sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Borboletas



Intimamente relacionadas com a teoria do caos. Para mim o caos é viver sem elas.
O efeito que o bater das suas asas causa pode influenciar o curso natural das coisas e deste modo provocar o mais inesperado e caótico dos acontecimentos do outro lado do mundo. Dizem, por aí... são teorias.. e há tantas!
Eu, que também tenho uma, acho que quem teme o bater das asas das borboletas não sabe nunca o efeito que ele causaria. Do outro lado do mundo, em si, nos outros.
E até no caos, dentro do movimento alegórico inerente a si, se pode encontrar um padrão: o da certeza de que, mesmo que a Primavera acabe amanhã, valeu a pena ter sentido aquele bater dentro do peito.
O das asas, o do coração.
Gosto de Borboletas. Gosto do efeito que causam em mim. Gosto delas porque me lembram quem eu sou e do que gosto. Porque me mostram que o Inverno já acabou, mesmo eu gostando tanto de Inverno! Mas tudo tem o seu tempo... e quando chega o tempo das Borboletas, e mais ainda quando elas chegam quando menos se espera, trazem consigo tanta coisa boa, que só quem sente de novo o bater das suas asas no estômago se volta a lembrar como é bom!
Gosto de assumir que gosto de Borboletas! Sem medo de parecer lamechas, ingénua, embevecida, ou tomada por alguma doença contagiosa de quem os corações frios fogem e sobretudo desdenham. Melhor seria se se pudesse contagiar!! Gosto de ter a certeza de que, com ou sem Borboletas à minha volta, sou a mesma pessoa... mas com elas, sou mais feliz.
E acima de tudo, o que mais gosto nas Borboletas é que elas nunca se esquecem de que antes foram Lagartas. Discretas, sossegadas, tranquilas no seu casulo, à espera da hora certa, do tempo certo para darem o passo seguinte.
Antes não eram feias, não eram tristes, não estavam perdidas nem frustradas por serem Lagartas... eram assim, porque a natureza assim as fez, e sempre se orgulharam em se assumir como eram: com fragilidades, carências, desejos e certeza de que mais cedo ou mais tarde, seriam Borboletas, sem pressa, e sobretudo sem desdem das que ainda são Lagartas, e das que já são Borboletas.
Que voem à minha volta, batam asas até se sentir nos meus antípodas, que me encham o estômago, me tirem a fome, me dêem calor e arrepios na pele, se confundam com o bater do meu coração, me façam sorrir, cantar e dançar, que me invadam os sonhos e me façam sonhar acordada...sem medos, porque os medos ficaram lá atrás e quem tem medo não vive! Libertei-me dos meus há muito e agora o único que tenho é de voltar a sentir medo... por isso vivo, intensamente, como me apetece!
E para quem estiver a pensar: "Quanto mais alto é o vôo, maior é a queda!"...
Não se preocupem... o meu kit Borboleta vem com trem de aterragem!

1 comentário:

M de mim disse...

O "efeito borboleta" pode provocar TEMPESTADES num outro ponto do nosso querido Portugal, onde existem "pessoas" que pensam que sabem tudo, que nunca serão surpreendidos...Bate as asas bem forte,com muita emoção que tenho a certeza que haverão "mosquitos" a caír de tão frágeis que ficarão.
Fly Butterfly!!! ;)