terça-feira, 25 de maio de 2010

Pois que seja


4 páginas
2.758 palavras
12.146 letras
É o que tenho esperado para te dizer. Mas a cada dia que passa a vontade diminui.
E isso não é bom. Tendo em conta quem és. Tendo em conta o que já fomos. Sabes, mesmo antes de as ouvires, que estas 4 páginas te esperam, quais são as 2.458 palavras que tenho para ti, e as 12.146 letras que as compõem. E eu sei que não as queres ouvir. E se antes isso aumentava a minha vontade de as fazer soar o mais alto possível na tua consciência, agora penso que talvez não valha a pena. E isso também não é bom, porque antes, por ti, tudo valia a pena. E não havia lugar para silêncios desconfortaveis, nem nada ficava por dizer.
Noutra altura, estas 4 páginas, 2.758 palavras e as suas 12.146 letras seguiriam o seu caminho até ti, mal surgisse o último ponto final. Noutra altura, mesmo sabendo que não querias ouvir, que podias não reagir bem, que muita coisa poderia ser posta em causa entre nós, não era nos rascunhos que guardava o que tenho para te dizer. Noutra altura, não escreveria este texto aqui, sabendo que o vais ler, e que isso vai causar (ainda mais) constrangimento e o vais interpretar como um "recadinho". Não é. É o que sinto, é um desabafo, como tantos outros que aqui escrevo sobre tanta outra coisa. Mas não sinto vontade de to dizer, a ti, directamente, tal como as 4 páginas, 2.758 palavras, 12.146 letras que tenho para ti. Simplesmente porque sei que não o queres ouvir.
E porque já aprendi que quando do outro lado não nos querem ouvir, não nos devemos dar ao trabalho de falar.
Se são 4 páginas, 2.758 palavras e 12.146 letras que nunca te direi? Acho que não. Eventualmente um dia surgirá. Eventualmente noutra altura. Eventualmente quando eu achar que mesmo que te custe a ouvir, vale a pena eu falar. Por enquanto não. E só tenho de aceitar.

1 comentário:

Bea disse...

por vezes mais vale calar do que falar e sofrer ainda mais! bjnh