terça-feira, 29 de abril de 2008

Síndrome da Pedra

No mundo das metáforas no qual gosto de me deslocar, encontrei mais uma que se encaixa à medida do que tenho observado.
Para mim tem sido flagrante um novo tipo de Síndrome, ainda desconhecido nas àreas da sociologia, psicologia, antropologia, e diria mesmo...psiquiatria!
O "Síndrome da Pedra". É uma patalogia, mais ou menos grave, dependendo de cada caso, e da influência que o mesmo tem nos actos, palavras, posturas, e falta delas no dia a dia do comum dos mortais. É complexo e divide-se em várias categorias, escolhendo o ponto fraco de cada um para se manifestar precisamente através dele.
Deste modo, encontramos dentro do Síndrome, a categoria de:
-Pedra Preciosa: diamantes, rubis, esmeraldas, safiras e ametistas, é como se sentem os visados por esta categoria. O seu brilho ofusca os demais, e basta serem como são, na qualidade de "preciosas" para não terem de se esforçar para demonstrar qualquer outro tipo de qualidade ou valor. Apresentam-se sempre impecavelmente polidas por fora e mesmo que ainda sejam "diamante em bruto"...repito...muito bruto, para elas, continuam a ser preciosas e ai de quem lhes aponte um defeito que seja, uma imperfeição ou falha. Jamais admitem, permanecem intocáveis e indiferentes, mas por dentro, na solidão das redomas onde se recolhem ao fim do dia, esforçam-se ao máximo para surgirem ainda mais impecáveis na sua próxima aparição;
-Pedra da Calçada: Escorregadias, insinuosas, muitas vezes constituem um obstáculo, um contratempo. Quem padece deste síndrome, normalmente nem chega a aperceber-se disso. Quem sofre com as consequências do mesmo são aqueles que o rodeiam, que têm de andar sempre com os olhos bem abertos, à cautela, e à espera de que a qualquer momento surja uma qualquer investida, aparentemente inofensiva e cheia de manobras de distracção (investidas do tipo "Calçada à Portuguesa"), onde nos distraímos pela grandiosidade das boas intenções e gestos de rara beleza, para logo a seguir derraparmos e estarmos sujeitos a um grande trambolhão!;
- Pedra nos rins: (com todo o respeito por quem sofre da doença, não esquecer de que se trata de uma metáfora!) Esta adequa-se ao tipo hipocondríaco ao nível emocional, que todos os dias acorda com uma maleita nova, ou uma história inédita e surreal. Carência e falta de atenção são as principais causas para o desenvolvimento desta categoria, que depois se manifesta sintomaticamente e por fases, e só acalma quando sentem que têm o palco e todas as luzes viradas para si, até conseguirem expulsar a dita pedra que os consome! Conselho: beber muita água!;
-Pedra no Coração: também pode ser "pedra no lugar do coração". Frias, insensíveis, calculistas, materialistas, fúteis e vazias. Quase sempre mal-amadas, ressabiadas e a sofrerem de um despeito que lhes faz esquecer uma série de valores e de bom senso essencial ao bem estar na vida com o mundo e com os outros. Resultado: totalmente insuportáveis e como é óbvio ninguém lhes pega! É um ciclo vicioso;
- Pedra filosofal: Os eternos utópicos, que não conseguem viver o presente na sua totalidade porque estão sempre muito concentrados em atingir um objectivo de perfeição, de transformação num estado superior, de se distinguirem do comum dos mortais, quem sabe, alcançando não o Elixir da Vida Eterna, mas neste caso o Elixir da Estupidez Eterna. Ser sonhador e romântico é bom, mas desejar e ostentar o que ainda não se tem e se encontra a anos-luz da nossa existência, sem a modéstia e a humildade de valorizar aquilo que já se tem...para mim é estupidez;
Agora digam lá se ao lerem não se identificaram ou encontraram uma ou duas personagens do vosso dia a dia que padecem do dito síndroma???

domingo, 27 de abril de 2008

Conversa da treta

Para quem pensava que a conversa da treta estava extinta engane-se... Bastou a voz voltar e o nariz desentupir (e portanto eu ter o oxigénio normal de um ser humano) para sair à rua e aproveitar AR, já que apanhar sol pra já está fora de questão...Em estilo casual "I don't give a f*ck but i'm still a hottie" dirigi-me à esplanada mais próxima. Como o recém estado de convalescença não permite retocar o cromado lá fui recambiada pra sombra. Tudo muito bem, olho em volta e vem-me à cabeça uma amiga de longa data que diz que não pessoas feias... Não posso compactuar com tal pensamento. Poça não há gente feia o camandro! Nesta bela tarde a gente gira decidiu emigrar toda pra praia (fiquei eu pra contar a história :P).
Começa o divertimento; O Zézé e o Toni cá da zona sentam-se mesmo atrás de mim (BINGO) e começam em longas dissertações da treta que não gostam cá de gente a olhar pra eles só mesmo gajas boas (ring a ding "Gajas boas?? Devem ser giros os cromos pensei eu...)
Um supônhamos: Zézé de seus 30 e tal alto, com os seus 90kg, com o cabelo espetado de baggy jeans e mocassin preto vestindo uma t-shirt branca e... um colete de penas cor caqui com 40º à sombra suando que nem um camelo (porque ainda pra mais tava ao sol). Toni de preto todo ele envergando pouco mais de 1.75, anafadito de cabelo rapado com as refegas características da anafadice. Era segurança e nem o "uíske charle" sabia o que era, teve de ser o Zézé a ensiná-lo.
Ora bem claro que no meio disto havia o tremoço (q se eu soubesse também tinha pedido) e a bela jola em caneca. A conversa da treta durou mais de uma hora, falaram das gajas, partilharam dicas e Zézé auto proclamava-se como cheio da palheta porque ah e tal é o que elas gostam pra preparar terreno RONC. Disse igualmente que ontem esteve no babilónia a ver a bola (benfiquista pois conceteza) e que não tinha dormido em casa porque quando um gajo tinha papel não ficava por casa (tan tan tan pensei eu se calhar vai de férias pra algum lado de jacto privado... Quem fala de "ter papel" vai pra um raio não inferior a 400km...)
Zézé - Pá quando tenho papel não fico por aqui: fo*da-se nada disso pego na caminete( ou melhor é a camionete que o pega a ele) e vou até São marcos ou vou lá ao babilónia pah porque aqui naaa. E às vezes vou a alfama ter com os da velha guarda e beber uma ginginha ter co Calita não conheces?
Toni - Sim sim vais la mostrar a calçadeira às gajas né? Levá-las a ver o Pavarotti! RONC Hã? A ver o pavarotti? hã?
Telefone de Zézé toca e Toni manda bocas da mesa - ehehe amostra-lhes a calçadeira!
Zézé vem desconsolado
Zézé - Era a minha tia a perguntar porque é que eu não almocei em casa. Foi a minha velha que lhe disse.
Toni- xiii quando é assim agente entra e sai e nem diz né? Portantos foste a casa e depois ela tava a mandar vir contigo e tu não tivestes pachorra. Hã?

PÁRA TUDO então o nosso Galifão que tem palheta e papa tudo o que e miuda é controlado tal qual criança de 10 anos pela tia???
Adiante estive uma boa meia-hora a ouvir este dialecto que me fez mesmo lembrar o meu Toni e Zézé e fiquei contente por saber que a conversa da treta não está morta! Antes pelo contrário tá mas é viva porque o contrário de tar morto é tar vivo como diz la outra das revistas pah, a gaja loira que é tia.

Pérolas só para a despedida
Zézé- iiiih olha aquela pitinha é gira né é tia mas levava umas palmadas...
Toni - Hã. Epah áquela é que lha amostravas a calçadeira.
Zézé - Pah um gajo ainda paga aqui umas cervejas e vem levar na cabeça porque a casa-de-banho dos homens tá avariada. A brazuca deve querer conversa.

Amen

sábado, 26 de abril de 2008

Return to innocence

Gosto da Anatomia de Grey porque todos os títulos dos episódios são nomes de canções. Esta é uma tentativa de anatomizar o blog (não sei se já repararam mas uma parte dos meus posts são musiquinhas que me lavam o espírito)
Gostava de não falar tanto com os olhos e não ser tão expressiva para não saberem em dois segundos o que me vai na alma;
Gostava de não ter de me preocupar com as gorduras localizadas;
Gostava que a musica "Your body is a wonderland" do John Mayer tivesse sido escrita para mim;
Gostava de ter mais tempo;
Gostava de me ter despedido de quem foi para longe;
Gostava de não corar;
Gostava de não ter feitio dado a embirrar;
Gostava de não ser tão radical;
Gostava de já poder ter o meu espacinho;
Gostava de expor as minhas fotografias todas;
Gostava de ter uma música favorita mas tenho milhões cada uma para um estado de espírito e para uma pessoa, um momento ou mesmo um cheiro...
Gostava de poder comprar muitos mais sapatos;
Gostava de não ter medo, fobia e repulsa de baratas porque é totalmente ridículo;
Gostava de transmitir a minha força de vontade a uma pessoa que me é muito especial e vê-la avançar na vida que infelizmente não se portou bem com ela;
Gostava de encontrar algumas pessoas, poder descer do salto e dizer 3 ou 4 verdades mas não lhes quero dar esse gosto, Digna é Digna...
Gostava que chocolate não engordasse.. Nem cheesecake!
Gostava que a minha Avó querida durasse mais 85 anos e assistisse ao meu casamento;
Gostava de ter gémeos meninos e uma menina;
Gostava de ir a Nova Iorque no Natal;
Gostava de ter filmes meus de pequenina;
Gostava de encontrar o Homem da minha vida (e já agora que fosse pai dos meus filhos...)

Gostava que todos fossem tão felizes quanto eu...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Teste do pézinho

Estou doente... Com uma infecção respiratória que não me permite falar pelos cotovelos como adoro, nem rir não me permitindo sequer estar bem disposta tal é a falta de oxigénio e a febre que tenho.. Já que não posso falar limito-me a pensar e a reflectir nas minha atitudes como ser humano nos últimos dias de passagem pela Terra...
Sabem aqueles erros que não são assim muito graves mas podem ter grande impacto em terceiros? Pois bem eu errei e magoei uma pessoa que não merecia por um erro de cálculo do foro cardiológico... Podia ter evitado mas na altura parecia que a minha pista de aterragem era mesmo aquela e PUF em dois dias tudo ficou ali, tudo foi varrido deixando o terceiro a pensar se eu sofreria de esquizofrenia... Não não sofro mas pura e simplesmente vi que não estava ali a fazer nada, que não me dizia nada e que o melhor era mesmo declarar aterragem de emergência. Assim foi. No meio disto tudo só gostava que calçassem os meus sapatos quando eu calço os das pessoas que magoei. E um dia quando o tempo permitir espero que percebam e que vejam que lá porque alguém erra não nos dá o direito de passar os limites de ofensa. Já dizia Jesus Cristo que "quem nunca errou que atire a primeira pedra".
Quanto a terceiros que magoei e que ainda estão para vir desculpem (mas não façam nada que me faça arrepender de as ter pedido)
E já agora... Quero ficar melhor... Já não suporto respirar como o Darth Vader!

Fast food emocional

A Gula é um dos pecados que eu sempre pensei que me passava ao lado mas que ultimamente me tem atormentado noite e dia em ataques vorazes de desejos e apetites de comidas, entradas e sobremesas de dar água na boca!
Calma...é apenas uma exercício comum aqui em casa: eu, a Outra e a Fifs temos a mania de nos sentarmos no sofá e pensar: "Se eu pudesse comer qualquer coisa agora...seja o que for...o que seria?" E a seguir debitamos uma lista quase interminável de iguarias, cada uma melhor do que a anterior. Era bom que apenas o exercício mental resolvesse a questão e nos satisfizesse imediatamente, sem termos de recorrer à comida, no plano físico e material, às vezes com molhinho, e cheiro divinal..mas não! O mais provável é que a conversa acabe já na cozinha a abrir e fechar armários, à procura de ingredientes para um qualquer petisco improvisado, já a horas tardias, e que nos sabe divinamemte!!
E eu, que sempre fui um pisco para comer, passando pela fase do "comer muitas vezes e muitas porcarias porque me sinto um cabide e quero engordar", e por outras fases em que, mesmo querendo engordar, as horas das refeições eram um castigo, ou porque não tinha muita fome, ou porque achava um desperdício aquele tempo ali sentados a deglutir alimentos, dou por mim, já há algum tempo, a estabelecer uma relação de intimidade com a comida.
Aprendi a cozinhar. Sozinha, com umas dicas da Outra e da Fifs, pedindo umas ajudas, conselhos e receitas aqui e ali, e agora desenrasco-me bem, e tenho a mania que gosto de inventar umas coisas de vez em quando. E aprendi a ter gosto em cozinhar, passar tempo em frente ao fogão (de vez em quando, se estiver praí virada!) sentir os aromas, as texturas dos temperos, coisa que nunca me passou pela cabeça que me desse prazer de fazer. Sempre achei que era do tipo: "alguém cozinhe que eu lavo a loiça"!
E acho que foi a partir daí que comecei e desenvolver uma relação de maior proximidade com os alimentos. Diria mesmo de conforto. Eu dedico-me a eles, a escolhe-los e comprá-los com admiração, a cozinha-los com carinho, e eles devolvem-me um conforto depois, expostos na mesa, douradinhos, cheirosos e apetecíveis. Muitas vezes (quase sempre) janto e almoço sozinha, e também aí, as refeições são momentos de conforto. Na falta de companhia, de conversa, de diálogo, retiro prazer daquilo que cozinhei e sinto-me mais preenchida. Os americanos têm mesmo uma expressão própria para este tipo de comida, chama-se "Comfort Food" e desperta sensações agradáveis e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância, e à história de vida.
Acho que me tenho apoiado nessa "comfort food" um nadinha a mais, e a balança confirma, de maneira que já deixou de dar apenas conforto e preencher carências básicas (que toda a gente sabe que o chocolate é o nr 1 na matéria!!), para passar a ser mesmo Junk Food emocional... Preencher o estômago, o coração, a alma e matar a gula com comidinha, mesmo sem ter grande fome nem necessidade de levar à boca tudo o que está à mão (salvo seja!)....NOT!! Vem aí o Verão, e eu nunca passei nenhuma época balnear preocupada com a minha esbelta figurinha, não vai ser este ano que me vou dar a essas paranoias. É muito fácil: dieta "Fecha mas é a boca, pah e procura conforto na passadeira do ginásio!" Vamozembora!

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Geneticamente Fúteis"

É o nome do segundo romance de Cláudio Ramos, que eu ainda não li. Reforço, ainda. Será a minha próxima companhia nas viagens de Intercidades.
Há dias, em entrevista ao "Portugal no Coração", ironizava o Cláudio que "Portugal é um país de pura intelectualidade". Concordo. Mais do que concordar sublinho, subscrevo e aplaudo de pé se preciso for.
Senti isso na pele no meu primeiro ano da faculdade, e muito. Vinda da "serra", com 17 anos para a capital, fui lançada às feras, na mais prestigiada Escola de Jornalismo de Lisboa. Sei bem do que falo, portanto, no que toca a conversas de nível intelectual elevado, de temática literária e cultural. De repente deparo-me com um grupo de pessoas onde TODA a gente já tinha lido, pelo menos, 3 romances do Saramago. TODA a gente ia para a faculdade de DN debaixo do braço diariamente. TODA a gente se sentava no bar para discutir a linha editorial do Expresso dessa semana. TODA a gente só ia ao cinema em salas que até hoje desconheço a localização, para ver cinema romeno, eslovaco e escandinavo. TODA a gente passava os fins de semana a ver exposições no CCB ou na fundação Serralves. Enfim... TODOS um bando de Cagões!
Nunca me identifiquei com eles, com as conversas, com a minoria intelectual que se esforçavam para manter, com a sede e ambição de mostrar ser ou saber mais do que o colega do lado, com os banhos intermináveis de pura graxa aos professores ao fim das aulas e as reuniões nos gabinetes para esclarecimento de dúvidas. Nunca me passou sequer pela cabeça, tentar ser parecida com eles, para, de alguma maneira me adaptar e tornar a minha vida mais fácil dentro de um meio tão competitivo e feroz. Não fui esperta, bem sei, mas também não fui corrompida.
Entrei ali pela mesma porta e com os mesmos critérios que todos os outros, orgulhosa da minha média de 17 valores, satisfeita por estar no curso que sempre quis e sonhei, e sem me sentir nem mais nem menos que nenhum deles. Mas depressa percebi que não era igual a eles.
Hoje penso exactamente da mesma maneira, com a agravante de que, com o passar dos anos, o fim da licenciatura e a possível entrada no mercado de trabalho eles ficaram cada vez mais arrogantes, ainda mais elitistas, competitivos e cagões.
Acham mesmo que algum deles admite ver a "Tertúlia Cor de Rosa", ou ler a "Tv Mais"? Acham mesmo que se eu falar no Cláudio Ramos eles vão dizer que sabem quem é? E eu fartinha de saber que eles vêem, que eles compram e lêem, e que morrem de inveja do Cláudio Ramos, que tal como o próprio já disse e bem: "é uma figura incontornável na televisão portuguesa"!
Pois eu vejo e gosto. Eu leio e gosto. Sei quem é o Cláudio Ramos e admiro-o pela postura que tem, enquanto comentador, pago para exercer exactamente essa função, dentro do formato de entretenimento da Tertúlia, que o obriga a uma exuberância e a recorrer a exageros e caricaturas, ironias e sarcasmos, mas também quando se apresenta "a solo" enquanto Cláudio Ramos, falando sobre o próprio, sobre o seu trabalho e forma de estar na vida, no seu blog, por exemplo, onde assume uma posição muito mais serena, tranquila, consciente e bem resolvida. Muito distinta do pedantismo e hipocrisia de tantos analfabetos funcionais, também eles vitimas de um género de futilidade pseudo-intelectual crescente e berrante.
Ainda não li o romance, repito, mas nem preciso para concordar desde já que a futilidade pode ser, de facto, genética, mas também muito alimentada nos dias de hoje, não só ao nível físico, do que se tem e não tem, do que se veste e não veste, dos sítios que se frequenta ou não...mas também ao nível das aparências intelectuais ou falta delas que se tornam ridículas, desinteressantes e vazias, como qualquer outro tipo de futilidade.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Till death do us part

-"O casamento é um contrato";
-"Ninguém pode prometer que vai amar o outro até ao resto dos seus dias (...) sabemos lá nós o dia de amanhã?"
-"Em cada 3 casamentos, 1 acaba em divórcio"

Afirmações da reportagem de hoje da Sic, sobre o Divórcio em Portugal.
Ouvi e fiquei com uma sensação tipo azia, mas no peito. Deu-me mau estar e desconforto. Não me espantou em nada. Filha de pais divorciados, sou a prova viva de que o casamento nem sempre é para sempre. Deu-me nervos exactamente por isso, por saber que é verdade, por ter sentido na pele e ter plena consciência do quanto é difícil manter um casamento saudável e feliz nos dias de hoje.
Mas eu, na minha essência, a minha pessoa tal qual como veio ao mundo, desde menina e até aos dias de hoje, ainda quer acreditar na instituição do Casamento. Das promessas e trocas de amor eterno. No compromisso de amar e respeitar, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe. E se, por eventualidade do destino, tal não for possível, que o Casamento seja o oficializar de que ambas as partes se comprometem a dar sempre o melhor de si e esforçar-se para que dê certo, para que resulte, para que não se esgotem as tentativas de serem felizes, em conjunto.
A tolerância é cada vez menor, as pessoas não estão para se chatear, para investir, para ceder, para se dedicarem ao outro e a um compromisso a longo prazo. As relações dão trabalho e são difíceis de manter depois de passados os primeiros tempos de euforia e paixão.
Fiquei desanimada, pois fiquei! Porque já que nunca acreditei no Pai Natal, nem na Fada dos Dentinhos, nem no Coelhinho da Páscoa, nem que o Sócrates seja Engenheiro... gosto de acreditar que ainda há esperança! Que o Casamento não está condenado à partida e que as pessoas quando casam, por mais racionais e conscientes e terra à terra que possam ser, dizem sempre mas sempre o "SIM" acreditando piamente nessa poderosa palavrinha.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Pompoar é o que está a dar...também para Eles!

A pedido d' "El Jefe d' la Outra", aqui vai o texto prometido sobre ginásticas musculares para meninos. E não, não se trata de um ranking dos melhores ginásios do país, nem tão pouco aqueles onde as personal trainers são mais dadas (ao acompanhamento do exercício, está claro!). No seguimento deste post, fui desafiada a descobrir e partilhar neste meu espacinho algumas informações sobre exercícios, desta feita do foro masculino, para que os meninos não se sintam descriminados nem esquecidos, e até mesmo tentados a experimentar e quem sabe melhorar as suas performances sexuais.
E como não resisto a um bom desafio fui pesquisar, informar-me, perguntar e tirar as minhas dúvidas. A minha caríssima Psicóloga Clínica, Mestranda em Sexologia e sempre prestável Vânia, elucidou-me na matéria e espero não cometer nenhuma inverdade nem imprecisão nos dados que partilho de seguida:
Sim, os meninos também têm direito a exercícios de Pompoarismo, e também eles se podem render a essa técnica milenar. Em várias regiões do Oriente, inclusivé, eles praticam os exercícios no dia-a-dia, de forma rotineira. Os indianos, por exemplo, possuem vitalidade e potência sexual praticamente até ao fim dos seus dias e são capazes de fazer amor por horas seguidas. Digam a verdade meninas, agora cada vez que um "monhé" se aproximar a perguntar "qué frô?", vão olhar para ele com os outros olhos...!! (Ou então não..!)
Adiante, as técnicas baseadas no pompoarismo servem, no caso do Homem, essencialmente para fortalecimento do pénis e da região pélvica. Permitem um fortalecimento e aumento da irrigação sanguínea através de contracções e exercícios manuais, garantindo deste modo maior prazer na sua vida sexual. No Pompoarismo são ensinados os movimentos com a musculatura do pubococcíneo masculino, além da movimentação voluntária do esfíncter anal e períneo, chamados de exercícios do mulabhanda no ioga. Além disso, a prática desenvolve maior circulação da área pélvica, o que melhora a potência e aumenta o prazer masculino. Contentes, meninos??
Trata-se de um método eficaz, definitivo e o principal: natural e sem contra-indicações. Seguro, porque em nenhum momento se faz algo que possa prejudicar ou provocar efeitos colaterais, o que pode ocorrer com o uso de objectos. Sim, porque na minha pesquisa fiquei também a saber, embora dispensasse tal informação, que existem objectos e instrumentos (espécies de bombas) que servem para aumentar, inchar ou até mesmo alongar o dito cujo. O que deve ser, no mínimo, uma experiência traumatizante!
Tomei ainda conhecimento de que anda por aí muita menina desgostosa da vida, pois estudos indicam que cerca de 70 % das mulheres se encontram insatisfeitas com os seus parceiros. As queixas principais prendem-se com a ausência de preliminares (pois claro!), a resistência do parceiro (ou falta dela!) e a rapidez com que ele chega a ejaculação.
Posto isto, quem estiver interessado que se dedique a uma busca mais intensiva e pormenorizada do tema, pois que eu só presto serviço público até certo ponto. Vá, para não dizerem que sou má deixo só dois exercícios rapidinhos:
-Contrair rapidamente os ditos músculos 30 vezes, descansar e repetir mais 3 vezes. Isto aumentará a irrigação sanguínea e sua resposta erógena.
-Fazer contracções lentas, também 30 vezes e descansa. Alternar entre um exercício e o outro.

Agora orientem-se cada um com a sua anatomia, procurem os ditos músculos, contraiam e relaxem à vontade...e se tiverem mais dúvidas esperem pela próxima vez que se cruzarem com um senhor moreno com um pato amarelo enfiado na mão que deita a lingua de fora e guincha (e não, não é o Zé Freixo e o Donaltim!), que na outra mão leve 24 rosas (não, também não é o Zé Malhoa!), e ainda carregue tapetes às costas (não, bolas..não é Aladino!).... e peçam-lhe umas dicas porreiras!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cromos! Daqueles que ninguém quer para troca

Sábado, estudo colectivo com parte da turma em ambiente descontraído onde se falou mais de coisas que nao interessam a ninguém, nomeadamente do HI5 desta e daquela, do que propriamente da composição do FAP... Jantar combinado e uns belos copinhos de qualquer coisa que servisse pra acalmar a rouquidão! Horas volvidas, Futuras PNC em restaurante na 24 Julho a 25€ por cabeça (OUCH!) acompanhadas por um bando de cromos (amigos de um futuro CAB) que já partilham a profissão a que aspiramos. Não sei se chore ou se ria.
Imaginem minhas Queridas/Queridos gente que se acha a última coca-cola do deserto porque anda bronzeada a toda a hora do ano (o que quer dizer q nunca têm aquele gostinho de esperar pelos primeiros resultados dos 1º dias de praia), de t-shirt justa pra se ver o resultado das horas intermináveis que passam no ginásio e como se não bastasse, a indumentária toda igual, tal é o hábito de andarem uniformizados. A falarem com nosotras como se fôssemos um bando de anormais fascinadas pelos Deuses Gregos que se apresentavam à nossa frente. Não ouvi metade da conversa porque assim que percebi a onda que se vivia pus o cérebro em piloto automático... Ora bem meus amigos vai um advice?
Não sei que tipo de pessoas estão vossas excelências acostumbradas mas PELO AMOR DA SANTA, as miudas não são todas estupidas só porque resolveram estigmatizar esta profissão como tal. Não falem mal aos empregados... São gente como nós e não animais como vocês. Sejam educados e por favor não se achem os ultimos bodes do deserto... É que mesmo que o fossem há sempre o Convento das Carmelitas Descalças que era para onde iria eu se houvesse um apocalipse do género... Ah! E se um bando de miudas estiver nem aí pra vocês, nomeadamente a puxar o banco do carro pra frente com o nariz colado ao vidro, e de 2 em 2 segundos a perguntar o caminho do BBC como se estivessem apavoradas e fossem da Lourinhã, e a tratar-vos todos por Tozé... Não levem a sério. ..É o bailinho da Madeira em plena Capital!

domingo, 13 de abril de 2008

WC para Dignas

Não sou menina de passar muito tempo no WC. Verdade que não. Mesmo nas rotinas sagradas pré-saída nocturna de ramboia, que levam sempre o seu tempo e cuidados extremos especialmente no momento da "Maquilhage", que, no último instante podem ser decisivos e fazer com que se volte à estaca zero (desmaquilhante, creme hidratante, base, pó, sombra, rímel, risco e gloss! uff!...uma canseira!). Mas ainda assim, passo pouco tempo dentro do WC.
Não gosto de WC's públicos, seja onde e quais forem, e aguento o máximo que posso até me deslocar a um deles. Vá, se estiver mesmo aflitinha vou...mas também já várias vezes preferi fazer na rua (xixi, claro!) nas queimas das fitas ou latadas, em Coimbra, do que ir a um daqueles cubículos nojentos, mal cheirosos, e que das duas uma: ou se faz de porta fechada mas não entra um raio de luz e por isso arriscamo-nos à incerteza do que já lá se encontra...ou fazemos de porta aberta, para alegria e aplauso da multidão em geral que por ali passa!
Depois há a questão dos WC's dos restaurantes, bares ou cafés, já quase todos equipados com sensores accionados pelos nossos movimentos e que, acabaram com os interruptores e consumo excessivo de energia, mas que nos fazem passar umas tristes figuras!
Acompanhem-me: uma menina vai ao wc. Entra, está escuro. Instintivamente levanta as mãos para que se acenda a luz. Faz-se luz e reparamos automaticamente no tampo da sanita e se há papel. No caso positivo, passamos um papelinho no tampo, que não gostamos de tampos pingados, e há ainda quem se dê ao trabalho de forrar o tampo com o papel higiénico pois tem dificuldade em fazer seu xixi sem se sentar. Ora, aquando do momento de desapertar os botões, já a luz foi com o camandro e damos por nós mais uma vez com uma mão no ar e outra nas calças. Tudo se ilumina. Preparamo-nos para o xixi e eis que, por inibição, por estar gente à espera, porque o chão está molhado e há restos de papel higiénico ensopados que se prendem aos nossos sapatos dos quais temos de nos livrar imediatamente, porque olhamos em frente e a porta tem pura poesia ou arte sob a forma de desenhos e declarações de amor do tipo "Alberto, quero um filho teu", e nós imediatamente pensamos: "Que gaja estupida! Isto é a casa de banho das mulheres! O Alberto nunca vai saber disto!"... Bem, certo é que o xixi nem sempre sai assim tipo torneira tambem de sensor, leva o seu tempo, e quando se dá por ela....pimba! Escuro que nem breu!!! E lá ficamos nós outra vez, já em posição de agachamento, uma mão nas calças para não tocarem no chão que está imundo, outra mão já com um pedaço de papel higiénico para o pós-xixi, e escolher qual das duas vamos pôr no ar para que se faça luz!!!
Já para não falar de quando vamos no shopping e a vontade aperta, e lá vamos nós, carregadas com nossos sacos de compras básicas e sempre necessárias, cheios de coisas de que estamos "mesmo a precisar!", e é outra odisseia, entrar nos cubículos, que às vezes nem cabide têm, e só nós sabemos o que passamos para fazer um xixi descansado com tanto saco, mais a poxete, mais o casaco..tudo sem que se dê uma desgraça!!!
Por tudo isto e mais umas coisas que agora não me lembro mas que sei que me mexem c'os nervos, sou a favor de que os WC passem a ser equipados com uma quantidade de apetrechos próprios para dignas que somos nós, e nos arreliamos com estas coisas!
Nomeadamente: muita iluminação, e sensores mais sensíveis aos movimentos para não termos de fazer praticamente uma aula de body pump até a luz se acender; um espelho GIGANTE mas nunca, jamais, em tempo algum, daqueles que engordam! Ainda na secção dos espelhos, um de aumentar para vermos tudo ao pormenor e regulável! (Calma meninos, eu sei que isto vos vai fazer confiusão: não queremos espelho que engorde e depois queremos um de aumentar...eu explico: o de aumentar é para ver os pormenores que nos escapam no gigante, mas não nos fazem enogrdar nem aumentar, ok?); Cabides vários para pendurarmos tudo quanto é coisa que nos ocupe as mãos; Papel higiénico (sempre!), com cheiro e folha dupla; Boas toalhas de algodão egípcio; Um bom sabonete de mãos e um creme hidratante; e velas perfumadas mas nada de cheiros intensos de loja de chinês nem monhé (não se aguenta!).
Será pedir assim tanto?? Aceitam-se mais sugestões dignas!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Horas extra procura-se

Ora bem... Finalmente consegui ter um tempinho para vir aqui, para sentir um cheirinho da minha vida antiga... =) verdade... Pus a outra a arrendar e lancei-me sem pára-quedas para uma vida nova... Horários novos, pessoas novas, uma realidade completamente diferente daquela a que estava habituada e a preparação para uma profissão que é no mínimo anti-natura... O Homem não foi feito para voar... Mas o grande problema da minha vidinha e das minhas decisões é o apegar-me às que deixo para trás, ou seja, sou uma pessoa muito orientada para seguir em frente mas custa-me muito deixar as coisas para trás... E assim tenho saudades... Do tempo que tinha, das conversas parvas com gente igualmente parva como eu, das brincadeiras que tinha com algumas pessoas e que só vou ter com elas e não vão voltar atrás... Tenho saudades de ter vida e andar com os pés em terra.
E depois há aquelas pessoas que não puseram a vida a arrendar mas pura e simplesmente desistiram dela e foram brincar às casinhas para outro lado, fora de Portugal, abriram asas e planaram longe daqui porque viver aqui assim não faz sentido... Pus-me a pensar: Eu já fui, de certa forma, a causa do negócio de compra e venda da vida de alguém. Interferi... Fiz parte da decisão de evacuação (se vocês soubessem a quantidade de vezes que eu ouço isto...) de alguém pra longe daqui, para fora do território nacional porque aqui não fazia sentido, não assim...
Conclusão: Gostava que o meu dia tivesse 30 horas pelo menos, e as minhas energias fossem alimentadas por cada vez que eu berro "ABRAM OS CINTOS" assim teria todo o tempo de guinchar pelo menos duas vezes por semana, de estar com antigos inquilinos da minha vida e principalmente uma meia horinha diária pra pensar... "Mazondé cômevim meter?"

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Para VOCÊS

Sinto-me injustiçada.
Sinto que fui condenada sem direito a julgamento e nem sequer me foi aplicada a máxima universal de "inocente até prova do contrário".
Tive conhecimento da existência de uma série de conversas, deduções, suposições e elacções que visam a minha pessoa. Falou-se de mim, de certas atitudes e da falta delas, da minha mudança enquanto pessoa, da minha ausência, do meu egocentrismo, da minha frieza, da minha reserva em falar sobre mim e procurar quem antes procurava.
Tudo muito bem.
Vivemos numa democracia e felizmente que existe liberdade de expressão para se falar do que, e de quem bem se quiser. Já não acho que seja assim "tão bem" ter conhecimento dessas conversas e conclusões a que chegaram, sem nunca me terem procurado para o quer que fosse: Para me chamarem à atenção, para me criticarem, para discutirem comigo, para me pedirem satisfações, para dizerem que sentem a minha falta, para serem injustas, como acho que estão a ser, mas pelo menos que o fizessem para comigo e não entre vocês.
E não digam que iam falar comigo, e não digam que estavam à espera do melhor momento, e não digam que não tiveram tempo, e não digam que não falaram tanto assim e que não é tão grave assim. É grave, sim!
E foi grave quando ontem descobri, como uma revelação, que estavam magoadas, tristes e desiludidas comigo. Não fazia ideia, fui apanhada de surpresa, e fiquei sem reacção durante algum tempo. Mas foram apenas 20m, porque ao contrário de vocês, não esperei por momento nenhum, e procurei imediatamente quem estava magoado comigo. Podia não o ter feito. Podia permanecer no silêncio de que me acusam, e esperar pela altura em que me viessem dizer alguma coisa...se é que iam dizer! Mas não. Apesar de me sentir injustiçada fiz questão de procurar as pessoas e de querer saber e esclarecer o que se passa.
Porque é que estou a escrever aqui e a expor este assunto? (Que sei que vai ser mais um motivo de crítica!)
Porque é outra coisa que me entristece: saber que lêm o meu blog frequentemente, que por isso estão a par da minha vida ou pelo menos da parte que escolho aqui expor e que não o faço como acto de egocentrismo mas como passatempo, porque gosto e me faz bem, tal como ir às compras ou ir à depilação, (sendo que aqui sempre exercito mais neurónios!). E nunca foram capazes de me dizer, sob a forma de elogio ou crítica que liam, que gostavam, que não axavam piada, fosse o que fosse. Simplesmente fingiam que ignoravam...mas afinal continuam a ler e a querer saber e a comentar entre vocês. Não entendo isso.
Estou magoada. E estou magoada porque vos tinha em consideração, porque gosto de vocês, por todos os momentos que já passamos juntas, porque acho que nunca vos falhei e porque se mudei, como todas mudamos, é uma consequência da vida e das partidas que ela nos prega. Nunca falhei nem prejudiquei nenhuma de vocês. Se estou mais distante, a distância que nos separa é a mesma, e também eu sinto falta de alguma iniciativa da vossa parte para se aproximarem de mim. Mas não cobro isso. Cada um tem a sua vida, cada um tem os seus problemas, eu sou a primeira a dizer que não me sinto tão disponível como antes para dar o que dava de mim, para acompanhar como acompanhava, para partilhar o que partilhava. Mas também não cobro o facto de vocês não o fazerem comigo.
Espero poder estar pessoalmente com cada uma, para falar e esclarecer tudo o que houver para esclarecer. Até lá, fica aqui mais uma prova de que não sou indiferente ao que dizem e pensam de mim, porque são VOCÊS.
Têm o meu número. Sabem onde me encontrar.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Somewhere over the Rainbow


Pois se ontem a minha pessoa era o reflexo do tempo que faz lá fora...hoje o dia continuou cinzento e tristonho, mas eu NÃO!!
Há pequeninas coisas, tão pequenas que parecem quase invisíveis, insignificantes aos olhos dos outros, que conseguem acender um fogo que eu julgo adormecido dentro de mim.
Recebi três notícias que me aceleraram o coração. Nada de especial....mas que ele bateu mais depressa, lá isso bateu!
E é nesses momentos que nasce uma nova alma, ou melhor, que a minha verdadeira alma dá sinal e se sobrepõe à outra que, tal como azeite em água, não se mistura e acaba por ficar sempre por cima.
Gosto de arco-íris, e gosto de fingir que acredito na lenda que diz que no fim de cada arco-íris há um duende que guarda um pote de ouro! Gosto de olhar para o céu e acreditar que também eu tenho o meu " pote d'ouro" guardado por um duende chamado "Lepricon", de calcinhas verdes, camisola e botas castanhas e chapéu verde e pontiagudo, tal como as orelhas proeminentes e longas.
Ás vezes desanimo porque nem todos os dias os arco-íris aparecem, e fico com dúvidas se o Lepricon ainda estará a guardar o meu "pote". Mas depois há dias como o de hoje, em que mesmo sem olhar para o céu vejo as cores todas, fortes e intensas, e quase que consigo ouvir o risinho maroto do meu duende, só para me avisar que está lá e que o "ouro" continua à minha espera.. e é Meu!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sem tirar nem pôr

Cinzenta, enublada, fugidia e calada.
Tal como o tempo que mudou de repente, também o meu estado de espírito vai do 8 ao 80 num piscar de olhos. E quando dou por mim sinto-me escondida de baixo de um guarda chuva invisível, que desejo que tenha poderes mágicos e me ponha igualmente invisível, onde quero ficar até a chuva parar e o sol voltar a brilhar....no céu e sobretudo dentro de mim.
Tenho saudades.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Boooring!

Alguém me explique, por favor, porque é que certos casais de namorados, ajuntados, amantizados (whatever!) têm tendência a tornar-se as pessoas mais aborrecidas e entediantes do mundo??
Mais grave: casais que, enquanto individuos em separado e enquanto não pertencentes à classe dos "comprometidos" eram os reis da diversão, da boa disposição, da iniciativa e da ramboia, de conversa interessante e fluida, de sentido de humor apurado e eficaz...enfim...pessoas interessantes e bem dispostas!!
Mas de repente, assumida a sua condição de pessoa comprometida e na presença da sua cara metade, tornam-se autênticos Trolls da Montanha, que fazem questão de conviver preferencialmente com outros casais igualmente chatos de dar sono, onde certos temas e programas passam a ser tabus e despropositados para "Pessoas comprometidas e felizes".
Não entendo!
Entendo que, quando se vive um relacionamento, se alterem certos hábitos, se adopte até uma vida mais pacata, mais recolhida, apetece mesmo é estar enfiado em 4 paredes e viver "o amor" em toda a sua plenitude e esquecer o resto do mundo!!! Mas não é disso que eu falo!!!
Primeiro nunca achei grande piada a saídas, jantares ou programas só de casalinhos. Gosto de estar com quem me sinto bem, independentemente de eu ou as outras pessoas terem namorado. Depois, acho rídiculo excluirem certas pessoas de certos programas com a desculpa de que "Só vão casais...é capaz de não se sentir bem!". E o que mais me enerva, a cima de tudo, é ver casais a brincarem aos "Crescidos, maduros e respeitáveis" de um momento para o outro, e como tal a perderem toda a sua personalidade e individualidade, para assumirem uma postura supostamente mais adequada à sua nova condição de membro de casal feliz. E ainda outra, e essa então dava pano para mangas...aqueles casalinhos de fachada, que passam a vida a elogiarem-se um ao outro, e vangloriarem-se da felicidade que é existirem na vida um do outro, a contarem suas peripécias chatas comó camandro que só eles acham graça, mas que mal viram as costas suspiram de alívio, nasce-lhes uma alma nova e dizem: "Então pessoal, quando é que combinamos uma ramboia?? Ando mesmo a precisar!!!"....
A esses casais digo: "Sejam menos caretas e mais verdadeiros. E lá porque namoram não se fechem numa redoma onde só há espaço para dois. É por essas e por outras que mal saiem da redoma se revelam, e não da forma mais brilhante nem feliz!"