domingo, 27 de dezembro de 2009

Balanço

Depois de um 2009 repleto de libertações, revelações e sobretudo grande consciência de quem sou sozinha, por mim, sem muletas, sem amparos nem refugios emocionais (positivos e negativos), sem depositar nos outros a responsabilidade de ser feliz, nem a culpa da minha infelicidade. Depois de ir lá ao fundo, lá onde achava que já tinha ido, mas afinal não... Lá onde se ouvem as verdades e se encara a realidade de frente, sem eufemismos, sem floreados, sem passarem a mão na cabeça. Depois de perceber que tenho quem goste de mim a sério, como eu sou, quem esteve lá no minuto e hora certa, durante muitas horas, durante muito tempo, que ouviu em silêncio, que aceitou apesar de não perceber, que me deu um voto de confiança, apesar de no fundo eu saber que tinham um pé atrás e receio que ainda não fosse desta. Depois de ter provado a mim mesma que afinal foi mesmo desta. Depois de ter sentido um orgulho imenso da minha capacidade de trabalho, de empenho, de brio e vontade de chegar mais além, de fazer bem feito, e cada vez melhor. Depois de aceitar que me falta espírito de sacrifício, lutar ainda mais e com mais convicção, ser mais responsável, mais determinada e competente. Depois de descobrir que apesar de estar constantemente a dizer que não tenho instinto maternal e que não me imagino com filhos, sou hoje mais Mãe na prática e vivo esse papel intensamente dia a dia, do que quem adora criancinhas e sonha dia e noite em pôr lacinhos no cabelo das meninas, e levar os meninos aos treinos de futebol. Sonhar e projectar é uma coisa. Sentir na pele a responsabilidade de ter pessoas ao nosso cargo, a dependerem fisicamente e emocionalmente de nós é outra muito diferente. Afinal tenho instinto maternal, e sei que vou ser uma excelente Mãe... um dia.
Depois de separar o trigo do joio. Depois das noitadas, das viagens de taxi, das festas, de rir muito, de dançar, de conhecer e falar com este mundo e com o outro mais cor de rosa, cor de morangoska, cor de daiquiri, mil cores porque felizmente não sou daltónica. Depois de fazer novos amigos, dar-me a conhecer e conhecer sem estar à procura. Depois de dar 2ªs oportunidades. Depois de chegar à conclusão do quê e de quem sinto realmente falta. Depois de dar muito valor a alguém do meu passado que nunca deixou de estar presente. Depois da emoção de ir ao casamento de 2 grandes amigas e da alegria imensa de saber que outra está grávida e que vou ser "Tia emprestada" pela primeira vez. Depois de ver uma outra amiga encontrar o que achava não lhe estar reservado. Depois de ver ainda outra erguer-se das cinzas qual Fénix e construir o seu Reino sozinha, por si, e consigo mesma. Depois de fazer uma nova amiga que de virtual já tem muito pouco, mas que me lê, me escreve e compreende tão bem. Depois do orgulho que sinto pelos meus irmãos, por serem quem são e como são.

Depois de tudo isto... "FOCAR" é a palavra chave para 2010.

1 comentário:

Anónimo disse...

Além de ter ficado com orgulho em ti, fiquei com um :) e sem palavras!