Houve uma personagem que passou pela minha vida, há alguns anos, a quem "carinhosamente" apelidei de "Lambis".
Petit-nom para "Lambisgóia", persona essa non-grata, que quem me lê e conhece, facilmente identificará e que, como cada um tem a importância que se lhe dá, nem sequer me alongo mais sobre a existência de tal criatura em particular.
O importante da questão é mesmo o nome em si: Lambis.
Desde então, todas as criaturas, inevitavelmente do sexo feminino pois só a elas se aplica esta nomenclatura de tão elevado calibre, que reunissem as características básicas e tão facilmente reconhecíveis que a mesma reunia, eram automaticamente apelidadas de "Lambis".
E pergunta o caro leitor, já cheio de nervos e curiosidade, que isto de ter uma gaja a falar mal de outras gajas é coisa que apesar de não ser novidade tem sempre o seu interesse: "E como é que nós, comuns mortais, podemos reconhecer as Lambis deste mundo fora?"
E eu respondo: "Calma. Não queiram saber tudo de uma vez!"
As Lambis normalmente são gajas que se acham muito boas só porque não têm um corpo que mete nojo, e cujos defeitos estão mais ou menos atenuados. Que normalmente se vestem de preto porque leram na Ana Mais Atrevida que o preto emagrece. Que têm igualmente e invariavelmente o cabelo preto, comprido, sem franja nem risco delineado para poderem de 3 em 3 minutos lançar o cabelo da direita pr'á esquerda e da esquerda pr'á direita acompanhado com um intenso revirar da cabeça na mesma direcção da mudança da juba que cheira a champô do Lidl. São gajas que fumam, todas elas, da maneira mais badalhoca e insinuosa que conseguem. Acredito mesmo que tiram um curso intensivo de como parecer a gaja mais ordinária com um simples cigarro na mão. Tudo no acto de fumar mete nojo: a maneira como sacam do cigarro no maço, como acendem o cigarro, como pegam no cigarro e posicionam a mão, como deitam o fumo fora fazendo boquinhas e risinhos enquanto o fumo sai às prestações, como utilizam o cinzeiro e brincam com ele, como fazem do acto de fumar um arraial de bardajonice. Destacam-se ainda por falarem ou excessivamente alto, manipulando atenções e conversas, ou excessivamente baixo, para que os presentes se sintam na obrigação de lhes dar especial atenção pois fazem-se passar por sonsass e insegura na oralidade, sendo que a postura e a linguagem corporal demonstram exactamente o oposto e dizem "sexo" por todo o lado. Na noite são ordinárias a dançar, sobem colunas, dançam de perna aberta e mal descodificam nas letras das músicas a palavra "down" ou mais frequentemente"abajo" já que são criaturas fãs de regaetton e espanholadas em geral, bota de pôr a mão na anquinha e zinga que lá vai disto, qual elevador de santa justa a ir pra cima e pra baixo, o mais baixo possível, quase a bater com o nalguedo no chão, para mostrar que estão em excelente forma física, ainda que já tenham 57 anos, e sobretudo para mostrar a fisga que não esconde o rego que entretanto fica totalmente à mostra, e que elas sabem que está à mostra mas não faz mal. Diz que é sexy...na Ana Mais Atrevida. Quando não estão a fumar estão a mascar pastilha elástica de boca aberta e a rir muito porque a Lambis é uma gaja que é divertida e bem disposta, e gosta de rir porque sim e porque os gajos gostam de gajas que se riem.
Ora tudo isto para dizer o quê?
Para dizer que mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, desaparecem (felizmente!) personas non-gratas das vidas de cada um, mas há sempre aquelas personagens que estão em todo o lado, nas esplanadas, no trânsito, na noite, nos cafés, na paragem do autocarro, nos restaurantes mais in.
As Lambis são umas delas, e eu nunca mas nunca, mas nunca mesmo conseguirei ficar indiferente a gajas destas. E o meu radar vai apitar sempre, mas sempre, mas sempre mesmo que uma delas estiver na minha área de influência, muito menos na mesma mesa que eu, por mero acaso e infelicidade do destino!
Mesmo que ela disfarce muito bem, se esforce muito, e até nem cheire a perfume barato de imitação do chinês!
Porcas...