sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Unlocked

Como não me apetece falar da minha vida, vou falar da vida dos outros! Boa?? Boa!
Diz-me Ela (não interessa quem..), com firmeza e sem vacilos:
"Gosto dele, porra!"
E quando uma afirmação destas surge de alguém que construiu muralhas e fortalezas em torno de si, porque foi magoada e não merecia, porque sempre se portou irrepreensivelmente para com quem tinha algum tipo de relação, mais ou menos séria, mais ou menos intensa, mais ou menos duradoura, porque sempre sentiu que dava mais do que recebia e era chegada a hora de ser mais ELA e menos o outro.... Faz-me pensar que os bloqueios servem exactamente para serem desbloqueados.
Perdoem-me o pleonasmo ligeiramente non-sense mas é mesmo isso que quero dizer. Que há circunstâncias na nossa vida em que nos fechamos em copas, em que recorremos a refúgios e lugares dentro de nós próprios, por defesa, para recuperação, lugares esses que nem sabíamos existir, e que nos mostram o que de mais verdadeiro temos cá dentro: as fraquezas, as vulnerabilidades, os pontos fracos, que não damos a conhecer, mas que ao serem tocados abalam as estruturas firmes e seguras em que nos sustentamos dia após dia.
E surgem esses bloqueios, instintivamente por protecção, para não se cometerem os mesmos erros, para não se construírem as mesmas falsas ilusões, para se ficar mais forte e não se voltar a sofrer.... Mas inevitavelmente para se passar a ser menos verdadeiro, fugir da rota da essência do que sempre se foi e será, porque há coisas que não mudam nunca, e sentir borboletas de novo no estômago vai saber sempre bem, tal como termos quem se preocupe connosco, quem nos mande aquela mensagem a perguntar se chegamos bem mesmo depois de estarmos juntos, quem nos deixe sem resposta mas no bom sentido, quem nos acompanhe e não nos atrase, quem saiba manter-se presente sem sufocar, quem saiba o "código" e saiba usá-lo sem dar por isso, mantendo as "rédeas curtas" porque se der demais é Boring, e passa de meigo a meloso, de carinhoso a lamechas, de impecável a too much num instantinho!
Fico feliz por esse bloqueio estar a ceder aos poucos. (Não que eu achasse que iria durar muito mais, mas enfim, Ela tem a mania que é durona comó camandro!). E agora...let it flow....

4 comentários:

Anónimo disse...

Por muitas que sejam as muralhas, no fundo nunca mudamos muito...

kel disse...

Há muralhas que se constroem e aumentam ao longo de meses, anos... Mas não há muralha tão alta que não possa ser transposta, tão forte que não se abale... Um dia a muralha desmorona e a vida segue. Nós ficamos com as lições que daí conseguimos retirar, com a certeza de que nunca se aprende tudo e podemos sempre voltar a sofrer, podemos sempre voltar para dentro da redoma mas vale a pena correr o risco porque a vida tem muito mais cor quando temos alguém sempre alí (mas sem sufocar) para pertilhar o arco-íris!

Beijoca no coração*

Osga disse...

"porque há coisas que não mudam nunca"

Existe a frase "5000% de acordo" ??!!

Fifs disse...

Silence...