a coisa não ficasse resolvida nesse dia, tinham de adormecer a bem um com o outro, e depois no dia seguinte logo se via se já tinha passado, ou se era preciso voltar a falar mais no mesmo.
Olhámos um para o outro e imediatamente soubemos que essa seria a nossa regra nr 1. A primeira de uma lista que iríamos colocar no frigorífico e completar à medida que nos lembrássemos de compromissos (não gosto de regras de verdade), que achávamos importantes cumprir para o bem da relação.
A lista nunca chegou a ser feita, pelo menos não sob a forma material, embora ambos tenhamos tido sempre bem presentes os "Do's e Don'ts" que queríamos para o namoro. Mas aquela regra, a primeira de todas, aquela que nos foi dada como receita mágica e elíxir do amor eterno, ficou bem memorizada no meu disco duro.
Sempre que temos conversas mais acesas (também não gosto de dizer discussões) que se prolongam até à hora em que o cansaço fala mais alto, e já não conseguimos ou não temos mais nada a dizer, mas ainda não te consegui dobrar para o meu lado, fazer com que me dês razão, com que me passes a mão na cabeça e digas simplesmente "pronto já passou, não interessa!", fico em silêncio, aninho-me no meu canto da cama e espero que adormeças. E depois, quando sinto que já entraste no teu sono mais profundo, vou chegando ao teu lado devagarinho, e abraço-te em cadeirinha, sem te acordar. E assim, mesmo sem tu saberes, cumpro a regra religiosamente, num esforço que é só meu mas que faço por nós, porque não sabemos o dia de amanhã, porque tu vales tanto a pena, porque só assim faz sentido.