quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dona de casa (pouco) desesperada


Se há coisa que eu não sou é Fada do Lar.
Admiro imenso as meninas que nasceram já com o gene, o dom, o gosto, por todas as tarefas domésticas em geral, e uma ou duas em particular. Ora eu não só admiro como tenho uma grande inveja deste tipo de menina. Porque não consigo fazer nada disso. Não consigo ser a mulher a dias da minha casa, diariamente, muito menos fazê-lo de sorriso nos lábios.
Não sou desarrumada (agora) porque os quase 10 aninhos a morar sozinha me foram dando um certo juízo (devagar devagarinho), e fui percebendo que se eu não fizer as coisas, ninguém as fará por mim. E tenho manias que fui ganhando, como por exemplo nunca deixar loiça por lavar ao almoço ou ao jantar. Não consigo deixar a cozinha desarrumada e ir para o sofá ou sair de casa. Dá-me nervos e não descanso enquanto não vejo tudo em condições. A cama também faço quase sempre, salvo raras excepções, porque a minha Mãe sempre me disse "Cama feita e loiça lavada é casa arrumada"... e portanto o básico do básico está sempre feito.
Agora a roupa.. ai as dores de cabeça que me dá toda a logística da roupa, o pôr a lavar, estender, apanhar, passar, e arrumar! E o aspirar, esfregar e limpar... xiça, que canseira! E já nem falo do cozinhar, porque felizmente tenho um namorado maravilhoso que cozinha divinamente e não o faz só de vez em quando, em ocasiões especiais... não, ele cozinha diariamente. Não só cozinha como é ele quem vai às compras, sozinho, não me liga mil vezes para saber o que é preciso enquanto está no supermercado, decide o que vamos jantar e depois cozinha, sozinho e sem chatear!! É um descanso... (e uma arrelia para a balança, porque ele cozinha mesmo muito bem!).
Mas depois tenho dias (como hoje), em que a coisa que mais gosto e me dá maior prazer é dedicar-me à casa, qual sopeira orgulhosa do seu balde e esfregona, a pôr o ninho num brinquinho!!! E não me chateio, não fico irritada, nem frustrada, nem cheia de nervos. Fico com as mãos uma desgraça, dores nas costas e afins., pois que fico... mas sabe-me mesmo bem este sentimento de cuidar do lar, e de, ao fim do dia, ter quem entre pela porta e se sinta tão bem aqui quanto eu me sinto!

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