quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Papa-novelas


Há anos que não acompanhava uma novela. Assim à séria, como uma boa novela deve ser acompanhada: religiosamente, todos os dias, colada ao ecrã e a falar com as personagens. A mandar bitaites e cenas sobre o que se passa do lado de lá e no dia seguinte comentar tudo com outras almas que, como eu, dediquem aquele momento sagrado à tão rara capacidade para desligarmos efetivamente o cérebro e nos centrarmos apenas e só no que está a acontecer na TV. É para isso que serve uma boa novela. Para conseguirmos desligar dos nossos próprios dramas e darmos atenção aos dramas alheios.
Quando estive no Rio, em março, pude ver esse poder a uma escala à qual nós por cá nunca conseguiremos igualar. Vivia-se a última semana da novela da noite de lá, a "Fina Estampa", que agora passa cá às 19h. E posso garantir-vos que TODA  a gente parava para ver a novela. Inclusive um dos taxistas que apanhei numa das noites, tinha tv no seu veículo e comentava, cheio de entusiasmo, o que estava a acontecer enquanto conduzia (medo!). E eu fiquei a morrer de vontade de sentir esse friozinho na barriga outra vez, mas, que me desculpem as produções nacionais, não consigo achar graça a nenhuma novela portuguesa. Por isso, mal a "Fina Estampa" estreou cá, meses depois, e embora a uma hora a que eu ainda não estou em casa, comecei a gravar todos os episódios para ver ao serão. E assim tenho feito. Estou vidrada na dita cuja. É divertida, boa onda, dispõe bem. Depois, e como quem não quer a coisa, vi o primeiro episódio do remake da "Gabriela", levada pela curiosidade de perceber o fenómeno que foi na altura... e quando dei por mim estava a rir-me sozinha com as "quengas" e com os "chamegos" e afins que por lá acontecem. Também já não perco um episódio, até porque dá a horas decentes. E agora já vi a apresentação da que vai estrear para a semana, "Avenida Brasil", e fiquei em pulgas para começar a ver. Conclusão: isto das novelas é mesmo um bichinho lixado. Começa-se por uma e quando damos conta já estamos a papar tudo de enfiada.