segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não quero imaginar quando for Mãe...


No que toca aos meus irmãos vivo com o coração nas mãos. Constantemente, todos os dias sem excepção. Preocupo-me se almoçaram bem, se jantaram bem, se dormiram bem, se têm estudado, se as aulas correm bem, se têm dinheiro, se lhes falta alguma coisa, se apanham frio, se andam sem meias pela casa, se estão desagasalhados, se não comem fruta, se estão tristes com alguma coisa, se têm saudades, se precisam desabafar mas não sabem como, se estão bem.
Para mim estas são as necessidades básicas. Aquelas que eu, mesmo estando longe, mais ou menos perto, tento manter-me sempre a par e garantir que são cumpridas e que não lhes falta nada. Mas depois há aquelas que não posso nem consigo controlar. Há os males do corpo e do coração. Os do corpo, como quando sei que um está doente, que vomitou, ou está no hospital a levar soro, e parece que sinto as suas dores, a sua angustia e aflição. Os do coração, quando sei que outro perdeu o apetite e o norte ao ter de lidar com aquilo que a razão não controla, e também eu fico triste e angustiada, com um aperto no peito e nó na garganta.
Acima de tudo o que me consome é a frustração de não os poder proteger de tudo. De impedir que nada de mau lhes toque, ou os afecte. Não poder estar lá para defender, evitar, amparar e proteger mesmo do que não tem protecção.
E sei que isso não é possível, e que mesmo que o fosse não era saudável, porque é assim que se cresce, e é assim que eles se vão tornar cada vez melhores pessoas. Mas não consigo evitar este sentimento que não me deixa adormecer enquanto não sei que está tudo mesmo bem, dos dois lados, e que também eles vão dormir descansados. É mais forte do que eu, sei que me está no sangue, sei a quem saio por ser exactamente como sou, sei que quero ser um bocadinho menos e que me esforço para isso, mas também sei que para já não consigo ser de outra maneira.

4 comentários:

pipi das meias altas disse...

o q é preciso é levar sempre as coisas com calma

meninaluaprimavera disse...

o que é preciso é calma e sangue frio.habituas-te! não há nada melhor no mundo do que ser mãe!e tudo isso faz parte!
bjs

Cat & Vasco disse...

És sem o ser, pois ser Mãe é mesmo isso: termos um ser com 1 mês, 1 ano, 10 anos, 20 anos e sentirmo-nos responsáveis pelo seu bem-estar e felicidade. É fazermos das suas batalhas as nossas batalhas, das suas vitórias e derrotas as nossas. É, como alguém já disse, ter o nosso coração a bater fora de nós. E apesar de não seres mãe no sentido literal és mais Mãe que muitas mães. O sentimento já está enraízado em ti.
Mas, apesar de todas as preocupações, é muito bom ser Mãe, seja de filhos ou de irmãos :)

Ritititz disse...

pipi das meias altas e meninaluaprimavera: têm toda a razão, e calma é coisa que às vezes escasseia por estes lados... mas foi resolução de ano novo e estou a tentar melhorar isso!

Cat: Obrigada pelas tuas palavras. Realmente para quem me conhece é mais fácil perceber, e tu, apesar de "longe e de distante" já me conheces muito bem! Não duvido que ser Mãe seja a melhor coisa do mundo, e quando chegar a minha altura espero já ter um bocadinho mais de calma e sangue frio que me foi dado pelos meus irmãos!!
Um beijo enorme para ti e para os teus príncipes!
P.S- quando souberes se o que vem a caminho é menino ou menina, avisa!! :)