sexta-feira, 14 de outubro de 2011

E novidades??






Tenho para mim que a ficha ainda não caíu a muito boa gente que desde ontem se mostra escandalizada com as medidas anunciadas pelo Governo. O tumulto à volta desta então dá-me vontade de rir: "...o Governo decidiu permitir a expansão do horário de trabalho no sector privado em meia hora por dia durante os próximos dois anos...".Ora a ver se eu percebo. Então nos próximos dois anos o Governo permite-me trabalhar mais meia hora. Mas porquê, antes não permitia? Querem lá ver que sempre que passavam 5m da minha hora de saída aparecia aqui um senhor do Governo a dizer: "Oh menina, fáxavor de ir para casa que já passa do seu horário de saída. Xô! Xô!". É que eu nunca vi cá nenhum! E como, nem de propósito, disse no último post, eu trabalho normalmente 10h por dia. São mais 2h do que aquilo que está na lei; são 4 meias horas. E ninguém nunca me pagou um cêntimo a mais por isso. Nem foi preciso vir o Passos Coelho dizer que agora já posso fazê-lo. Mas 'atão... se tenho trabalho para fazer, se ninguém o faz por mim, e se ele tem de aparecer feito, como fazemos?! Se eu agora cumprisse a nova medida à regra, até saía beneficiada, porque a ter de trabalhar mais meia hora por dia, vou mais cedo para casa do que a hora que agora saio (mas o trabalho fica por fazer, e parecendo que não.. é chato!)
Se calhar foi a mim que ainda não me caiu a ficha, porque achava (ingénua que tu és Ritititz!), que o tempo dos "tachos", do picar o ponto à hora certa, dos grandes empregos (com pouco trabalho) era coisa que tinha entrado em extinção. Mas parece que não... Venha de lá essa dolorosa meia hora!!

5 comentários:

Teresa (Miss Healthy) disse...

Ritititz,

Não acho que seja exactamente esse o motivo do choque das pessoas. Uma coisa é a pessoa trabalhar mais porque há trabalho a fazer. E penso que todos somos responsáveis para quando há trabalho o fazermos. Por exemplo quem trabalha por conta própria muitas vezes trabalha muito mas muito mais do que essas horas. Mas isso são opções que fazemos. Outra coisa é um retrocesso naquilo por que tanto se lutou que foram as 8h de trabalho, percebes? E além disso é a obrigatoriedade (porque é nisso que esta medida se vai tornar) de se trabalhar mais meia hora exista ou não trabalho a fazer. Adicionalmente, trabalhar muitas horas não significa que se trabalhe mais ou melhor do que trabalhando poucas horas, e em Portugal é essa a ideia que vigora no momento, quando tantas e tantas vezes desperdiçamos tempo em tarefas que não eram realmente necessárias, que podiam ser aproveitadas de outra forma ou até encurtadas.

Beijinhos

Teresa (Miss Healthy) disse...

E o permitir do governo não quer dizer que anteriormente não fosse permitido, o que quer dizer é que agora passa a estar consagrado, e que portanto em vez de ser pedido e de ser uma coisa que o trabalhador faz porque acha que deve fazer, passa a poder ser uma obrigação.

Rita P Faleiro disse...

Concordo plenamente com a Miss G.
É que por vezes nada mais se pode adiantar em termos de trabalho porque há decisões que estão pendentes de autorizações e afins... e essas nunca mais andam para a frente!!!
Eu quero ver no meu caso como é que essa medida vai ser aplicada. Já tenho que estar na escola tanto tempo, por vezes sem nada útil para fazer, o que vão inventar mais??...


Beijinhos,

Rita

Anónimo disse...

Permitiu às empresas ;)a permissão será nesse sentido. Porque há-de haver muita gente que faz tudo para sair ao minuto e quer isso dizer que as empresas poderão contar com os seus funcionários para cumprirem 8.30h de trabalho. Claro que isto vai surtir efeito naquelas em que os colaboradores por norma saem à hora prevista. Para os outros, não terá relevância porque já trabalhavam mais antes e muitas vezes, como é o caso, bem mais que meia hora.

Miss B-Beautiful disse...

O que eu me ri com alguns colegas no dia seguinte a este anúncio. Regra geral faço sempre 9h de trabalho, em vez das 8h que me pagam. Por isso, esta foi mesmo a medida que não me incomodou nadinha. Venham de lá essas meias horas! Só tenho pena de não acreditar que esta medida leve a algo de produtivo. Não acredito mesmo.
No entanto, também tenho muitas colegas que à hora já estão de mala na mão para sairem...