Vi ontem e adorei: A história de um Amor que perdura depois da Morte.
Um filme romântico, lamechas, piegas, bom para quem gosta de verter lágriminha discreta no escurinho do cinema. Pois eu verti um mar delas! Discretas sim, porque não sou menina de soluçar enquanto choro, nem fungar, nem me babar. Até no choro...digna! Mas estava nem aí p'ro resto da sala, que a meio do filme me apercebi se encontrar no mesmo estado emocional que eu.
Recomendo vivamente. Não é um filme de Óscar, nem a história totalmente inédita. Mas a mim, pessoalmente, tocou-me bem no fundinho do coração. Naquele lugar onde guardo sentimentos, emoções, lembranças e pensamentos que não partilho facilmente e que de repente encontrei ao descoberto numa tela de cinema.
Palavras que ficam por dizer, segredos que ficam por revelar, viagens que ficam por fazer, situações que ficam por viver...e todos os dias mais 24 horas sem "Aquela" pessoa que foi embora e não volta mais. Todos os dias...
Foram 126 minutos de filme que podiam ter sido escritos para mim, que não perdi um "Gerry", o amor da vida de "Holly", mas perdi uma G*, que será sempre um dos amores da minha vida, e eu dela.
Tenho saudades. Rio-me quando digo que tenho saudades. Saudades sentimos daqueles amigos ou familiares que estão longe e só vemos uma vez por ano ou até menos! Saudades sentimos do namorado quando vamos passar o fim de semana fora e ele não vai connosco! Saudades sentimos do Verão quando está Inverno, chuva e um frio que não se aguenta!
Eu sinto-me sem ar quando penso que Ela, a G*, já não está aqui. O meu coração pára, literalmente! E fico com medo, em pânico, e perco o meu chão, e tenho vontade de gritar e de bater em alguém. E acho que foi cometida a maior injustiça do mundo, e acho que não tenho capacidade nem estrutura para aguentar mais 24 horas sem o sorriso discreto dela, sem o olhar meigo, sem o cabelo preto e brilhante, sem o cheiro a Mãe, sem o abraço apertado, sem as danças malucas, sem as gaffes e os nomes trocados, sem os suspiros de cansaço de aturar 3 filhos que não saiem de cima dela...
E de repente o meu peito enche-se de ar, sinto um conforto, uma mão que se passeia nas minhas costas e me faz arrepiar, mas um arrepio bom, uma dormência que conforta e acalma...e o coração volta a bater.
E penso em tudo o que tenho pela frente, e penso em recomeçar, cada novo dia, e agarrar-me ao que tenho e a quem tenho à minha volta e me faz tão bem. E penso, tal como a Mãe da Holly no filme lhe diz, que no fundo estamos todos sozinhos, mas que por isso mesmo estamos todos no mesmo barco.
E volto a sorrir, a guinchar, a brincar, a escrever, a gozar com as pessoas que estão à minha volta, a gozar comigo própria e com os meus dramas existenciais...sobretudo a sorrir, porque é a sorrir que fico mais parecida com Ela.
P.S- I Love You, G*
5 comentários:
Eu não posso sequer imaginar... Porque é daquelas coisas que nunca vamos estar a espera... Queremos que fiquem para sempre, sempre e sempre! Se isso acontecer enquanto eu for viva, de a perder... de não poder ouvir nunca mais a voz dela sequer... eu fico no escuro! Só de imaginar fico com uma bolha de ar no peito tal seria o vazio, um corte na respiração... Nunca vou entender porque é assim que as coisas acontencem... A maior crueldade a seguir a perder um filho... é perder um pai ou uma mãe...
Custa-me sequer imaginar que tipo de dor será essa. É daquelas injustiças que me custam e engolir. Uma mãe não pode deixar um filho quando ele ainda precisa dele. Não assim. Mas tu és uma menina cheia de coragem ;)
Filme a ver, data a designar, não pode ser agora. Só de ler o que escreveste senti-me triste :(
"...sem o sorriso discreto dela, sem o olhar meigo, sem o cabelo preto e brilhante, sem o cheiro a Mãe, sem o abraço apertado.."
Teresia e Inês: Ninguém deve sequer perder tempo a imaginar, a pensar como seria se fosse connosco, a tentar entender nem arranjar explicação.
Porque é algo que não se imagina, não se pensa, não se entende nem se explica. Esse tempo deve ser aproveitado para estar com aqueles que amamos, e fazermos de tudo para que eles nunca se esqueçam disso. Esse sim..é um tempo bem gasto!! =)
Osga: Mesmo que te sintas down...acho que deves ir ver o filme. Faz pensar em tantas coisas! E coisas boas...e de como devemos dar valor a quem nos rodeia e nos faz BEM!! Recomendo..again!
O filme é forte e querido. Mas tem o princípio mais chato da história do cinema. Bolas que foi por pouco que não abandonei a sala. :-D
Beijinhos
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