Não acredito que haja receitas nem soluções milagrosas para fazer com que uma relação dê certo. Ou dá, ou não dá. Normalmente dá quando os dois querem e fazem por isso. Quando assim não é, provavelmente a coisa está condenada ao fracasso.
Obviamente que, sendo as relações humanas a coisa mais difícil de gerir, explicar e entender, quando toca à vertente "amorosa" ainda mais complicado se torna. Estamos a falar de dois mundos, dois passados, duas vidas distintas até ao ponto em que passam a ser dois mundos, dois passados e duas vidas distintas que de repente querem viver num só mundo, num presente em comum e eventualmente construir o mesmo futuro, e partilharem a mesma vida, pelo menos no que toca ao quotidiano em comum.
E é aqui que muitas vezes a porca torce o rabo. Porque namorar não é o mesmo que morar junto. E morar junto não é sinónimo de brincar às casinhas. Morar junto, para mim é ser uma equipa. É estar no mesmo barco e remarem os dois para o mesmo lado.
Eu não nasci para brincar às casinhas, para cuidar de alguém que eu vejo que não precisa desse tipo de cuidado. Tenho espírito maternal (escondido) que se revela diariamente para com quem de direito, às vezes de forma até excessiva. Mas não tenho feitio para ser a Mãe de quem quero ser a Namorada.
Cada macaco no seu galho.
E não é uma questão de mau feitio, de egoísmo, de só pensar em mim. Acho que é principalmente por pensar nos dois que assim me "educo" e "educo" a minha cara metade. Namorada não é Mãe, nem tem de ser. Por mais falhas, carências afectivas, traumas escondidos e passados dolorosos que se possa ter. Eu serei Mãe dos meus filhos, e não daquele com quem eventualmente penso que venha a ser o Pai dos mesmos.
Por tudo isto não tenho feitio protector, de querer cuidar e mimar em excesso, de poupar nas tarefas, de fazer as coisas pelo outro, de amparar golpes de preguiça assumida, e sobretudo de educar mesmo, enquanto pessoa, ensinar valores e questões sobre o certo e errado.
Claro que a convivência a isso o obriga, todos acabamos por aprender uns com os outros, com a vivência uns dos outros, faz parte. Agora dar lições de moral, dar o meu parecer sobre o tudo e o nada, facilitar a vida ao minimo pormenor para fazer o outro feliz (e preguiçoso), ou simplesmente educar quem já tem idade e deveria ter maturidade para mais... é coisa a que não me dedico, nem preciso (felizmente!)
E não se enganem minhas caras, quando pensam que os homens gostam das mulheres à moda antiga, que cuidem deles, façam tudo por eles, sejam dedicadas e perfeitas donas de casa. Com o passar do tempo eles cansam-se de viver com essa segunda Mãe, e sentem saudades de uma Namorada. Mas aí já é tarde demais, porque a imagem maternal é lixada de se esquecer...
Ou então são vocês, que se forem espertinhas, vão-se cansar de educar o "piqueno", que em vez de vos fazer acelerar o relógio biológico, vos faz ter alergia à maternidade ainda antes da encomenda da cegonha!