terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ídolos


Anteontem pela primeira vez vi os "Ídolos", obrigada, obviamente já que estava num quarto de hotel, e o poder do comando não era meu... Duas horas agoniantes, não pelos cantores mas por aquele júri ridículo que é repetitivo, percebe tanto de música como eu e pura e simplesmente não se sabe expressar. Aquele júri que padece de complexo de inferioridade, porque somos um país tão pequeno, porque apesar de tão bons músicos são eles os responsáveis por "so called" artistas como o João Pedro Pais, Pedro Kima e outros que tais. Porque apesar de termos tão bons músicos, cantem eles em inglês ou em português ou em krioulo o grande grosso do dinheiro e da notoriedade vai para os actores e actrizes das novelas que nunca hão-de ser boas. De uma total rigidez e inexpresividade seguida de uma grande falta de imaginação e retrato totalmente irreal de uma sociedade de aparência.
De regresso aos ídolos... Podem-me dizer que o franchise do programa exige sempre um mau da fita. Um Simon Cowell. Aceito. O problema, no formato português, é que o mau humor e a tromba do "todos me devem e ninguém me paga", passa a vida a mudar. O júri é fraco e enerva-me. O que ainda se aproveita é aquele trompetista, o único que tem formação de músico e que pode até perceber qualquer coisa de música. Podem-me falar que o dito showbizz também é importante mas um homem que critica a prestação de um concorrente porque ele, numa malha recente e ritmada dança e canta é dose.
Assim desejo desde já a maior das sortes aos concorrentes. Há boas vozes, há pessoas deslocadas e muito "made" mas há boas vozes e boas figuras. Quanto à forma como o nosso povo vive a música... Vamos aceitar que (in)felizmente temos um grande caminho a percorrer. Temos artistas vivos que nos podem despegar da nostalgia de Amálias e afins e até nos permitem reinventá-la. Temos uma língua mãe forte que se torna demasiado rígida para representar mas que dá canções de amor lindas. E o amor vende.

By the way o cheek to cheek não é só uma música de iogurtes. É uma música de um filme chamado Top Hat, protagonizado pelo Fred Astaire e mais tarde é interpretada pela Ella Fitzgerald. Sr. Pedro Whats Your Name, da próxima vez tome um alka seltzer ou peça um aumento. E já agora peça umas aulas de tacto. A sua profissão devia excluir contacto com pessoas.

1 comentário:

Kikas disse...

compreendo totalmente este post sobre os ídolos! agora júri não é nada, e eu só vi uma vez.. têm a mania que percebem, mas metam-nos ali a cantar que eu quero ver -.-