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...por tudo o que leio e ouço à minha volta, é impossível não me lembrar daqueles dois dias, a entrar e sair do hospital, daquela sala de espera, daquelas horas que passaram tão depressa e ao mesmo tempo tão devagar, do quarto de pressianas semi-cerradas, da paz que se vivia lá dentro, da música baixinha de fundo, de agarrar na mão dela e me despedir, de me dizerem "Está na hora", como se eu não soubesse que a hora estava marcada, de correr para a janela à procura de ar, de luz, da vida que acabava de me fugir para sempre.
Em dias como o de hoje, a dor de pessoas desconhecidas faz-me lembrar a minha. E é por isso que é impossível ficar indiferente e não sentir uma solidariedade e tristeza profunda, independentemente de tudo.
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