Pazes

Desde pequena que acho piada a esta expressão: "Fazer as pazes". Mais correcto seria "Fazer a Paz", coisa que não se faz porque é imaterial. Correcto na verdade seria "Alcançar a Paz".
Pois que é assim que me encontro: com a Paz alcançada em meu estado de espírito, que andava inquieto. Há meses que uma bola de neve descia pelas colinas da minha vida, num efeito cujo nome dela advém.
Mal-entendidos, excessos, trocas de informação descontextualizadas, pontos de vista diferentes, falta de tolerância, falta de tempo, falta de paciência, tudo misturado dentro da tal bola, que, vinda do topo da Torre, passava já a Lagoa Comprida, a Lagoa Pequena, e em jeito de avalanche ameaçava destruir o Sabugueiro! (Para quem desconhece a geografia do nosso belo Portugal, nomeadamente da Serra da Estrela, temos pena! Melhor do que ir ao mapa, vá p'ra fora cá dentro e desloque-se até lá que faz um belo passeio!)
Mas com a brasa que se fez sentir nos últimos tempos e com a chegada do Verão, não há neve nem gelo que resista...e a bola derreteu!! E porque no meu coração não há espaço para pistas artificias, se derreteu...derreteu mesmo!
Mas há espaço para saudades, para vontade imensa de pôr conversas em dia, de dizer asneirolas, de jantarada com sangria e caipirinha, de vestir bikinis e queimar as peles, de fazermos uma festa de branco, e para dizer que não estava em guerra com ninguém, mas estou feliz por ter feito as "pazes"!