
Intimamente relacionadas com a teoria do caos. Para mim o caos é viver sem elas.
O efeito que o bater das suas asas causa pode influenciar o curso natural das coisas e deste modo provocar o mais inesperado e caótico dos acontecimentos do outro lado do mundo. Dizem, por aí... são teorias.. e há tantas!
Eu, que também tenho uma, acho que quem teme o bater das asas das borboletas não sabe nunca o efeito que ele causaria. Do outro lado do mundo, em si, nos outros.
E até no caos, dentro do movimento alegórico inerente a si, se pode encontrar um padrão: o da certeza de que, mesmo que a Primavera acabe amanhã, valeu a pena ter sentido aquele bater dentro do peito.
O das asas, o do coração.
Gosto de Borboletas. Gosto do efeito que causam em mim. Gosto delas porque me lembram quem eu sou e do que gosto. Porque me mostram que o Inverno já acabou, mesmo eu gostando tanto de Inverno! Mas tudo tem o seu tempo... e quando chega o tempo das Borboletas, e mais ainda quando elas chegam quando menos se espera, trazem consigo tanta coisa boa, que só quem sente de novo o bater das suas asas no estômago se volta a lembrar como é bom!
Gosto de assumir que gosto de Borboletas! Sem medo de parecer lamechas, ingénua, embevecida, ou tomada por alguma doença contagiosa de quem os corações frios fogem e sobretudo desdenham. Melhor seria se se pudesse contagiar!! Gosto de ter a certeza de que, com ou sem Borboletas à minha volta, sou a mesma pessoa... mas com elas, sou mais feliz.
E acima de tudo, o que mais gosto nas Borboletas é que elas nunca se esquecem de que antes foram Lagartas. Discretas, sossegadas, tranquilas no seu casulo, à espera da hora certa, do tempo certo para darem o passo seguinte.
Antes não eram feias, não eram tristes, não estavam perdidas nem frustradas por serem Lagartas... eram assim, porque a natureza assim as fez, e sempre se orgulharam em se assumir como eram: com fragilidades, carências, desejos e certeza de que mais cedo ou mais tarde, seriam Borboletas, sem pressa, e sobretudo sem desdem das que ainda são Lagartas, e das que já são Borboletas.
Que voem à minha volta, batam asas até se sentir nos meus antípodas, que me encham o estômago, me tirem a fome, me dêem calor e arrepios na pele, se confundam com o bater do meu coração, me façam sorrir, cantar e dançar, que me invadam os sonhos e me façam sonhar acordada...sem medos, porque os medos ficaram lá atrás e quem tem medo não vive! Libertei-me dos meus há muito e agora o único que tenho é de voltar a sentir medo... por isso vivo, intensamente, como me apetece!
E para quem estiver a pensar: "Quanto mais alto é o vôo, maior é a queda!"...
Não se preocupem... o meu kit Borboleta vem com trem de aterragem!