sexta-feira, 25 de abril de 2008

Fast food emocional

A Gula é um dos pecados que eu sempre pensei que me passava ao lado mas que ultimamente me tem atormentado noite e dia em ataques vorazes de desejos e apetites de comidas, entradas e sobremesas de dar água na boca!
Calma...é apenas uma exercício comum aqui em casa: eu, a Outra e a Fifs temos a mania de nos sentarmos no sofá e pensar: "Se eu pudesse comer qualquer coisa agora...seja o que for...o que seria?" E a seguir debitamos uma lista quase interminável de iguarias, cada uma melhor do que a anterior. Era bom que apenas o exercício mental resolvesse a questão e nos satisfizesse imediatamente, sem termos de recorrer à comida, no plano físico e material, às vezes com molhinho, e cheiro divinal..mas não! O mais provável é que a conversa acabe já na cozinha a abrir e fechar armários, à procura de ingredientes para um qualquer petisco improvisado, já a horas tardias, e que nos sabe divinamemte!!
E eu, que sempre fui um pisco para comer, passando pela fase do "comer muitas vezes e muitas porcarias porque me sinto um cabide e quero engordar", e por outras fases em que, mesmo querendo engordar, as horas das refeições eram um castigo, ou porque não tinha muita fome, ou porque achava um desperdício aquele tempo ali sentados a deglutir alimentos, dou por mim, já há algum tempo, a estabelecer uma relação de intimidade com a comida.
Aprendi a cozinhar. Sozinha, com umas dicas da Outra e da Fifs, pedindo umas ajudas, conselhos e receitas aqui e ali, e agora desenrasco-me bem, e tenho a mania que gosto de inventar umas coisas de vez em quando. E aprendi a ter gosto em cozinhar, passar tempo em frente ao fogão (de vez em quando, se estiver praí virada!) sentir os aromas, as texturas dos temperos, coisa que nunca me passou pela cabeça que me desse prazer de fazer. Sempre achei que era do tipo: "alguém cozinhe que eu lavo a loiça"!
E acho que foi a partir daí que comecei e desenvolver uma relação de maior proximidade com os alimentos. Diria mesmo de conforto. Eu dedico-me a eles, a escolhe-los e comprá-los com admiração, a cozinha-los com carinho, e eles devolvem-me um conforto depois, expostos na mesa, douradinhos, cheirosos e apetecíveis. Muitas vezes (quase sempre) janto e almoço sozinha, e também aí, as refeições são momentos de conforto. Na falta de companhia, de conversa, de diálogo, retiro prazer daquilo que cozinhei e sinto-me mais preenchida. Os americanos têm mesmo uma expressão própria para este tipo de comida, chama-se "Comfort Food" e desperta sensações agradáveis e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância, e à história de vida.
Acho que me tenho apoiado nessa "comfort food" um nadinha a mais, e a balança confirma, de maneira que já deixou de dar apenas conforto e preencher carências básicas (que toda a gente sabe que o chocolate é o nr 1 na matéria!!), para passar a ser mesmo Junk Food emocional... Preencher o estômago, o coração, a alma e matar a gula com comidinha, mesmo sem ter grande fome nem necessidade de levar à boca tudo o que está à mão (salvo seja!)....NOT!! Vem aí o Verão, e eu nunca passei nenhuma época balnear preocupada com a minha esbelta figurinha, não vai ser este ano que me vou dar a essas paranoias. É muito fácil: dieta "Fecha mas é a boca, pah e procura conforto na passadeira do ginásio!" Vamozembora!

Sem comentários: