sábado, 28 de novembro de 2009

Eu resolvo; não esqueço


A propósito do lançamento do último livro de Margarida Rebelo Pinto, autora cuja obra desconheço, cuja figura não me desperta especial simpatia, mas de quem uma ou duas vezes ouvi assim umas coisas (de sua autoria ou não, não me interessa) que me ficam no ouvido e na ideia, dei por mim a pensar: "Será, de facto, possível esquecer um grande amor?"
Numa resposta impulsiva acho que 99% de nós dirá que não.
Eu digo que não.
Mas também digo, e já de forma reflectida e ponderada, que é possível esquecer parte desse amor.
Não se apagam as pessoas do pensamento, não se eliminam as memórias do passado. Nós somos no presente aquilo que fomos num pretérito, tenha sido ele perfeito ou imperfeito. Somos uma construção de memórias genéticas, acumuladas, sobrepostas, um efeito de camadas onde as boas vão sobrepondo as menos boas e lhes retiram força e poder. Não sofremos nenhuma amnésia dos afectos, do companheirismo, da felicidade que um grande amor nos deu. Isso guarda-se, para sempre. Para quê esquecer? Disparate...
Mas acredito que, depois de resolvido um grande amor, seja possível não lembrar do que correu mal. Seja possível viver sem recordar datas em que fizeram x ou y que tanto magoou. Seja possível voltar sozinho ou com um novo amor, a um lugar onde se foi muito feliz com um grande amor, sem medo de ser assombrado pelo seu "fantasma". Seja possível ouvir aquela canção, que era dos dois, e não lembrar de todas as vezes que a ouvimos com lágrimas nos olhos por já não estarmos juntos. Seja possível vê-lo passar com outro alguém no carro, saber que frequenta a sua casa, que faz com ela o mesmo que fazia connosco, e o estômago não doer nem andar às voltas. Acredito que seja possível esquecer aquilo que nos fazia sofrer nesse grande amor, e mais uma vez "guardar só, o que é bom de guardar..." (o que eu gosto deste verso!).
Acredito porque também já me esqueci de algumas tabuadas, as mais difíceis, mas no geral sei quase todas e ainda bem.
Acredito porque não me lembro das letras de algumas músicas que adoro desde sempre, mas continuo a adorá-las tanto como antes.
Acredito porque dentro da desordem natural das coisas, o ser humano tem a capacidade de guardar as boas recordações e de enviar as más para um arquivo mental, num cantinho qualquer bem escondido, uma espécie de "closet" daquilo que já não usamos, mas nos recusamos a deitar fora, nem tão pouco a dar a alguém, porque são nossas. Não se dá nem se empresta.
Tal como os afectos: dão-se e já não se tiram... são para toda a vida.
Se eu quero esquecer um grande amor? Não, não quero. Vivo muito bem com a consciência de que ele existiu, de que me fez feliz, até ao dia em que deixou de fazer. E é apenas isso que eu quero lembrar, é isso que realmente lembro, e é isso que me dá a certeza de que está resolvido. Quem diz o contrário, ainda tem um longo caminho a percorrer...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Queridos, mudei o blogue!


O Umbigo está diferente.
Está com cheirinho a Natal, que já começa a ser tempo.
E está azul. Inédito na história do blogue. Por aqui sempre se escreveu e leu em rosa, mas era tempo de mudar. Um reflexo do que vai cá dentro? Sim.
Vontade de olhar, escolher e usar outras cores que não a minha preferida de sempre.
Se vai durar? Não sei.. é até me fartar. Qualquer coisa fica até ao fim do ano... logo se vê!
Espero que gostem..
E levada na onda do azul estou com vontade de que a minha árvore de Natal este ano seja como esta da imagem. Não é tarde nem é cedo, vai ser mesmo assim. Tenho dito!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Just wondering...


Eu: A tua sobrinha é mesmo Princesa! E tu és um tio babado, vais ser terrível quando ela crescer!
Ele: Tio é tio! Vou protegê-la sempre!
Eu: Não sei, porque não sou tia. Mas sou irmã mais velha e sou tãoooo galinha!

Ele: E a ti, quem te protege?

Eu: ...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

In too deep

Long time no see... Um pulinho rápido a Nova Iorque, que amei e aconselho vivamente, uma subida de escalão na "firma" (aquilo é so gangsters mesmo), a decisão de me inscrever na maldita Ordem e por o cérebro back on track e outras coisas pelo caminho. Tudo desculpas, bem verdade mas agora a saudade apertou! Olá!

Ando a atravessar uma fase de insatisfação pura. De ânsia de provar qualquer coisa que sinto que ainda falta provar.Talvez por sentir q o mundo me foge, o tempo urge e as pessoas vão. E em vez de agir não sei para que me lado me vire.
Conduzo às voltas e ouço o Oceano Pacífico e o meu companheiro de indecisões, João Chaves...

sábado, 21 de novembro de 2009

Porque eu até mereço!



"Chove que Deus a dá"... expressão que gosto tanto!
E é que chove mesmo, e está frio, e está um dia de edredon, cinzento e feio.
E eu faço jus ao dia e estou enfiada na cama, de pijama (às 16:27h) pronta para quê, perguntam vocês???
Não perguntam mas eu respondo à mesma:
-Devorar a 1ª das 6 séries que recebi no meu correio esta semana.
E que séries são essas? Perguntam de novo... (faz de conta!).
-Umas das minhas preferidas, e de milhões de Mulheres e algumas unidades de Homens, vá, de extremo bom gosto- "Sexo e a Cidade"
E como é que esta relíquia me veio parar à caixa do correio, estão vocês mortinhos por saber??
-Porque uma querida, amorosa, simpática, e de extremo bom gosto fez a gentileza de, sem eu lhe pedir, me enviar directamente da Madeira, as 6 séries!!
Foi ou não foi um amor? Estão ou não estão verdinhos de inveja? Queriam ou não queriam ter amigas assim, blogosféricas, que dão mimos apenas porque sim?
Fiquei histérica, pois claro que fiquei. E ando em pulgas para fazer uma maratona de pipocas, gomas, chocolates, edredons, risos e graçolas com amigas, enquanto vemos todos os episodios de uma ponta a outra e nos identificamos, frase sim, frase não, com o que vemos!
Pois que então apenas me resta agradecer mais um milhão de vezes à Inês, que encontrei por acaso na blogosfera, que gosto de "ler", saber como está, das suas aventuras pelas ilhas, do gosto musical que partilho (viva a MPB, viva!), desde o início do Meu Umbigo. E que, num gesto do qual não estava nada à espera me ofereceu a primeira prenda antecipada de aniversário, e que eu adoreeeiiiii!!!
Obrigada, Inês!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Actualização de estado


Em Seia há 3 dias.
Tranquila, sossegada, estou em paz. Em família, no quente na minha fria serra.
A saborear cada gota de chuva fria que me bate no rosto, cada rajada de vento gelado que me despenteia o cabelo, cada relâmpago que vejo da minha janela e ilumina a cidade, cada cheiro de fogueiras que ardem aqui e ali nos intervalos dos aguaceiros, cada sabor de chá quente, de frutos vermelhos, de jasmim, de menta, de todos os que me lembro de pedir...
Cada sorriso da minha irmã que me surpreende a cada segundo que passa; cada boleia conduzida pelo meu irmão que me enche de um orgulho imenso; cada minuto que passo com o meu pai, numa meia ida ao cinema, só os dois, onde vimos embora no intervalo porque ambos adormecemos; cada canção que a minha avó ainda hoje nos canta, que ela nos ensinou desde pequeninos, e que provavelmente só as avós conhecem; cada gargalhada que os meus amigos me provocam, em noite de magusto onde nem uma mísera castanha se comeu, mas muito se riu... (só se não for, porque ó mais é!)!
A ouvir palavras sábias de quem me conhece tão bem, e que me confirma tudo aquilo que eu penso sobre tanta coisa, mas com o tom maternal, seguro e sereno de quem já leva 25 anos de avanço de experiências fantásticas neste mundo.
Sem pressas de ir embora, sem ansias de ficar. Com saudades... sempre tantas saudades! Com receio de não me lembrar de tanta coisa que não quero esquecer. Do bom e do menos bom... Mas no coração, guardar só o que é bom de guardar...
Surpreendida pela calma que aqui se faz sentir. Aqui, cá dentro.
De maneira que estamos assim. E estamos tão bem...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

45 Lições de Vida de quem chegou aos 90

"1. A vida não é justa, mas ainda assim é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é demasiado curta para perdermos tempo a odiar alguém.
4. O trabalho não vai cuidar de si quando adoecer. Os seus pais e amigos vão. Mantenha contacto.
5. Pague as facturas de cartão de crédito todos os meses.
6. Você não tem que vencer todas as discussões. Concorde para discordar.
7. Chore com alguém. Cura mais do que chorar sozinho.
8. Não há problema em ficar chateado com Deus. Ele aguenta.
9. Poupe para a reforma, começando com o primeiro ordenado.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com o seu passado, para que ele não estrague o seu presente.
12. Não há mal em que os seus filhos o vejam chorar.
13. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não tem ideia de qual é a sua jornada.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Acalma a mente.
17. Desfaça-se de tudo o que não lhe dá prazer, não é útil nem bonito na sua vida.
18. O que não mata, realmente torna-lo-á mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas isso só depende de si e de mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que ama na vida, não aceite um “Não” como resposta.
21. Acenda velas, faça a cama com lençóis bonitos, use lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se bastante; depois, deixe-se levar pela maré…
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de si.
26. Encare aquilo a que chama de "desastre" com esta pergunta: Daqui a cinco anos, vai importar?
27. Escolha sempre a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29.. O que as outras pessoas pensam de si não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Independentemente de a situação ser boa ou má, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva…
33. Acredite em milagres.
34. Deus o ama por ser quem Ele é, não pelo que você fez ou deixou de fazer.
35. Não faça uma auditoria da sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
37. Os seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
39. Vá para a rua todos os dia. Milagres estão à espera em todos os lugares.
40. Se todos atirássemos os nossos problemas num monte e víssemos os dos outros, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como se está a sentir. Levante-se, vista-se e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada com um laço, mas ainda assim é um belo presente.”

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Glorioso


Comi as castanhas.
Trouxeram-me um cachecol sem eu ter pedido.
Não tive frio, mas calor, muito calor no Inferno da Luz.
A Catedral entoava o seu hino em uníssono afinado quando subi ao 3º anel.
Eu cantei a plenos pulmões o orgulho de "Ser Benfiquista...", com ênfase nas "Papoilas saltitantes!" (O que eu gosto dessa parte!)
A Vitória desenhou o vôo dos vencedores e aterrou, sem "borregar", imponente e magestosa.
Berrei. Sofri. Disse palavrões. Apertei a mão que estava ao meu lado de nervos. Agarraram na minha de volta. Perguntei mil e uma vezes, num tom já familiar entre nós: "É agora, pois é?"
-"É!"- respondiam-me de lá com um sorriso confiante.
Sofri mais um bocado. Não desanimei apesar de ver o tempo chegar quase ao fim. Quase...
Aos 89 minutos a explosão. Saltei, vibrei, abracei e fui abraçada.
Eu sabia que não podia sair da Luz sem um golo... não hoje.
Javi marcou e eu fiz a festa. O restantes 4 minutos gastei-os a assobiar, subir à cadeira, fazer dança de vitória, assobiar mais um pouco porque entretanto fiquei sem voz, e com a pouca que me restou gritar BENFIIIIIIIIIIIIIIIIICAAAAAAAAAAAAAAAA, SOU TUA!
Saí com a alma cheia e o coração descompassado, a bater forte e quente.
Quero mais. De tudo o que o Glorioso hoje me deu.
Ele dá-me "cenas", "cenas" dentro de mim. E eu gosto tanto!

domingo, 8 de novembro de 2009

Laranja, Castanho e..Vermelho!

Enquanto as respostas ao anterior post não chegam (continuo à espera de opiniões elucidativas, não sejam preguiçosos!), aproveito para dizer que muito me agrada a temperatura que se faz sentir!
Um grande bem haja a quem de direito, S.Pedro ou S.Martinho, entendam-se que eu cá não gosto de confusões.
Já aqui disse e repito um milhão de vezes que adoro frio, adoro roupa de Inverno, adoro esta contagem decrescente para o meu mês preferido, para a minha estação preferida, adoro o cheiro a castanhas assadas pelas ruas! E este ano estou cheia de ansias por elas.
Não falo de outra coisa a não ser Magustadas. Em Lisboa, na santa terrinha, várias, e bem regadas a Jeropiga, Vinho do Porto, e Favaios. Venham elas...
Isto deve ser efeitos secundários de não respirar o ar serrano há mais de um mês.
Mas está para breve!
Até lá conto comer castanhas, quentes e boas, em óptima companhia, no aconhego do lar e sobretudo à porta do estádio mais lindo do mundo, com o coração aos pulos, de emoção, de nervos, de euforia, de felicidade, de orgulho, de paixão...e outras coisas mais!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

More than friends


"Sola vermelha é sinal verde para os Homens".
Dizia Louboutin a propósito daquela que é uma das marcas distintas das suas criações; sapatos de salto vertiginoso e sola bem vermelha.
A inspiração é contraditória, mas o propósito não deixa margem para dúvidas: atrair a atenção do universo masculino, e depois de captada, mostrar que se está disponível para... o quer que seja do interesse da mulher.
E no meio desta linguagem simbólica, de meias palavras, deduções e sinaléticas várias, dou por mim sem saber muito bem como é que nos dias de hoje uma mulher demonstra interesse por um homem, sem ser vista pelo mesmo como "fácil"?
Que sinais pode dar, que iniciativas pode ou não ter, que disponibilidade deve ou não mostrar??
Numa altura em que a velocidade da sms é precedida pela vontade do desejo, e que basicamente tudo se resolve através de uma mensagem escrita, o que é que está para além disso?
O que é que se pode fazer para mostrar interesse sem parecer demasiado interessada?
E aquelas velhas máximas do "toma tu as rédeas da coisa, convida para café, para beber um copo, para cinema" não servem... não é por aí.
Estamos a jogar numa liga diferente.
Estou a querer compreender o que é que faz com que um Homem sinta o "click" que faz com que para além de saber que do outro lado está uma mulher interessante e com quem gosta de estar, perceba também que há um feedback muito positivo, e que pode avançar.
Para nós, meninas, é sempre tudo tão complicado, tão analisado, tão revisto ao pormenor, fazemos mil e uma suposições sobre o tudo e o nada que possa vir do outro lado. E dou por mim a pensar que do lado deles muito provavelmente é tudo bem mais simples e que se limitam simplesmente "a ver no que dá, se bate ou não!"
Será que é mesmo assim?
Colaborem, vá lá!
Bem haja

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Balões


Para bom entendedor, meia palavra basta.
Às vezes até menos, digo eu.

domingo, 1 de novembro de 2009

Sweet November


E se cada mês fosse o último?
E se tivessemos sempre um mês para reiniciar as nossas vidas?
Se no dia 1 de cada mês pudessemos mudar de casa, de cidade, de amigos, de família, de vida?
O que é que mudavamos?
Se de repente aquela inevitavel sensação de que somos imortais e de que, mais cedo ou mais tarde a felicidade vem ao nosso encontro, desaparecesse?
Se parassemos de procrastinar, de delegar responsabilidades, de procurar defeitos, obstáculos e razões para não irmos atrás do que realmente queremos, apenas porque não é seguro, não é certo, porque assusta, porque dá trabalho, porque pode correr mal...
Se tivessemos os dias contados, não sob a forma de pena de morte, mas como compromisso moral, um prazo que temos de cumprir, tal como cumprimos com a entrega do IRS, com o pagamento do condomínio, da renda da casa, do empréstimo do banco, das contas de água, gás e luz...
Se em vez de acomodação, de rotinas, de bloqueios, de muralhas que construimos à nossa volta mesmo sem darmos conta, acordassemos no dia 1 de cada mês com a responsabilidade de sermos felizes?
Viver esses 30 dias com a certeza de que muito pouco passou ao lado, muito pouco ficou por fazer (há sempre algo que fica..), pouco ficou por dizer, por tentar, por arriscar. Saber que nesses 30 dias se incluiu quem faltava para nos fazer sorrir, e se excluíu quem já não fazia sentido nas nossas vidas. Que fomos aos lugares certos, por mais banais que sejam aos olhos do outro. Que comemos aquele prato que nos estava mesmo a apetecer, mesmo que nunca antes tivessemos gostado dele. Que ficamos a dormir 2 dias seguidos sem sair de casa, mas que isso soube pela vida. Que fizemos directas, mas que foram tão bem passadas. Que nos apaixonamos. Que fomos correspondidos. Que rimos muito. Que durante 1 mês inteiro não choramos... uma única vez.
Saber que estamos vivos, a sério.
Hoje é dia 1 e eu faço questão de fazer tudo isso por mim.